terça-feira, 10 de agosto de 2010

CLXXIV

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já devidamente bebinho. e dantes igualmente. começamos a rondar, circular, circundar a boate. dar umas investidas nas cocotas de plantão. a bebida é a combustão necessária para jogar galanteios. qual será a nossa primeira isca? dantes dá o ponto de partida:
- ei! aí, mina? você tem um cheiro muito bom, que cheiro... - ele cafunga a nuca da garota de pronto e de pronto ela o empurra.
- sai daqui! vaza!
lá foi-se a primeira tentativa ralo abaixo. ele não desiste e avança em outra.
- oi, anjo lindo. quebrou as asas e caiu aqui perto de mim pra me cuidar.
- ah que cantada batida essa heim! já tá muito manjada, te arranca daqui!
o pior é que ela tem toda razão. ele não está dando muita sorte. eu agora fico até na minha, de canto, só analisando, na espreita.
no entanto, ele, incansável, garrido e aguerrido cavalga intrépido sem fugir do front de batalha. todavia, ausculto que ele está um tanto irado. claro. por ter tomado tantos tocos. alguns que eu nem quis citar para não denegrir ainda mais a sua imagem perante a vocês, curiosos leitores.
- hei, onde você tá indo, dantes?
- calmae.
- te espero aqui - caô. eu sigo-o, sem que ele nem perceba. sei lá, devo estar perto para qualquer imprevisto ou condição adversa.
ele papeia com as mulheres. nenhuma dá bola. ele as agarra e elas deslocam-se do seu abraço ébrio. até que uma delas, deu-lhe um tapa e um soco seguidos de uns gritos chamando o namorado que é uma espécie de animal revestido de músculos e veias saltitantes de tanta ingestão de anabolisantes em horas a fio, enjaulado numa academia.
ele aparece. eu me aproximo e digo para o sujeito que ele possui problemas psiquiátricos. que bebeu além do permitido pelas prescrições médicas. que apenas pretendia levá-lo para cá para se distrair um pouco. ufa! ainda bem que o jamanta marombeiro foi compreensivo e nos liberou de uma sessão de pancadas:
- beleza, valeu! mas se eu ver vocês de novo perto de mim e da minha mina. eu finalizo vocês em três tempos, entendeu? sacou? agora, metem o pé!
e saímos da boate.
- vamos procurar outro lugar para fazermos nossa zona na tranquila porque esse aqui já babou - dantes diz.
- vamos. mas vê se manera, tá legal?!
- ok.
- e vamos pra onde agora? coloco uma questão no ar.

CLXXIII

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hum, eu não sabia que era uma boate. eu não ouvi direito o que dantes havia me dito sobre o local da curtida da night. eu odeio boates! lugares fechados com grande concentração de pessoas indo e vindo berrando nos tímpanos. eu não suporto! mas vou encarar. sou homem pra isso. de repente, vai que seja bem legal, bem bacana e que eu possa queimar minha língua, meu pensamento e me surpreenda.
- e aí, é hoje, malandro! - dantes eufórico.
- eita!
- uoba, ueba, eba, eba, oba!
- epa, opa, iupe!
- hip hip urra!
- urra?
- urra!
- eita!
- aaaaeeeewwwww!!!
- huaihaihaihauoahoahoihhiohuihioushausihauioshauoihuidhuhduiohuihahahaihauihaaaaaaa...hahuihauoihauhuiahouhuihuoihoaihuoihaaaaaaa...
nós dois soltamos gargalhadas simultaneamente após viajarmos nesse rol de onomatopéias que improvisadamente disparamos.
olha que ainda nem começamos a beber, hein!
- vamos começar os trabalhos - ele sugere.
- MASÉCLARO, véio!
- qual cerveja tu anda bebendo?
- qualquer uma, pô! sou cachaceiro nato. não me importa a marca. de preferência, vamos tomar a mais barata. eu não tô com a munição cheia, sabe como é, né?!
- deixa comigo, pô! eu tô! é tudo por minha conta, malandragem. vamos zazuar, figura!!! ÊÊÊÊÔÔÔÔ. . .
com essa empolgação toda do dantes. já tô vendo que mais uma manhã eu irei dormir na beira da minha calçada.

CLXXII

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nem tão balalaicado assim como eu pretendia saio ao encontro de dantes, o figurão porralouca. espero-o na esquina. e tão logo, antes da pontualidade, ele surge. isso é que é: pra farra, todo malandro é pontual. agora pra trabalhar o negócio é totalmente diferente. a noite nos vigia, nos guia e nos guarda. pra onde nós vamos mesmo? esqueci. hah! pouco importa. a questão que me move: é zoar. e que fodam-se os amanhãs que nos são prometidos.

CLXXI

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já está quase na hora da hora combinada. vou pagar um banho cheiroso. é. essa noite vou me aprumar pra ficar menos sujo. um pouco menos grotesco. mas sem deixar de lado a minha essência tosca e bruta - o que falta na maioria dos homens atuais - estão se tornando metrosexuais demais, ou melhor dizendo: viados demais.
o telefone toca. deve ser o porralouca do dantes:
- alô.
- alô, sou eu!
uma voz de mulher. já até sei quem é.
- . . . sou eu, amor. tâmara!
- diga - posto a voz de modo seco e empedernido.
- parece que está um pouco ríspido e lacônico comigo ou é apenas impressão minha?
- é impressão sua - minto com muita desfaçatez.
- o que você vai fazer hoje à noite?
bem que eu poderia responder desta maneira máscula, posuda e jactante: 'bem o que eu vou fazer hoje à noite não é da sua conta, tâmara.' porém, acabo aliviando o presente colóquio.
- o que você vai fazer hoje à noite?
- tô pensando em dar uma zuada com um amigo meu. por quê?
- tava pensando em te chamar pra darmos um rolé.
- ah vai dar não.
- por quê?
- ué, eu não acabei de te dizer que eu vou dar uma zuada com um amigo meu. já basta ontem que você deu uns pitis e quase me deixa na pista à mercê. a sorte que eu consegui salvar a noite. eu não quero que você me ponha no furo, tâmara. a não ser que você me faça umas propostas indecentes tais como: me dar a sua.......
ela desliga a ligação na minha cara. bem, voltei ao estado normal de másculo e rude.

CLXX

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o telefone toca me acordando. mal tirei uns minutos de pestana. que saco! quem será o babaca que me perturba às duas da tarde de um domingo.
- oi! - digo.
- fala parasita!
- quem é, porra?
- quem é? que estória é essa de quem é? não reconhece essa voz grossa, não, cumpadi?
- ouw não.
- e aí?
- e aí o quê!
desligo o telefone na cara. destruo com a ligação que fez arrancar o meu belo sono.
no entanto, o telefone toca novamente. o cara é insistente.
- oi...
- porra, por que você desligou a porra do telefone na minha cara, cumpadi?
- porra, quem é que tá falando??? eu não sei, saco. . .
- sou eu. o dantes.
- quem?
- o dantes.
- o que que tu queres?
- aí, tá afim de cair na orgia hoje mais tarde?
- hih, mais uma. agora pouco eu tava em uma feroz.
- é mesmo? e como foi, meu cumpadi?
- ah depois lhe conto. vamos então pra essa porra que tu tá me chamando que eu te conto em detalhes, fechou?
- tá topado.
este é mais um amigo porralouca que eu tenho e que me tira do sossego da vida. mas a vida não deve ser vivida a base de marasmos, sofá, cama, cafézinho quente e televisão. a vida é um filme do Bruce Lee com experimentalismos de Godard mesclado ao romantismo de Fellini com fantasias de Buñuel.

CXLIX

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chego em casa baqueado, a fisionomia plissada. me olho no espelho:
- "um morcego perdido na gárgula de uma catedral barroca."
bah Trevisan! tive q surrupiar isso de você pra me sintonizar nesse momento improfícuo. e o que resta são restos. como sou o herói da história. vou cochilar mais um pouco e esperar mais uma noite - mais uma aventura.

domingo, 16 de maio de 2010

CLXVIII

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não teve outro jeito. não adiantou nada. eu termino a aventura noctívaga com o corpo estendido no chão defronte ao meu portão. como um notável mendigo mesmo. acho que só vou acordar se algum imbecil passar por essa calçada e chutar o meu traseiro. do contrário.

CLXVII

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no entanto, depois da trepada que demos. zazuê começa a entrar numa nóia. eu nada compreendo. o que está havendo? o que está havendo com essa garota, com essa mulher? ela me chama de 'monstro'. 'seu monstro!'. 'você é um monstro, garoto!' 'é um monstro, homem!' por quê do monstro? depois do morzinho gostoso que nós fizemos eu não tô sacando essa... ela me diz que namora um carinha há três anos e não anda muito satisfeita com ele e aquela coisa e tal que todo-mundo já sabe de cor e salteado sobre relacionamentos minguados e morosos...
- você tem que sair daqui! chega! para, pára, meu querido - até paranóica ela possui uma certa doçura - vai embora, por favor!
- por quê?
- porque sim.
- não foi bom, não gostou? eu não sou de decepcionar mulher nenhuma.
- mas não trata-se disso, querido.
- trata-se de quê?
- eu tenho uma boa relação que já dura 3 anos.
- eu também tenho meus rolos.
- eu não queria ter feito isso com você. você é um cara muito bacana. você é ótimo.
- você também é ótima. a sua pele é maravilhosa. você é toda-boa!
- chega, vai embora! outro dia a gente se vê.
- então, a gente se vê outro dia.
- hanran.
- eu gostei muito de estar aqui. vou embora.
- me dá um beijo antes de ir.
dou o beijo.
- agora vai.
todavia, sequelado, desligado e voador. deixo a camisa, a cueca e os chinelos espalhados em sua cama. em suma, deixei meus vestígios. tomara, que ela esconda toda a prova do crime. senão dará um grande inquérito. ué, ela não tem namorado? então. é isso.
na verdade, eu odiei isso. estou cheio de sono. quase me deletando. me apagando. queria cair lá. dormir. agora tenho que ir para minha maloca. descalço. sem camisa. sem cueca. encarando o sol a pino da manhã. todos me olham como se eu fora um mendigo. entrementes, eu estou só com a aparência ressaqueada. com a cara toda amassada de quem fez muito sexo até o raiar da alvorada.

CLXVI

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enquanto todos que aqui estão vão se arranjando em um cômodo. formam-se casais heteros. casais homos. lésbicas lindas emaranhando-se em carícias ardorosas. e bibas aboletando-se. patolando seus parceiros. já, eu e zazuê. eu e ela nos alocamos em seu quarto. sou privilegiado porque estou saindo com a dona da maloca. ela está feliz. estamos felizes. transpomos toda essa felicidade para a cama. mas também, com tanta birita e tanta maconha não como não sentir-se alegre.
- quer que eu ponha um som? - zazuê sugere.
- você que sabe...
- vou fechar as cortinas.
- então me espera que eu vou no banheiro rapidinho.
dirijo-me ao banheiro. faço um aquecimento básico. retorno.
- olha. arrumei a cama aqui no chão bonitinha pra nós dois, meu querido. gostou? gostou?
- bastante! bastante!
- quer beber um vinho antes? ou fumar um cigarrinho? qual cigarrinho você quer fumar? o artesanal ou fabril?
- se quiser fumar, eu te espero - até que eu estou bem paciente - e aí vou fazendo um aquecimento básico.
- uah! esquece os cigarrinhos! o vinho e o aquecimento básico! e vamos nos pegar agora logo.
- só-se-for-agora!
- uhahuhauhauhhaa - ela ri de gargalhar.
portanto, nós estamos nos pegando pra valer até o raiar do amanhecer. eu e zazuê. zazuê e eu. sacou? morô?

sábado, 15 de maio de 2010

CLXV

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refeito do toco, do bolo, do bola-fora que tâmara me deu. parto à caça de zazuê. se bem que eu já havia percebido um golpe de olhar de zazuê em mim. ela é esguia. assimetricamente baixa. própria pra alcançar o lugar certo, saca? ela tem a feição, o naipe de uma índia incrustada na mata amazônica. suas miudezas engrandecem a minha libido. eu me aproximo dela e gasto o português:
- zazuê.
- olá, meu querido!
- você já atuou ou atua em alguma peça?
- estreei uma há pouco tempo. mas. . . o porquê da perguntinha, muchacho?
- por nada - volto atrás - não... é porque eu tenho um texto escrito. na verdade, um dos meus absurdos doidivanos.
- adoro tudo que é doidivano, delirante, dantesco e deliciante.
- ah que ótimo!
- seu texto trata de que dialética? como são, mais ou menos, as dicções?
- não sei. não sei como explicar. só você lendo. te convido a conhecer a minha maloca também. a gente toma um beberico e aí lhe mostrarei todo o texto ao seu grosso molde.
- maravilha.
- maravilha - repeti.
o burburinho barulhento nos derredores da casa não atrapalha o nosso papo, o nosso diálogo.
- zazuê!
- fale-me!
- sabe o que eu quero agora, sabe?
- não. o quê?
- eu quero um beijo violento do teu batom violeta na minha boca.
- só-se-for-agora!
sem qualquer ora-ora. sem resquício de delonga, nos beijamos devassada e avassaladoramente. quase brutalmente. não desgarramos nossos lábios. quase nos pegamos ali mesmo na caraça de todo mundo ali presente.
o beijo violento do batom violeta - esse é exatamente o título da minha peça. e zazuê não está usando batom.

CLXIV

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eu, por minha vez, começo a catar tâmara. ela está totalmente dispersiva. algo que me intriga, pois ela mantêm-se sempre atenta a tudo que se passa. porém, desta feita, ela se mostra abstraída. eu tento atraí-la. tento fazê-la retomar a terra. puxo o papo:
- oi, gata! - estalo os dedos diante de sua face - vamos se curtir! atente-se para a festa aqui. não era você que desejou tanto estar aqui?
- sim. é. isso.
- poizentão?!
- desculpe-me.
- nada, não foi nada. esquece, gostosura.
- ok, gostosão.
- vamos. . . quer - aliso o meu peito estufado - vamos nos 'garrar hoje, minha gostosura?
- mmmhhmmm... acho que eu vou m'embora.
- hhhiiiihhhh... já não tô entendendo mais nada! já vi que eu vou ter que agarrar outro colo quente.
- vai vai vai !
- vou! é isso que eu vou fazer agora.
- tchau!
- até outro momento.
- 'té.
- desculpe-me, tâmara.
- não precisa de desculpas.
- sim. é. isso. não há espaço para desculpas. em outro instante, eu hei de ter-te de JEITO.
e
parto
pra
outra
- ou seja -
almejo, alvejo a dona da casa, da maloca.

CLXIII

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maloca de zazuê. todos estão aprochegados. já estão devidamente acomodados, bem refestelados. puramente desinibidos. cultivados no mais alto grau da embriaguez. todos se sentem à vontade para aprontar o que quiser. sem nenhum laivo de censura. cada um procura o olhar, a mão, as costas, as pernas, as coxas, as nádegas do outro. sem nenhum laivo de cerimônia. por enquanto não há fala. ninguém cicia uma fala se quer . . . nenhuma conversa. o negócio agora é arquitetar a formação do bonde, a formação de casais. cada um busca um canto da casa pra se catar. furunfurunfunfar.

sábado, 8 de maio de 2010

CLXII

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acaba caba a bebida e a droga. vazio. no entanto, o cio persiste siste. vamosimbora! vamos abastecer os combustíveis. não se pode parar. não se pode parar nunca. eu sei tou sabendo. ô!
e o pessoal sai pra buscar mais mantimentos lícitos e ilícitos. dois carros avançam em disparada. a necessidade é extrema. ora se é. logo-depois, eles retornam para felicidade geral da nação. todos nós já estamos empanzinados de tanto beber, cheirar e fumar e otras cositas. mas. . . não se pode parar jamais. eu sei tou sabendo. vocês estão entendendo. ô!
com isto, nós ultrapassamos o auge da bagaceira. por mais que tentássemos encharcar mais. não agüentávamos. e aos poucos, a galera vai se dispersando, se dissolvendo, vazando. só sobram alguns loucos como eu & tâmara. e claro. o dono da casa, do terraço – o professor de teatro viado. uns foram se expandir em outros lugares, bares e outras cidades fazer mais farra e sacanagem. outros, apenas para seus respectivos lares. já, os que aqui ficaram resolveram ir para a casa de uma menina aspirante a atriz com um nome gozado e inusitado: zazuê. ela até hoje não sabe muito bem o porquê o significado desse nome apenas que seus pais ex-hippies decidiram, escolheram esse nome quando ela estava perto de completar 1 ano de idade. antes só a chamavam de pequinuxa.
- hei ei, vocês vão adorar a minha maloca. é muito bem-feitinha. tem um ambiente bem astral – zazuê nos injeta doses de empolgação.
- ótimo ótima, minha amiguíssima. – o professor viadinho esfuzia-se. todo mundo para ele é amiguíssimo. aí, não querem que eu seja homofóbico.
- parece ser 51 uma boa idéia! – eu entro na dança, na brincadeira. já tô na chuva, vou me molhar. já tô no fogo, vou me queimar – e você, tâmara, minha cândida gostosinha?
- belezurinha. ‘tamos nessa!
PRÓXIMA PARADA: MALOCA DE ZAZUÊ.

CLXI

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todos estão atingindo o cume da chapação. inclusive, o professor diretor pseudo-dramaturgo veado. que prosseguia dando suas pintas infru-frutíferas. tudo está zoneado. cadeiras e mesas caídas e espalhadas à la vonté. de qualquer jeito-maneira.
os alunos-atores do seu curso, da sua companhia estão improvisando, mesclando cenas de vários textos, vários dramas, várias peças de todas as vertentes da dramaturgia: misturando, mixando Sófocles, Eurípedes com Ionesco e Strindberg. Balzac com Nelson Rodrigues. Shakespeare, Molière com Vianinha e Plínio Marcos. enfim, uma salada teatralizada.
eu, por minha vez, tento iniciar uma outra conversa com tâmara:
- escuta... tâmara. você continua dando expediente naquele bordel?
- o quê?
- continua dando expediente naquele bordel?
- como?
tentativa frustrada. minha fala, minha pergunta é interrompida. minha cena é roubada por esses seres estranhos e esdrúxulos.
- "Sendo o fim doce, que importa que o começo amargo fosse? "
Hamlet de Shakespeare.
- “Não convém aos deuses ter paixões de mortais.” - fala de Agave d ‘As Bacantes de Eurípedes – e continua com a cena. agora com a deixa de Dionísio – “...Zeus, meu pai, de há muito previra vossos destinos.”
- “Não está, né? Agora, olha, sua puta sem-vergonha !”... “Vai morrer morfético! Tu e essa perebenta ! Essa suadeira !”... “Será que você não é capaz de lembrar que eu venho da zona cansada pra chuchu?”
continua a encenação etiliébria de Navalha na Carne de Plínio Marcos:
- “Não vai machucar ele!”... “Não estou gostando dessa zorra aqui dentro.”
engraçado. também não. tou odiando. é por essas & outras que há muito não vou ao teatro. ‘mamãe eu quero’ tâmara eu vou meter o pé daqui! tou nauseado. a onda tá indo. eu não consegui nem formular a minha pergunta à tâmara que é deveras demasiado importante para mim. porém, ela:
- fica mais um bocadinho, meu grandioso!
- tá bem, eu fico.
pedindo assim com esse suave desvelo, ternura aliada a malícia. eu digo ao povo que fico sim, dom! só mais um pouco. . . prometo. meto.

CLX

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- meu dengo, você está mal-humorado? não está afim de curtir aqui? senão. . . .
- não, não é isso, bela tâmara. é este teu amiguinho veadinho. estava enchendo as bolas do meu saco. sorte. ainda bem que ele deu no pé daqui.
- haaah tá bom.
- vamos cervejar?
- claro, com cerveja e certeza.
- hahahá. exatamente.
- mas não quer conhecer todo-mundo? não quer conhecer a galera?
- não, não. tô legal de galera. vamo ficar por aqui mesmo brejando, minha gostosa.
- nós dois vamos parecer antipáticos. anti-sociais. nós dois vamos ficar destacados, isolados num canto bem afastados.
- eu muito aprecio estar destacado, isolado num canto bem afastado – respondo.
- por que você é tão assim?
- não sei. é de família.
- mentira. a sua família não é assim! eu conheço a sua família e a sua família não aparenta ser assim.
- deixa minha família pras cucuias! tudo que eu menos quero neste comenos é falar da minha – dou uns arrotos – divina família.
- háh, porquinho!
- minha limpinha, eu te mamo tanto. uiaohiuhauahaiohauhauhaaahuahuihaaauhuahaaaaaaaaaaaaa...........

CLIX

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aterrissamos na referida festa. uma festinha normal como qualquer outra: bebidas – muitas bebidas, drogas – muitas drogas, gentes – malucas e estranhas e esquisitas. mas, sem comidas, petiscos e demais acepipes para afugentar a larica. todavia, isso não é necessário, não faz falta. todos estão apenas querendo beber e gastar a idéia. agitar. docinhos. hahahá. glicose. porra nenhuma! cirrose circulando na veia.
o dono da casa. ou melhor, do terraço é o professor do curso de teatro: um veadinho expansivo e falante que já se aproxima de nós dois dando pintas e pintas:
- oooolá, tammy! que bom que você veio! a festa está uma uva! estávamos esperando ansiosos por você – o professor veadinho dirige o olhar pra mim falando com tâmara – quem é esse bofão que está te acompanhando, minha amiga? que formosura de mulato! uiúi! fiu-fiu pra ele, amiguíssima!
- mulato é o caralho, seu veado! me dá logo uma brêja. anda! o que espera, viadinho?
- nóóósssaaaa... que rústico ele é, hem!!!
- sou rústico mesmo, merda! todo homem deve ter o F³ no nível avançado.
- o que é isso, meu belo rústico?
- "todo homem deve ser feio forte e formal."
- hehehê
- vá buscar a brêja logo para nós dois. estamos secos, porra!
- pare de xingar. você só sabe xingar – tâmara me increpa.
- não. sei beber, fuder e escrever um pouco – quando me dá na telha – respondo.

CLVIII

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100% mulato e peladão. encaro de frente o meu portão. doidão. trotando, troteando tonto da silva santos ferreira. cavalo manco de tanto botecar por aí. não consigo cruzar a faixa final. visto a minha roupa. penso em cair na calçada e dar uma esticada aqui mesmo em frente a minha casa à exaustão de chapação por motivo de força maior. até que...
de repente...
surge tâmara. vindo de uma espécie de pré-noitada. achega-se perto de mim, linda, maravilhosa e sorrateira. me convida para prosseguir, prolongar a cachaceira numa festa de amigos que ela conheceu num curso de teatro. ela me conta sobre o pessoal. parece ser uma galera bem incomum, descontraída e divertida. não presto atenção em quase nada do que tâmara me diz: apenas que é uma galera bem incomum, descontraída e divertida. “interessante como elefante na savana africana” – pensei mudo, debochado.
- então, meu dengo, vamolá!? vamos farrear mais?! você vai conhecer e gostar bastante da galera. são legais demais! vamovamo!?
respondo em afirmativo gesticulando com a cabeça. não quero falar. ou não consigo. falar. só. be.ber.

CLVII

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assim caminho deslocado, tresloucado, transloucado. um depravado com todas as convicções do mundo para ter orgulho do que faço e do que deixo de fazer para ser o melhor e o pior em tudo. concomitantemente.
caminho. não! quero ficar nu, sim! arranco a roupa possuído e com ímpetos agressivos como se fora o incrível hulk em processo de mutação.
eeeeehhhh êêêêêêê a onda tá batendo mesmo bonito, cumpade! o processo é rápido como vento e a minha mente tá garoando. . . sinto-me desanuviado por completo. it’s ok, man. that’s great! gracias a la vida.

domingo, 14 de março de 2010

CLVI

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ESCREVIDÊNCIAS ACERCA DA AMENOMANIA DE UM VAGANTE VATE RAPSODO COM ENVERGADURA IMORAL



no imo diáfano do meu ser nu
anêmico
anímico
anelante
expurgo mil lobos a cada noite perdida
espargindo meu gozo garatujado semântico
no germe no cerne
de doutas dotadas carnes macias  
a poesia não é diletante
a poesia é dilacerante
doutro lado da margem eu me descambo
e descumpro todas as etiquetas de boas maneiras
farfalhando excentricidades
porém provo por A + B
que o nada não é nada
é algo importante –
uma palavra.



/^^\

CLV

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a cada andada, eu vou sorrindo, exibindo todos os meus mais de 32 dentes para todos os passantes ao meu redor. eu sorrio e digo para cada um deles:
- tranquilidade !
repito:
- tranquilidade !
de novo como um bis, um estribilho, um refrão:
- tranquilidade !
ao bem ver da verdade, há de concordar que todo mundo deseja, mentaliza a paz e o amor. no entanto, para alcançar, para obter a paz e o amor, é preciso antes de tudo, ter toda e total tranquilidade. senão não adianta de nada, não é?
sim.
mas quase ninguém liga para a minha vibe positiva, para os meus bons fluidos em forma de votos apetecidos. apenas um casal de idosos me agradece com fervor:
- muito grato, meu filho! que você tenha toda a sorte do mundo. tudo do bom e do melhor pra ti, meu filho. saúde!
eu reagradeço:
- MUITOBRIGADO.
ainda bambeando, cambaleando. penso em compor um poema. quero escrever. devo parar em algum lugar que tenha papel e caneta.
- ah lááá!!! eureka! bar à vista!
não quero nem beber muito. só vou pedir uma cerva para abrir mais a minha mente. porque eu já tô legal. tô bem sintonizado na energia da hidroponia. eu só quero escrever. papel e caneta, por favor!
sim.

CLIV

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então. hora do recreio. a merenda já tá pronta. a diamba, o charo, o charuto, a palha está meticulosamente enrolada. vamos nos concentrar no processo da adustão. então.
- quer fazer as honras, xará?
ele me oferece o baseado na base de prima. mas eu, educadamente, recuso e digo:
- quê isso, irmão! você que fez toda a laboração. você é quem deve tisnar, ou melhor: queimar primeiro! caralho, eu não perco essa mania de querer falar como no século XVIII!
- belezinha, vou mandar pra mente primeiro.
- fique à vontade! - exclamei.
logo a eito, chega a minha vez. prendo e jogo lá pro cérebro. e já estou relax, refestelado e álacre. afeito a comunicações, diálogos. . .
- huehuehuehue... e essa barba de mendigo aí sua heeeinnn! que visual é esse? qualé? vai arrancar não! o barbeiro vai perder seu emprego. ele tem 5 filhos e uma mulher em casa pra sustentar, dar comida e tal e tudo mais. . . aiuohoaahaohahaaaa... não sei como tu ainda pega umas mulheres por aí assim, não sei mesmo. . . essa barba, essa cabeleira tão brabas, meu xará!
- poizé, já tá me gastando! - faço uma curta pausa e continuo - o que eu posso fazer, se eu sou picão! fodão! eu sou mendigo, eu sou barbudo, cabeludo, sujo, asqueroso, mas elas não resistem! eu sou homem de verdade. eu sou um seguidor contumaz do pensamento do grande filosófo Chaves que todo homem deve seguir a fórmula F³, ou seja, "todo homem deve ser feio, forte e formal."
- huiahauihauihaihaiuhihauiahihaa......................... agora é você que tá gastando muito, viajando na ondinha bonito!!! huiahauihauihaihaiuhihauiahihaa.........................
- é vero. eu vou embora, eu vou embora. chega de gastar, conversar. o ato de conversar só serve aos idiotas! eu não sou idiota! eu vou embora.
- calmaê! espera mais um pouco. marca um dez.
- nem dois, nem dez, nem cem, nem mil. vou sumir agora.
assim, vou cambaleando pelo Valão. até encontrar a entrada da primeira rua que eu vejo pela frente. e o meu amigo junkie ficou fumando até não poder mais, até a última pontinha da palha seca. só ele mesmo.
agora é que começa a minha viagem internada.

sábado, 13 de março de 2010

CLIII

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o tal Valão é um tugúrio repugnante de sujo com um grande córrego imundo que exala um cheiro insuportável de restos de merda que saem das descargas de vasos sanitários de residências próximas do lugar e difundem-se nessa água contaminada e fétida.
portanto, o Valão torna-se um atrativo turístico para os viciados das redondezas queimarem seu fumo de erva danada furtivamente sem que haja qualquer resquício de fragrância. o cheiro forte da fedentina do tugúrio abafa o cheiro da erva e não dá pistas para os polícias os enquadrarem. por isso, a frequência é demasiada.
e eu e meu amigo junkiezinho estamos aqui para fazer a mente também como os outros.
- por acaso, você tem alguma seda aí? - ele pergunta-me.
- não. eu não costumo carregar seda.
- por quê? tu não é de marfuzar não?
- só de vez em quando. . . .
- ham.
- quer que eu vá arranjar uma seda com algum desses maroleiros aqui?
- vai lá! na fé!
- belé! vou lá!
vou em direção ao primeiro maroleiro que eu vejo e alígero, descolo uma seda na velha manha de ratazana.
- taí o que você queria, bicho!
- isso aêêêê! show, man!
- quer ter a honra de preparar a ceia?
- não não não. faço questão que você mesmo prepare.
- ué! cê não sabe fazer o artesanato não? o preparo?
- não.
- porra! que isso!
- cara, eu até sei.... mas irá levar horas. é mais prático você fazer.
- ham. . . . . qualquer dia desses eu te ensino o feitio. não é difícil. num instante você irá pegar o desenrolo todo.
- falou!
- quem sabe, eu posso até descolar uma grana dando aulas disso. é! vou abrir um curso de preparo de baseados para iniciantes. vou ganhar muito dinheiro com esse lance, não acha não?
- humrum. espero que eu entre no teu curso de graça.
- gratuito? 0800?
- sim e por quê não?
- beleza. é porque você é meu chapa. beleza, te darei uma bolsa, um desconto de 70%. tá bom?
- porra, 70%!!!
- ah ainda reclama. tô te dando mó moral!
- sei. . . moral...

CLII

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nessa andança transloucada, um junkie friend meu interrompe as minhas passadas de seguida.
- e aí campeão! o que você tá fazendo?
- sou campeão de porra alguma! por acaso, você tá vendo eu carregar uma medalha aqui no pescoço?
- sai dessa, chefe! o que você tá fazendo?
- também não me chama de chefe. porque se eu fosse chefe, eu 'taria usando um terno agora e cheio de cheque no bolso... mas qual é a boa de agora?
- eu tô com um bagulho doido que eu busquei agora lá da Chácara. quer?
Chácara é uma favela, local onde se consegue drogas a preços super populares. é o mercado branco e verde mais frequentado da área.
- quer fumar? esse aqui é hidropônico.
- é hidropônico mesmo?
- isso.
- demorou! é porque eu quero dar uma relaxada total. estou tenso. preciso aliviar essa porra de tensão, já que eu não posso alijar o meu tesão em alguma buceta de aluguel. meu dinheiro acabou todo em cervejadas.
- ã?! aleijar o tesão?
- alijar o meu tesão!
- aé!!! deu pra falar tão complicado agora? é poeta? escritor? jornalista? doutor?
- não, sou somente canalha.
- tava chapando no butecão?
- tava tava tava tava....
- então vamos viajar logo! essa parada. é o papo! vamos marolar lá no Valão.

CLI

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e trotando e trauteando pelas ruas como um vagabundo errabundo convicto eu procuro a redenção a cada rompante de talante disparatado que eu evoco em pensamentos estapafúrdios que me são consuetudinários eu não quero voltar pra casa não eu não quero voltar pra casa não estou sofrendo da Síndrome de Harry Haller ou Complexo de Hermann Hesse tanto faz dá no mesmo todo serumano deve ter seu ópio guardado no armário para usar quando for necessário e eu tenho vários mas o que eu estou dizendo eu não estou me entendendo você está me vendo eu não quero ofertar mais respostas nem inquirir mais perguntas eu só quero transar trepar descansar dormir apagar eu só me sinto alguém quando estou louco ou deitado em berço esplêndido.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

CL

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empapuçado de tanto sorver cervejas engarrafadas, cervejas enlatadas. zonzo. zicado de tão bêbado, trêbado trôpego pego um cigarro e acendo equivocadamente do lado contrário, ou seja, do lado que contém o filtro do referido tabaco. encontro-me na mão do palhaço Carequinha. ou no pé inchado de um palhacito do circo dos Trapalhões. um Mussum bebum maroto garoto roto propaganda da nº1 - ITAIPAVA. "e agoris, cumpadis? o que facis?"
[pulo essa parte!]
ponho a mão na cabeça da consciência, arranco uma meleca do nariz - é óbvio - e formo uma bola de gude grudenta e jogo na calçada. de eito, cofio o espesso cavanhaque cultivado há certas semanas. pois urge-me um fátuo desejo: I wanna be Nelson Gonçalves. porém antes da prótese peniana, é óbvio! ou melhor, eu quero ser uma espécime de Nelson Gonçalves cruzado com Noel Rosa. esse é meu último desejo. liga não, eu tou mesmo bastante chapado! deix'eu cantar feito um doido varrido aqui:

"...E as pessoas que eu detesto,
Diga sempre que eu não presto,
Que meu lar é um botequim
Que eu arruinei sua vida
Que eu não mereço a comida que você pagou pra mim."

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

CXLVIX

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nesse enquanto em que estamos nos embriagando, rola uma espécie de pagode de corno entoado por um grupinho de palhaços almofadinhas com cabelos arrepiados untados com gel e brilhantina. roupas de grifes - cujos nomes de marcas são esquisitos e sem significado nenhum. estão calçando uns tênis que mais parecem calçados de astronautas retardados. é um desritmo só! cantam em côro uníssono desafinado. as letras são ridículas. tudo ali é medíocre e ridículo.
- puta merda! tá brabo aturar isso. tá foda! - exclamo bastante irritadiço.
- pensei que aqui fosse um ambiente agradável - o irmão do biru-biruta engenheiro reitera.
- também pensei. . . rereitero.
- vamos zarpar daqui entonces, ora!
logo após essa sua fala. ele para, pensa e reflete e olha. porque eu vejo que a direção dos seus olhos encontra algo que ele procura com fervor. uma boa-bisca! mulher! muié! na língua do bom brasileiro. hehehe. mas não é bem uma mulher e sim um barril de vinho. uma tremendona gorda, obesa. um dinossauro. um brontossauro. uma baleia refugiada da arca-de-noé.
- peraê. vamos marcar aqui. vamozen bora não sô.
- ora porra por quê?
- tá vendo aquela gostososona ali! que carnuda. que formosa, que formosura!
- aonde? onde?
- ali. merda! tá enxergando não? tá precisando de um óculos...
- onde aonde???
- AAAALI!!!
- ALI?
- É
- TEM CERTEZA QUE É ALI?
- TENHO.
- ora porra tu é um São Jorge cruzado com poweranger!
- hãn?
- 'xa pra lá. esquece!
- po, tu não sabe, mano. eu tenho uma tara maluca por mulheres fartas, carnudas, deliciosas como essa. sabe como ela se chama? sabe? - ele dá uma breve pausa - babete picanha.
- hahahha. babete picanha?! já té sei o porquê desse nome de guerra que ela tem.
- porque ela é uma carne de primeira do meu açougue.
- putzzzz. . .ooorrraaaa!!!
penso: 'que péssimo!' mas é a tara dele. sou obrigado, forçado, conduzido a compreender essa sua tara excêntrica. a mulher é uma foca. um elefante da savana africana. mas ele a quer tanto. com isto, me deixa sozinho na mesa. sou abandonado por causa de um grande dragão branco. isso é que é amigo. amigo é pra essas coisas! ainda por cima, vou ter que desenrolar a conta das cervas sozinho. mas pelo menos ele vai foder feliz da vida. deixa quieto.
logologologo eu vou caçar a minha treta. também sou filho de deus! tenho direito a dar uma fodeca como ele. todavia à toda, terminarei de beber essa loira geladíssima. daqui há pouco, eu vou à luta.

CXLVIII

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forramos a pança. soltamos uns gases poluentes. uns puns cheirosos. uns peidos perfeitos. e decidimos completar a digestão rumando para algum bar de esquina mais próximo possível. conversamos assuntos desinteressantes que serviram para passar o tempo até chegarmos ao tão desejado recinto.
e aqui estamos.
mal sentamos e já chega um guri nos atendendo bem trazendo aquela cerveja.
- opa! gostei dessa birosca. já estamos sendo bem servidos. bem recebidos. já é um convite para retornarmos a esse estabelecimento beberiqueiro - exalto ao guri atendente.
- muito grato com muito gosto - ele responde.
- já estou me sentindo no conforto, bicho - o irmão do maluquinho arquiteto exorta também.
- à nossa saúde! que nunca fiquemos sem tomar uma. duas. três. seis. sete caixas desta loura gelada! - brindei com o comparsa.
- o que vão querer para beliscar? - o guri atendente sugere - querem algum aperitivo especial?
- não não não. brigado. já estamos devidamente laricados - eu respondo.
- beleza. qualquer pedido tamos aí, viu?!
- falou, mermão.
parece que hoje eu vou cair na carraspana como de hábito. êta vida marafa! não adianta fugir desse meu destino. arriba abajo adentro! eita nós.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

CXLVII

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indo direto ao ponto. sem rodeios & sem meneios.
- esbugalhe os seus olhos. veja bem só a parada, cumpadi.
- caramba! que maluquice! mas achei do caralho. huahuahua. - não aguentei, tive que soltar um riso desenfreado.
a casa que o irmão dele construiu, não é bem uma casa. e sim, uma cabana, um trapiche, um barraco de madeira, uma espécime de oca no meio da floresta amazônica. até que o sujeito é bem engenhoso e inventivo. não chega a ser um Niemeyer. porém é um bom arquiteto. entendo que é uma forma dele ficar mais à vontade. um jeito de estar mais consigo, estar mais íntimo. uma maneira de ninguém da família incomodá-lo.
- porra, po! do que você está rindo aí, merda sô???!!! - ele se irrita na hora - olha a situação em que se encontra o meu irmão?! não está vendo a situação, cara!??
- tô! tô!
e o tal irmão gênio biruta começa a demonstrar uma certa cólera. e nos olha com um semblante bilioso nos nossos olhos e começa a xingar de já:
- saiam! caiam fora daqui! parem de me perturbar! vai tomar no cú vocês! vai pro caralhooooooo!!! vai se fuder! vão se foder! tomar no cú pra lá vocês dois todos!!!! vão pro caralhoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!!!!
- tá vendo. olha como ele está - ele demonstra ainda mais preocupação com seu irmão.
- bicho - eu começo a minha colocação - eu acho. eu acho não. tenho certeza que ele está muito bem vivendo assim. pensa: não é ótimo viver com total e restrita privacidade? ninguém te aporrinha. aposto que vocês estão estourando o saco dele já cheio e estufado. seus pais também são pirados que eu sei. sua mãe fala coisa com coisa que todo mundo comenta por aí. teu pai é viciado em jogo, futebol e pinga. tá quase aposentado por isso que deve estar surtando... deve estar se achando inválido e tal. meu camarada, eu te conheço há tanto tempo, fique tranquilo, tranquilize seus pais. ele não tem nenhum problema. parem de ficar se preocupando com isso. cadê a sua mãe? e seu pai? tá na rua bebendo não é?! vamos fazer o mesmo que ele então?
- vamos laricar um pouco. minha mãe fez um frango frito com farofa acebolada. tá gostoso à beça. vamo rangar?!!? depois a gente parte pro botecão. fechado?
- combinado.
- mas, você não sabe, temos que comer bem longe dele - e volta o olhar para o irmão enquanto fala - porque quando ele vê alguma comida. ele cisma que a comida gruda e taca a comida na parede e jura que serve para acimentar as paredes. quer uma demonstração?
- hã...ran.
- vou pegar a comida pra você ver.
ele vai até a cozinha e pega o prato cheio e entrega ao irmão que pega a comida com a mão e joga na parede quase me atingindo:
- eu tou com o erê! eu sou o erê. eu não como essa comida. essa comida não é de erê! é comida que gruda! é comida que gruda... huehuehuehue.
- ihih! essa é nova! erê? que merda é essa de ser erê? tá vendo como ele está?
- que nada, mano. ele só gosta de se expressar. ele é um gênio biruta. vamos beber e deixa isso pra lá.
todavia, resolvo outra coisa.
- ah nã!! se bem que laricar esse rango esperto. é uma boa idéia né! daqui há pouco a gente beberica.
- falou e disse, véio. mããããnhêêê!!! põe mais um pouco d'água no feijão que hoje tem filação de bóia. huohuhoohhuhooo. . .

CXLVI

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dando prosseguimento a minha peregrinação desnorteada, pronto e presto a esperar qualquer B.O. de coisa alguma acontecer. sempre munido de uma carta às na manga no baralho contra o tédio. a modorra é uma doença para a qual eu tenho meus antídotos. o que eu mais gosto mesmo e não tenho o menor pudor em dizer é de estar o tempo todo à toa na toda a 1.000 p/hora! quando se trata de não fazer nada eu sou bastante rápido, bastante ávido, demasiado veloz. rápido, lépido, rasteiro, célere & certeiro.
por conta disso tudo, eu sempre tenho uns amigos figuras bem amalucados como esse que me depara e para o meu desregrado caminhar.
- mano mano, bicho! tá de bobeira? - eu penso em me hesitar mas não dá tempo para isso - venha até a minha casa para ver uma coisa doida. totalmente louca.
- o que é, mané? - eu, de saco bem lotado, perguntei.
- cara, se liga. meu irmão agora pirou de uma vez! ele tá doido doidinho doidão. . .
- por quê?
- cê não vai acreditar. não vai acreditar!
- fala logo, puta-merda!
- ele construiu uma casa dentro da nossa casa. cara, que doido! ele construiu sua casa própria no interior da sala. e não quer mais sair. cozinha, come, fuma, bebe e vê televisão. tu acredita?? tem até televisão lá dentro! po porra! ele não tá piradão da silva?! hein, o que tu acha dessa situação?
- vamos lá ver isso.
enquanto estamos andando até a sua casa. eu forço para não rir às gargalhadas. umas belas dumas exageradas e convulsivas gargalhadas.

CXLV

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passado o ocorrido fatídico e atroz com o rapaz do skate. saio do socavão que eu me refugiei da polícia - da casa abandonada. do nada, já estou deambulando de novo. sem saber o que fazer e pra onde ir. pra casa ou pro bar? eis a questão. no meio desse meu pensamento de conflito interno - não é que surge esse rapaz do skate?! e ele me reconhece de cara:
- fala tu! tu não é o cara que zuniu aquele pedregulho no carro dos polícias?
- sim. sou eu. fui eu que taquei, joguei a porcaria da pedra mesmo. porra, eles estavam te esculachando, te enquadrando, te bagunçando muito do injustamente. por isso fiz aquilo que eu devia fazer mesmo!
- po, valeu! tu é fodaço. gostei do que fez.
- só porque você é preto. se fosse um playboy branquelo, eles não iriam nem mexer contigo, nem sequer te olhar. essa merda de preconceito.
- é foda mermo!
- mas e aí, tu manda bem no skate legal?
- mando. já participei de uns três campeonatos e o caralho. fiquei em segundo lugar em um. e nos outros também consegui umas boas colocações. mas agora, eu não consigo mais participar de torneio nenhum. perdi os patrocinadores por causa de besteira. besteira total! po, mas eles também são uns hipócritas de uns caretas.
- e o que houve, então?
- po, eles me pegaram fumando um beck. noutro dia me pegaram no crack e no outro na nareba do pó. e eles cancelaram meu contrato. nada a ver! filhos-da-puta! e atualmente, para continuar me sustentando e pagando a minha faculdade de educação física, eu tenho que traficar, vender uns bagulhos pros plays viciadinhos da minha faculdade inteira. tem uma pá de neguinho lá que gosta muito! tu não tem noção, rapá.
- poizé é a vida num é...
não venham me dizer agora que os policiais tinham razão de revistá-lo, enquadrá-lo. . . eu continuo defendendo o moleque. afinal, ele não deixou de ser trabalhador. de tirar o seu dinheiro. a polícia é preconceituosa de fato. só porque o garoto é negro. tem muito branquinho que faz a mesma coisa. o que é o certo e o errado? eis a questão. eis a velha questão.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

CXLIV

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"se essa rua, se essa rua fosse minha. . . ." fosse não! ela agora é toda minha. todo o asfalto quente percorre os meus poros no passo dado que batem meus pés no seu solo concreto acizentado. sinto o seu cheiro ocre de urina, de guimbas de cigarro, de lixos deixados pro carro da coleta recolher à noite. vizinhas faladeiras, fofoqueiras de plantão no portão. crianças brincando de futebol, soltando pipa, fazendo furdunços que são característicos das crianças. velhos sentados na calçada admirando o nada. carros estacionados e outros carros passando. tudo se movimenta na rua, nada permanece estático. rua, teu nome é caos. tudo pode ocorrer na rua, em qualquer rua. salvante algumas ruas que são até bucólicas e entediantes. todavia as ruas desse bairro são ejaculadoramente movimentadas. por aqui pelas redondezas tudo pode acontecer. MESMO!
de fato. caminhando por uma dessas ruas agitadas. presencio um acontecimento que me deixa indignado. com muita raiva e ânsias de vômito. sim, uma ira, uma ojeriza bem latente me provoca reações descontroladas dentro de mim. eu tenho que pôr toda essa porra dessa coisa irascível pra fora! vejo três polícias enquadrando um garoto negro andando de skate. eles começam a revistá-lo. avisam-no que é uma procedência de rotina. enchem-no de perguntas inquisitórias do tipo: "tá indo praonde? tá vindo de onde? e tal." no passo que eu de cá me explodo de ódio olhando pra esse escabroso, horroroso, escroto fato.
manifesto.
- parem de esculachar o cara, seus porcos, macacos de farda! seus hipócritas de um estado hipócrita! parem de esculacha-lo! - berro, grito, vocifero, esperneio causando um imenso fragor sonoro pela rua - só porque ele é preto. se fosse branquinho.... eu queria ver. eu queria ver. vocês não iriam fazer tudo isso. ah se fosse com um playboyzinho filhinho-da-mamãe-e-do-papai, o tratamento, a abordagem policial seria outra, seus porcos!
pego uma pedra do chão e taco, jogo em direção do carro dos pms como se fora um frisbee - um objeto de  disco feito de plástico com 25 centímetros de diâmetro, usado para entreter cães domésticos. mas o que eu jogo é uma pedra mesmo bem pesada quase um pedregulho que cai certeiro no capô do carro que logo faz um tremendo estrondo. os policiais em seguida me olham.
quando eles deram por conta, eu já estava bem longe. me arranquei de pronto. na verdade, eu pulei, me escondi numa casa abandonada. a única casa abandonada do bairro. uma casa que dizem os mais velhos ser amaldiçoada, assombrada. na qual, afirmam ter ocorrido um suicídio coletivo familiar. será que eu devo MESMO acreditar nessa estória?
é o cúmulo do absurdo pra mim!

CXLIII

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acumulo meu débito com muita cerveja ingerida e contida no meu sangue. eu já tô no brilho total. não forrei o meu estômago porém alimentei o meu fígado esfaimado de substâncias etílicas. pra encerrar & cessar a bebedeira toda. eu peço uma coca. coca? é. não me pergunte o porquê da razão desse pedido. eu só sei que aprendi com a minha tia alcóolatra-pinguça que é sempre bom tomar uma coca-cola após ingerir muitas cervejas. ela fala que isso ameniza o baque da ressaca do dia seguinte. foda-se! não ligo pra isso, mas sigo a instrução & recomendação de minha tia.
antes de sair do boteco. me dirijo até o balcão e aviso ao dono do estabelecimento:
- ô chico! já sabe que eu tô pendurando contigo essas daqui - e aponto para a mesa que eu estava, repleta de garrafas de cerveja vazias e uma coca-cola também vazia - então, tu sabes que eu tenho esse crédito contigo, essa conta né. sou cliente assíduo.
- porra, tu é foda! de novo, no fiado, viado! tu não tem vergonha? não tá trabalhando não? e aí? como é que anda a tua vida?
- continua andando. minha vida não é aleijada. se bem que às vezes cambaleia, balança, gira, rodopia, mas segue sempre em frente na sinuosidade que é a própria vida. porque a vida, meu caro, é sinuosa, nunca em linha reta. quanto ao trampo. eu fui expulso, demitido, desligado, despejado do meu emprego de office-man há uns quatro meses - uma breve pausa - hahahhuahuaahahahaha... eu tô vivendo muito bem com meu seguro-desemprego. não sabia que eu tenho um seguro-desemprego?
- não, eu não sabia.
- poizentão.
- poizentão o quê?
- cai fora daqui, vagabundo! eu tenho muito o que fazer. não tenho tempo pra ficar perdendo com você, de papo batendo pro ar. fiado já me bastam as tuas bebedeiras agora ainda tenho que aturar o fiado da tua conversa!. . . brincadeira? tá de sacanagem?!!
- falou. fuuuuuuuuiiiiiiii. . . .
e denovamente ganho a rua.

CXLII

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como já é de praxe, o boteco da esquina da minha rua está cheio de vigilantes ambulantes autônomos da liberdade como eu. ocupados com o exercício de fermentar e ingerir álcool em seus fígados. ocupados em meter os pés na jaca e na cana até ficarem inchados. mais uma dose de cirrose, é claro que tamos afim. forever, forever drink! depois, eu sei que eu vou estar bem, me escorando, caindo em algum canto. a sorte é que eu tenho uma cama e um teto pra cair e me erguer no dia seguinte.
enquanto eu estou matutando essas idéias. o rádio do botequim toca uma marchinha antiga de carnaval:
'chegou a turma do funil/todo mundo bebe mas ninguém dorme no ponto/ah ah ninguém dorme no ponto/nós é que bebemos e eles que ficam tontos...'
- porra, bem que hoje. ou amanhã poderia ser carnaval. mas carnaval é questão de espírito. todo mundo tem certa possibilidade de fazer da sua rotina um carnaval. basta querer. basta querer o quando a hora que quiser. é só entrar numa órbita boa, numa onda diferente.
é melhor concentrar só no meu copo aqui, só. chega. de matutar.

CXLI

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levanto-me da camalcova num obrigatório salto. eu preciso agir! acordar pra cuspir! enfio a minha cara na pia cheia d'água. tudo pra não ter que tomar banho logo de prima né! é o papo... então, escovo meus dentes amarelecidos celeremente.
creio que mais uma vez não há como tomar um digno café quase da tarde. é o meu horário sempiterno de despertar e não tenho nenhuma vergonha de admitir isso. o que posso fazer? me diz! eu não possuo emprego. na vera, eu trabalho, sim. sou vigilante. vigilante da liberdade. às vezes, ganho muito bem com isso! seguindo esta carreira promissora. mudando e voltando pra via do devido assunto. .  .
já que não tem café. vou beber uma cerveja qualquer numa bodega qualquer no fiado, na pendura, no depois-eu-pago, no pra-daqui-há-um-mês. tá beleza? essa parada.

CXL

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huiauhuhaahuiahiauhahuahaaeuiheheehehaahiahaaa... como é bom, como é magnífico e mágico viajar sem sair do lugar. em suma, como é bom viajar sem sair de casa. eu acordo com essa sensação. aos pouquinhos eu vou despertando mas na base do susto:
- HÃÃÃNNNN!!!! NOSSSAAAA!!! PÔÔÔRRRAAAAA!!! QUE SUSTO!!!!!!!!!!!!!
puuutzzzzz.... ninguém vai acreditar nisso! eu me assustei com a minha própria mão re/pousada do lado da minha cara em cima do travesseiro.

CXXXVIX

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recebo o vento
sou a flecha da redenção
voando pelo céu de chumbo
um anjo desencarnado
sem asas de ícaro
com braços morféticos

e pés pousados
em solos fétidos

recebo o sol
que corusca em meu rosto cambiante
contrapondo minha pele enrubescida
formigada pelo contato com a mata virginal
na subida do monte de vênus

não percebo
estamos todos nus

recebo outro corpo
e sou conduzido a um lugar livre
onde os sonhos não se esgotam
e que um dia eu poderei
dizer que já estive.


*
*
*




termino de escrever esses versos imersos e apago.

CXXXVIII

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enfim, em casa. abro o portão. jogo meus chinelos na entrada. penso agora: o que tem pra fazer aqui? bem. . . será que tem cerveja na geladeira? tem algum programa bom passando no gatonet? eu devo ter anotado o telefone de alguma messalina... acho que eu vou bater uma vendo o canal pornô. peraê! acho que eu tenho um charo guardado, um tabaco hidropônico que o meu cumpade-camarada ganjaman noite linda me deu um dia desses que já faz um tempinho.... acho que eu devo ter guardado esse cigarro transgênico há meses! (na ausência do cigarro industrializado. o natural torna-se providencial.) eu até posso escrever algum verso, tocar o meu membro assistindo um filme pornô da cicciolina ou de alguma putatriz brasileira-tupiniquim e viajar na maria-fumaça-thc-celulose.
(ah!.... descubro que não estou velho demais pra isso.) 
e por fim - tirar uma sonequinha sossegada e sucessivamente sartar em sonhos celestiais.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

CXXXVII

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zarpei da bodega e tornei a vagar pelas ruas. percebo que há dois conhecidos meus vindo em minha direção. não dá tempo para despistá-los. eles já me viram. odeio quando isso acontece! não dá tempo para fugir. escapar para uma outra rua, uma outra saída, uma outra entrada de algum beco ou viela. eles já me viram. isso é péssimo! porque, porra, eu não quero ver e muito-menos falar com ninguém. mas não adianta, eles se aproximam e começam a falar. e um já começa fazer uma pergunta estúpida e cretina:
- tá vindo de onde, cara?
- eu?
- não. tô perguntando pra árvore do teu lado. ô merda! tá vindo de onde?
- ah de uma birosca aí!
- pô, vamo voltar pra lá onde você tava!??
- ah não. acho que eu vou para casa.
o outro também pensa da mesma forma.
- aheh. acho que eu também vou nessa!
- porra, tá enfraquecendo? - o primeiro chato indaga ao outro chato segundo.
- sei não. acho que eu vou continuar a andar por aí. de repente, tem algum posto 24 horas aberto e pode ser que eu pare pra tomar umas latas de itaipava... - sugiro.
- ótima idéia! - o primeiro exulta.
- pensando bem. desisto. não vou mais não.
- ai caralho! deixa de ser doido de pedra!!!
- vou para casa mesmo.
- não temos nada para fazer. vamos andando com você. beleza?
- mas eu não vou pra casa. vou andar só - refleti por alguns minutos e voltei atrás - não não, eu vou pra casa sim!
- então vamos!
e caminhamos, os três patetas, juntos no mesmo passo marcado. é quando me bate súbita sequela:
- iiihhh! esqueci de ir embora. minha casa é pra lá! não é pra cá - eu tinha ido pra direita quando na verdade era pra esquerda - é mole... esqueci onde é a minha rua, esqueci onde é a minha casa. . .
- cara, não acredito nisso, bicho!
- você esqueceu de ir embora. esqueceu onde mora. . . que doideira!
- porra, poizé. . .

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

CXXXVI

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- retomando o assunto... você disse que têm válvulas de escape. poizentão, quais são as suas válvulas de escape? - interpelei-o.
- as minhas escapatórias são cerveja e mulher.
- Ó T I M O!
- e não é?
- sim, claro, claro. . .
- só que hoje eu tive um encontro com uma mulher aí em situações inusitadas... nem te conto, rapá!
- porra, já que tocou no assunto, conta tudo logo! - me fiz de curioso.
- pô, é uma mulher que eu já ficava de olho mó tempão no meu trabalho!
- ham.
- mandei um bilhete pra ela com umas rosas vermelhas e violetas na mesa dela e joguei o seguinte papo: "cacau, depois do trabalho, me espere na lanchonete do final da rua que eu descerei em 15 minutos. já reservei o motel com oito horas de duração. espero que você use aquele seu espartilho que você me prometeu. quero que você me deixe louquinho da silva santos! eu te quero toda, cacau! ass: nando."
- e daí? vocês se encontraram na lanchonete?
- exato. lá, nós paramos um tempinho pra tomar uma coca-cola e comer umas porções de amendoim.
- coca-cola com amendoim? que eu saiba, o certo, pra dar mais tesão é catuaba com amendoim... é o que funciona!
- poizé... mas ela não gosta de catuaba.
- ham... e daí, vocês chegaram no motel?
- isso. entramos no quarto e tal... ela abriu o zíper da minha calça e começou a lamber minha glande e depois chupou e engoliu o meu pau até o gargalo e depois soltou e depois foi fundo de novo. chupou, engoliu o meu pau todo, perdeu o ar, gorfou, perdeu o ar, engasgou e deu uma ânsia de vômito nela. e pimba! não aguentou... vomitou todo o amendoim no meu pau... emporcalhando ele todo. aquela merda encrostada, besuntada, aquela merda toda ali cobrindo o meu pau. aí não deu, né? fiquei muito puto com ela! murchei! não deu mais. fiquei muito puto mesmo... cortou todo o clima! corri para o banheiro. lavei meu pau, me banhei. ah! já ia me esquecendo, sem contar que ela quando tirou o espartilho foi aquela baita decepção né! pensei que ela fosse uma bela duma gostosona. toda curvilínea e tal. no entanto, era tudo uma engabelação. quando ela tirou aquilo, caiu tudo! como se fosse o palace 2. desabou tudo de uma só vez! estrias, celulites e demais pneus que estavam devidamente escondidos, apareceram pra rolar como uma avalanche de pelancas. a merda foi completa mesmo!. . . que noite foi essa hoje, mermão! que azar mesmo!!! não é?
- é, vero. e ela?
- ficou ali parada. feito um 2 de paus. sem dizer nada. completamente extática. com os olhos esbugalhados somente. levei ela pra casa sem dizer uma palavra. e foda-se!
- o foda vai ser conviver com ela depois disso no trabalho, né? - indago-o.
- mas depois eu me resolvo com ela. tiro de letra. tô pensando até em dar uma segunda chance pra ela! mas sem amendoim dessa vez. até que ela é uma puta duma gordeliciosa!!!
- ah é, verdade!
no pós desse blá-blá-blá idiota e nojento, porém, ultra-engraçado e não menos pitoresco. pedi a conta de apenas 1 cerveja que eu bebi. foi tanto lero-lero que eu fiquei morgando, moscando, mosqueando com 1 cerveja! tá vendo porque que eu não gosto de me misturar. por isso que eu gosto de parar num bar e ficar bebericando destacado. tem sempre uma figura estranha a me empentelhar com essas tolices de estórias. mas que são engraçadas, ah isso são!

CXXXV

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mas assim mesmo, não teve jeito. me pára um sujeito... sem noção de nada nem de porra nenhuma, sem um mínimo critério de juízo cabível senta na cadeira que estava vazia da minha mesa. aposto que viu que eu estava sozinho com cara de maluco solitário ou psiquiatra falido e veio realizar uma consulta comigo só pode... é foda sentar numa mesa com mais de uma cadeira vazia! dá nisso.
- falaí! beleza? tudo no esquema dos conformes? _ o sujeito pergunta.
- sim.
- é casado? tem filhos? é solteiro?
- por que você quer saber da minha vida? por acaso, tu tá me dando uma cantada? tu é viado ou algo assim? eu não curto essa onda não, meu chapa...
- e... nada a ver! eu sou facão, cumpade!
- ah porra!
- mas responde a pergunta que eu te fiz!
- por quê?
- se tu quiser, não responde.
- não não não, não tenho droga de ninguém na minha vida!
- porra... já eu, sou casado e tenho 4 filhos. minha mulher já tá me enjoando... meus filhos enchem todo o meu saco... brigam sem parar e ficam correndo pela casa, quebrando tudo! e minha mulher só me olha com cara de azêda... por isso, que eu tenho que ter minhas válvulas de escape.
- e quais são as suas válvulas de escape? já que você não consegue dar no couro com a sua mulher direito.
- tá me chamando de brocha? - porra - ou de viado?
- não.
- então de quê então?
- de nada, só tô dizendo isso porque quando fala que a mulher tá enjoando é porque não a come como deve ser comida. ou você pode mesmo estar virando a casaca mesmo - paro por uns instantes - ah, merda! sei lá da tua vida!!!
- ih, qualé cara!

CXXXIV

.



rrrrruuuuummmmmhhuuuummmnnnmmmmm...
tá me dando uma vontade arrebatadora e exulcerante de cagar. cagar pra valer! não sei por quê? agora que eu tenho urgentemente encontrar uma biroska e descer o joão-de-barro no jarro. ô! no vaso!
e começo a andar descompassadamente, os passos apressados & desenfreados. suando... transpirando... exsudando... em bicas & torneiras! minha roupa toda encharcada de suor de nervosismo que eu estou. e não consigo achar essa porra de botequim!!!
até que....................
...........................................encontro!!!
e enceto a disparar em direção ao banheiro... como sempre esses banheiros são fedorentos. sem papel higiênico, eu me limpo com a cueca mesmo. e depois a jogo no vaso e dou descarga. não tenho importância fico sem! é até mais confortável... e ele agradece! ele fica mais livre pra respirar.
subo as calças. ajeito-me. saio do banheiro tranquilamente e peço uma cerveja ao zé dono do bar. e procuro me sentar num local mais dixavado, isolado e abscôndito possível.

CXXXIII

.



no meu habitual andar cadenciado. vou percebendo que ainda há um resto de movimentação pelas ruas. o calor não deixa algumas pessoas dormirem. corpos são sacudidos, sacolejados pelo clima abrasador que faz esta noite. por isso, creio que todos os bares devem estar um tanto cheios. não adianta, eu não vou ter aquele sossego que anseio. será que eu devo regressar ao puteiro? meia volta volver!?! devo? devo? devo? não! não quero ver tâmara prosseguir com a sua labuta. rebolando a bunda para outros machos! eu não suportaria e socaria as fuças do devido condenado!
tenho que prosseguir com a minha caminhada. bar! bar! beber! relax...
- um cigarro agora me ajudaria a travar esta caminhada. . . _ pensei em voz-alta.
e acendo meu fumo industrial, na ausência de um cigarro natural.
mas não quero mais escalar morro. estou velho para isso.
- uhahiiuhahuhuahuahuahuauhaiahohaohaahuaahuhuauihioahuahahuaa...... - rio em alta-voz.

CXXXII

.



então é isso. depois de saciar meus profanos desejos sacanas com a 'putana' da tâmara. (minha linda hetaira!). eu necessito mesmo dar mais uma relaxada em algum reduto etílico. a noite não termina assim tão de-repente & fácil para mim. admito: sou um mandrião convicto. com muito orgulho, com muito amor! hahahahahahahaha... estou igual um tuareg no deserto louco por um pouco de água após um dia inteiro de batalhas. só que ao invés de água eu quero matar a sede mesmo com água...rdente !

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

CXXXI

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não satisfeito, na cara-dura, direciono essa pergunta à tâmara:
- podemos trepar de novo, gostosinha minha?
- ai não, meu benbenzin!
- ué, por quê não? qual é do papo?!
- eu tenho que arrumar mais uns quaisquer aí. mais umas merrecas. pois eu quero entrar para faculdade.
- me diga uma coisa: por que toda prostitutazinha tem que ingressar na faculdade? pra quê??!!!
- deixa de ser babaca!!!
- à título de curiosidade: qual curso você quer fazer na faculdade?
- serviço social.
- pra quê? pra quê você vai fazer serviço social? você já é formada nisso. já pratica tão bem o serviço social aqui. hahahahahahahaha.
- hehehehehe. é, de fato. aqui eu já aprendo o que é serviço social.
- então...
5 minutos depois.
- ah minha graciosa! vamos trepar de novo, vamos??!!!
- não não não posso não posso.
- então te desejo: bom trabalho, tâmara!
- muito'brigada!
- que nada!
- depois eu passo na tua casinha e forneço mais combustível ao seu tanque.
- promete, sua rameirazinha?
- promessa é promessa.
- então tchau!
- tchau.
de seguida, escapuli do bordel, escada abaixo, rumo à primeira bodega que eu encontrar pela frente afim de encher o tanque do meu motor.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

CXXX

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- empina, empina, arrebita bem o rabo!
- assim?
- isso, assim! desse jeitinho mesmo. toma! toma! toma! e toma!
- ai ai ai auahu auawuuu auawuuu!!!
- que rabinho mais delicioso que você tem, hein, tâmara?!
- gosta gosta?!
- A D O R O !
- me come me come com toda força que você possui!
- rãnm rãnm rãnm!!! vou cavar por todo o teu belo orifício.
- devagar. . . devagarzinho...
- devagar?!
- É!
- tá. não vou te machucar. mas a dor é intrínseca ao sexo.
- pare de gastar português à-toa e me fode bem gostosinho!
- acho que eu vou gozar tudo que eu tenho direito agora! vou explodir a minha porra toda!
- segura, aguenta mais um pouquinho... não solta agora não. agora não!
- tá!
após uns tantos minutos:
- você não disse que a dor é intrínseca ao sexo?!
tâmara avança um tapa na minha cara, que eu de-logo revido:
- ahé!? toma isso!
- huuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuummmmmmmmmmmmmmmmm...... agora enche a palma da mão e bate na minha bunda.
- assim?
- A S S I M !
- que demais tudo isso!
- me fode me fode me fode. me soca bem. trepa tudo! mete mete mete! aiaiaiaiiiiiii!!!!!!
- agora vou gozar. lá vai a queda da cachoeira de esperma! ââââuuuuuuuuunnnnnnn!!!!
finalizo com uma bela duma esporrada na face caboclamulatada de tâmara. eu agradeço o comprazer relaxante do meu deleite carinhosamente dando pauladas com o meu caralho na boquinha aveludada dela.
- curtiu, bembenzinho?
- ôôô. . . se curti!!!! veja toda essa porra besuntada na tua carinha.
- áh que bom! missão cumprida. hum e bem comprida! - depois de formular essa fala, tâmara contentemente chacoalha meu pau como se se fosse brinquedinho inanimado de criança.

CXXVIX

.



abaixo a sua cabeça novamente em direção ao meu membro hirto. seguro e prendo os seus cabelos como se se fosse segurar uma rédea. e tâmara como sempre chupando magistralmente me elevando a décima potência do tesão:
- huhuh... nossa! saboreia, saboreia esse caralho.
a eito, adentro o meu pênis por entre seus seios fofos e arredondados.
- tá gostoso tá?! tá gostando?!
findando esse roça-roça preliminar. parto para o grande ataque. enfiando meu pau na sua boceta ávida por sucessivas penetrações. seu rostinho de tarada querendo ser fodida incontinenti eleva ainda mais a potência do meu tesão:
- me dá me dá piroca, dá!
- sim, sempre!
- soca empurra mete enfia bota tira fode fode me fode vai!!!
- puta-merda! tá bom da porra!
- tô sentindo que você já quer gozar, meu benzin.
- NÃO NÃO NÃO. nem pensar!!! vou te meter muito ainda!
- então, mete mete mete soca soca soca me fode me fode me come me come come come. . . aaaaiiii!!!
- isso. grita, geme, grunhe, esperneia! e toma pica na buça!
ordeno, ordenho que ela mude de posição para iniciarmos o tão aguardado & fomentado sexo anal.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CXXVIII

.



- não não não me beije, neguin! não pode... aqui não pode! é o meu ambiente de trabalho. é a norma da casa. eu sigo a norma do estabelecimento: fica terminantemente proibido o contato labial com o freguês a fim de evitar possíveis casuais envolvimentos pessoais/sentimentais. e eu sou disciplinada. sigo à risca a regra.
- que foda-se a porra dessa regra! eu vou beijá-la nem que seja no tapa!
- mas não pode não pode não deve. . .
- por quê? você me beijou das outras vezes sem nenhum empecilho sem palhaçada sem nenhuma bobeira. por que isso agora?
- é diferente. aqui é o meu local de trabalho.
- hah eh?!!
e tasquei um beijo canibal em sua boca. um beijo lascivamente antropofágico. eu não roubei um beijo de seus lábios. eu o sequestrei. e algemei, trancafiei sua boca na minha por uns longos minutos. até passar os meus dedos sensualmente nos seus lábios e carregá-los até o meu falo.
- chupe essa rola como se se fosse um sorvete de caramelo.
- hum que pica mais delícia!
- circule a língua no pico da minha pica.
e tâmara enceta deliciantes circunvoluções orais no invólucro do meu pênis. que delírio!
- me beije de novo! e diga que eu sou o seu eterno macho!
- você é o meu eterno macho.
- grite!
- VOCÊ É O MEU ETERNO MACHO!!!
ela grita enquanto eu cavouco meus dedos na sua linda buceta.

CXXVII

.



- opa! gostosita! já está aqui. . . e aí? vamos começar?
- claro!
tâmara responde bastante animada. fazendo-me encher de inspiração acarretando numa catadupa de excitações.
- será que voce não gostaria de me levar para um outro lugar... algum motel que possa haver uma caminha mais acolchoada. um lençol menos amarrotado com um ambiente bem perfumadinho, hein? acho que você queria sair daqui, não?
imaginei dizer para ela o seguinte: "ô, mulher larga de besteira, larga de frescura! nem parece que é uma bela de uma piranha..." mas fui impedido pelo mínimo de respeito que eu tenho às boas maneiras de educação e discrição. fui entregue ao politicamente correto. a hipocrisia.
- hah, não! tâmara. o pior é que eu tô gostando desse mocó. vamos furufunfar aqui mesmo. é um local bem jeitosinho.
- tudo bem, meu neguin.
- vou te beijar então agora!

CXXVI

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sei que ela não vai pegar o lençol e a toalha incontinenti. ela deve parar pra fumar um cigarro. fofocar um bocado com suas amigas 'prostis' e bebegustar um copo de cerveja. nesse interim, bem que eu poderia escrever algo de alguma coisa. . . mas estou ocupando a minha cabeça praticando onanismo - a minha cabeça exterior, inferior mas superior à minha cabeça altaneira.
não quero pensar, só refestelar-me nessa cama mofada. pois, eu só me sinto útil de pau duro.

CXXV

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o tal quartinho é uma alcova bolorenta, uma recâmara pestilenta. a cama sem lençóis e travesseiros. a porta sem tranca. o chão com bitucas de cigarros amassados. uma lixeira lotada de preservativos gosmentos, usados. e o referido quarto-cubículo não circula sequer nenhuma ventilação. é um forno em forma de quarto! mas tudo que eu mais quero é fazer uma foda com tâmara e que foda-se esses meros detalhes!
- meu benzin, espera um instantin, que eu vou só pegar um lençol e uma toalhinha. enquanto isso, vai se aquecendo, tá bom?
- 'êxa' comigo, minha gostosita!
- fui.
ela sai da alcova-fornalha gingando languidamente os sedenhos.
já eu vou me preparando: onanizando-me.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

CXXIV

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ela ainda está plantadinha no mesmo lugar. roendo as unhas de ansiedade. exatamente como eu já previa:
- poxa, você demorou, meu-amor!?!
"que demais!... fiz ela mofar de tanto esperar. mereceu." penso cá com os meus botões.
- que isso - célere, invento uma lorota pra onça engolir - é que não parava de jorrar líquidos do dito-cujo. eu beberiquei bastante breja!
- você e seu jeito pinguço de ser. quando vai parar de beber dessa maneira?
- quando?
- é, benzinho?
- quando eu confundir uísque com urina. ou seja, quando eu estiver bem gagá, esclerosado, caduco. mas isso nunca vai me acontecer!
- você é que pensa, meu benzinho.
- ih! e você, tá pensando o quê? vai me dizer que entrou agora para os alcóolicos anônimos, hein, sua safada!?!
- é que eu não pretendo te ver tão embriagado todos os dias.
- "...Mas um homem inteligente tem às vezes de beber para passar o tempo entre imbecis."
- é, profundo, profundo, mas não é o seu caso.
- é o caso de Hemingway e o meu.
- quem é esse Hemingway?
- é um magnífico escritor americano de romances como desse trecho que eu citei do livro chamado: Por quem os sinos dobram.
- ahnnnn. . . bacana, benzin!
- bah! tô me cagando neste momento pra literatura! chega de lero e vamos ao que nos interessa: F.U.D.E.R - soletro paulatinamente.
- siga-me, meu benzin! vamos ao meu quartinho quentinho.

CXXIII

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rápido, rasteiro & sorrateiro abro a porta do banheiro e dou de-cara com duas muy hermosas putanas, logo imagino realizar uma boa espanhola com as duas. pois cada uma porta e suporta orgulhosamente um volumoso par de fartas tetas. aceno para elas. e elas piscam para mim.
- com licença, posso usar a privada?
- claro - as duas respondem em sincronia perfeita.
e elas continuam a trocar de roupa, ou melhor, anti-roupa. e nem se importam com a minha presença. elas aproveitam esse ensejo para se alisarem, se apalparem, se saborearem lascivamente. nisso, fico atiçado - provocam-se fortes sinais de ereção. a libido me deixa desinibido e inicio a (in)voluntária masturbação.
- vocês duas - repontei-as de modo provocativo - minhas gostosas, se incomodam de eu bater uma punheta celeremente?
- não não não nadinha - novamente as duas respondem em sincronia perfeita.
- tá excelente!
eu toco, toco, acaricio macio no cio canino meu membro, minha membrana peniana completamente retesada. enquanto, elas se linguam, se abocanham, se mordiscam, se mordem, se enroscam, se pegam, se chupam, se engolem...........................aaaaaaaaaAAAAAHHHHHHHHRRRRGGHHHHHHHH!!!! clímax! orgasmatron!!! que estupendo aquecimento para a partida entre eu X tâmara. tô bem aquecido, bem treinado, pronto pra entrar com bolas e tudo na rede/vagina dela. artilheiro que sou, só entro em campo pra golear.
- muitobrigado - agradeço de modo educado e gentil - minhas gostosinhas.
- ao seu dispor, meu gostosão - outra-vez as duas respondem em perfeita sincronia.
assim, me retiro do fedengoso banheiro. tâmara deve estar me aguardando ansiosamente.

CXXII

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- ah... eh!
agarro-a com enérgica & explosiva destreza viril sua modelada cintura.
- você gosta de praticar o ato de furunfar, neh?! então, vamos trepar! mas eu não vou te pagar merda nenhuma! eu tô sem um puto de níquel no bolso. . . tá beleza?
- aaaah... tá ótimo! me doma! fale comigo desse jeito canalha, viril. . . que eu gamo, com você vai ser 0800. grátis. de graça porque eu te amo! tanto... você é o meu macho, meu eterno macho! meu homem de todos os homens da face deste planeta.
- isso! eu sou o melhor!!!!
- é, sim. é o melhor!!!!
- me leva logo para o muquifo da foda. eu quero transar até não mais pppfoder!

- espera só dois minutos para eu fumar?
- espero.
- ai, obrigada.
- acho que eu vou no banheiro dar uma mijada.
- vai lá!
- eu não me demoro.

CXXI

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- eu também te amo, MUITO! eu adoro fazer amor, sexo, o que seja, o que for com você. . .
- então, por que cargas d'água você optou por se prostituir, tâmara?
- . . . eu não sei. . . eu não sei te explicar ao certo.
- como? não sabe me dizer por que você é messalina, rameira, puta?
- não sei. . . não sei como te explicar. já disse!
- eu não entendo isso! como não sabe me explicar? que louco...
- pois é, não sei!
- ah. mas você vai ter que me falar!
- quer saber? quer saber direito o porquê? tá preparado pra ouvir?
- tô. pode falar.
- é que eu adoro DAR!!!! - tâmara reverbera em alto e bom tom a sua voz - eu sou viciada em DAR. muitos são viciados em drogas pesadas, remédios de tarja-preta e outras coisas do gênero. eu sou apenas viciada em DAR!!! tá me entendendo? é um vício mais que saudável. sacou?

CXX

.



- é você? é você, tâmara?
- sim. sou eu mesma!
- o que você está fazendo nesse pardieiro de puteiro vestida assim?
- ué, você não sabia à respeito da minha profissão, meu bem?
- NÃÃÃOOO!!!
- não? por que a irritação? vamos conversar numa boa.....
- uma boa porra-nenhuma! sua vagabunda dadeira!!!!
- não fale assim comigo dessa maneira. o que eu te fiz? hein?! o que eu te fiz, meu bem? hein?
- você bem que merecia levar uns sopapos, sua safada da moléstia!
- fale baixo. você não está na sua pocilga!
- não mesmo. eu estou neste antro da porra!
- é, que você adora, né!
- eu devo te encher de bofetadas, sua safada! mas eu te amo, sua puta! EU TE AMO, SUA PUTA!

CXVIX

.



acomodo-me numa cadeira vaga com uma pequena mesa típica de botequim pé-sujo e acendo um cigarro pacientemente. depois de dar três tragadas. levanto, dirijo-me ao balcão e compro uma garrafa de cerveja. aprecio cada golada e cada rebolada de cálidos quadris a zanzarem atraindo toda a clientela.
até que uma delas estaciona perto de mim. e assim, corro meus olhos nesses encurvados belos sedenhos. vou subindo devagar os meus olhos perscrutadores até alcançar a sua face. peraí!

CXVIII

.



daí então, sagazmente, atento, atino meus olhares para outras flores do bem-querer. elas passeiam ao meu redor. dando a alígera impressão de me atiçarem a todo tempo e a todo custo. elas precisam do ganha-pão e eu necessito de alijar a minha tensão com alto teor de tesão.
mas, no entanto, o motivo maior de estar aqui é para tãosomente exorcisar tâmara. esse é o ver da verdade. uma forma sadia de esquecê-la. sim. não. eu nunca pensei em assumí-la como algo definitivo para mim. o amor pode ocupar o juízo das minhas faculdades mentais.
eu sei lidar melhor com os rumores da paixão.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

CXVII

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no enfim de todo o percurso, chego a casa-vermelha, o lupanar. o estabelecimento é escuro, iluminado por poucas foscas luzes de neon mas que parecem tornar o lugar ainda mais escuro.
quatro andares regados à putas de variados tons de pele, cabelos e cor do esmalte das unhas. estúrdias maquiagens cobrindo seus rostos. o carmim dos batons dando impressão de estourarem suas bocas. variadas estaturas: putas baixas, médias, altas. variados tipos físicos: magras, chupadas, esbeltas, atléticas, avantajadas, recheadas de carne e por aí vai. . .
eu perambulo pelos andares. subo e desço as escadas ininterruptamente. observo, analiso, pretendo escolher a dedo aquela que vai me entorpecer de sexópios. uma já vem se aproximando e sussura no meu ouvido:
- e aí, gostosão, quer trepar até se acabar hoje comigo? pode vir que eu tô prontinha pra ser toda sua, de quatro eu sou a melhor de todas!
- e o que mais você faz, minha gracinha? - interpelei.
- ahaaah... tanta coisa que você nem sabe!
- ahaaah... se sei, boneca!
- é meeerrrrrmoooo!!!???!!!
- se é!
- e aí?
- e aí, o quê, minha boneca?
- vamo trepar?
- quanto tu cobra?
ela vira as costas e corre atrás de outra piroca, outro ganho. me parece que ela não gosta muito de negociações & pechinchas.

CXVI

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no percurso em direção a zona da putaria. parei pra estacionar no posto e bebericar meia dúzia de latinhas de cerveja. haja visto, que na zona, a bebida é menos acessível financeiramente falando.
puxo assunto com um candango ali perto, com isso fico surpreso comigo mesmo.
- tu tá indo praonde, rapá? perguntei.
- seilá! pra lugar nenhum! tô aqui biritando um pouco porque ficar em casa com uma mulher obesa do meu lado reclamando dos filhos gorduchos fazendo algazarra pela casa enche a porra do meu saco! há muito tempo que eu não consigo dar uma bimbada nela! tá tão balofa que eu não consigo enxergar a sua buça. ela tá que é uma baleia prenha! eu não aguento mais. . . e o meu modo de encarar tudo isso é bebendo. . . eu também não presto, sou um marido canastrão e um pai relapso. toda sexta-feira eu saio do trabalho e vou para o puteiro gastar todo o meu dinheiro e hoje eu tô aqui falando todos esses meus problemas pra você não sei por quê... eu não te devo essas satisfações. tô bebendo aqui porque é a minha única opção no momento. ora bostas, chega de falar falar falar falar falar falar falar falar falar........... . . . . e tu tá indo praonde?
- exatamente pra onde você vai toda sexta e pra onde você quer tanto ir e não tem como. vou dar uma rebimbocada senão eu enferrujo, sabe com'é!
- imensa sorte a sua, camarada! sinto uma ponta de inveja sobre essa sua frase.
donada, o funcionário do departamento de bebidas do posto interrompe aquele papo fiado inútil de modo salvador:
- boa boemia, homem!
me saúda apontando para mim. ele sempre faz essa saudação para mim toda vez que eu paro aqui para chafurdar a minha cara com latinhas de cerveja. por que será hein? e eu respondo com um...
- muitobrigado, meu bom!
e continuo a minha peregrinação até o meretrício.

CXV

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termino de me aprumar. dou aquela mijada pra sair de casa (sempre quando saio de casa, bate um nervoso psicológico acarretando em uma vontade súbita de urinar). bebo uma água com um gosto barrento. tranco a porta com chave e escondo a chave debaixo do jarro de plantas situado na pequena varandinha.
novamente na rua e sempre sempre à procura de alguma coisa sumariamente necessária. acendo o cigarro tranquilizador. o cigarro que ameniza as angústias.
vasculho canto por canto. rastreando todos os lugares que, porventura, possa estar tâmara. em casa eu sei que ela não está, passei por lá, não vi nenhuma movimentação não ouvi nenhum barulho sequer. ela saiu, eu sei que ela saiu, eu sei que ela saiu...
repito num balbucio:
- em casa eu sei que ela não está, passei por lá, não vi nenhuma movimentação não ouvi nenhum barulho sequer. ela saiu, eu sei que ela saiu, eu sei que ela saiu...
todavia, para onde tâmara foi? e não me ligou. . . ela sempre me liga sugerindo algum programa especial. há alguma estranheza no ar. . . não se lobriga uma lógica adequada sobre isso.
ah já me cansei de ir à cata de tâmara. vasculhei todos os locais, todos os arredores deste bairro. basta! vou em direção a zona do puteiro saciar essa sede de sexo minha.

CXIV

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dispo-me. deambulo completamente nu pelo meu conjugado. vou até o banheiro. escovo os meus dentes amarelados de nicotina. descarrego uns colifórmios fecais pelo vaso adentro. limpo-me com sobras de papel higiênico. somente tiro o excesso, o resto eu limpo com a água do chuveiro. e me lavo, tiro todas as impurezas do corpo. enquanto esfrego com esponja e sabão, reparo o meu corpo: tenho que cuidá-lo. começam a aparecer gorduras e banhas, não pensei que fosse passar um pouco do meu padrão de peso. tudo isso é por conta de alimentações desregradas à base de muito feijão, farofa, filés de terceira e fritas acompanhados de cervejas e outras biritas.
nentanto, eu não consigo me ver em academia, fazendo ginástica, hidroginástica, musculação, spinning, alongamento, bicicleta, cooper, pilates, yoga, capoeira, karatê, judô, jiu-jitsu e terapias ocupacionais.
prefiro continuar com o meu ritmo de vida gaudério, exercitando-me do meu jeito, preocupando apenas em fazer atividades que me fornecem gaudio e relaxamento para minha mente - cérebro que é a parte do corpo humano que eu considero sempre o mais importante.
até agora nenhuma mulher se incomodou, muito-menos tâmara. os meus apetite & desempenho sexuais prosseguem acima da média. tirante a modéstia.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

CXIII

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viciado. não resisto. antes de sair à procura de tâmara. ligo o gatonet sintonizo com controle-remoto no canal pornô. demasiado onanista que sou. faço uma preliminar bem gadenha aproveitando alguns minutos que me restam de estroinice e total descontrole de depravação. sarro minha própria mão olhando pra televisão.
vendo dois filhos-da-puta cavoucando uma gostosa loura louca e possuída sem dó nem piedade. e pra finalizar ela toma um belo banho ensaboando-se com espermas.
. . .é melhor eu sair logo e caçar tâmara...

CXII

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esse poema gazel do Drummond estrugou-me a renovar todos os sentidos do estro que se esgueirava pelas minhas vísceras. uma paixão amorosa ou um amor apaixonante que estava abandonado por mim mediocremente. porém, eu não sei se eu consigo adaptar-me a vida de casal casual caseira. o amor é moroso e sossegado quando este não se encontra intrínseco à paixão.
não interessa! na prática, todo racionalismo torna-se defasado. somos movidos por gostos, gestos, gritos, grunhidos, grilos, gabos, ganas, ganhos, gentes, germes, graças, gás, gozo, grana, gula, guarida, guias, grifos, grumos, grinfas, grimpas, gládios, guerras, gravidade a gravidade grave à guisa de grogues de geração em geração. apenas os impulsos sequiosos justificam o que é o ser humano na realidade.
e não me interessa mais estar nessa joça de fossa sem ter esse grandioso alguém ao meu lado nutrindo os meus rompantes azos de deleite.

CXI

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depois de molhar o bico com cerveja e de ter presenciado tais cenas bizarras. veio-me uma viperina sede de sexo percorrendo e percorroendo todo o meu corpo. o pulsar das minhas veias é furiosamente latente. eustou latindo como um cão que quer dar um passeio pelo parque à cata de virgens cadelas de madame. assobio assovio vagidos pela sala.
vou farejar tâmara. eustou com saudade mas não quero assumir. orgulho tosco. como estou precisando sentir o seu cheiro fazendo amor em tesão fúlgido espelhado na expressão do seu bel-rosto.
bastou olhar para a sua foto tirada em uma praia qualquer de Natal fazendo pose de bíquini, toda bronzeada e radiante. sobretudo, a vontade também foi fortalecida após ler um poema do Drummond intitulado O chão é cama:

"O chão é cama para o amor urgente,
amor que não espera ir para a cama.
Sobre tapete ou duro piso, a gente
compõe de corpo e corpo a úmida trama.

E para repousar do amor, vamos à cama."

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

CX

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- ninguém comeu ainda a minha xereca!!! ninguém comeu ainda a minha xereca!!! ninguém comeu ainda a minha xereca!!! ninguém comeu ainda a minha xereca!!!
ela grita & berra desenfreadamente.
todavia, a velha parece que inverte a sentença por ela ululada.
ninguém tava entendendo nada - a confusão por ela armada. e eu tive que ficar só rindo, neh!. . .
- e quem comeu a minha xereca??? quem foi que comeu minha xereca??? ninguém comeu a minha xereca! ninguém comeu a minha xereca? QUEM COMEU A MINHA XERECA!!??? QUEM COMEU A MINHA XERECA!!???
no entanto, a velha faz a sua própria investigação à respeito de sua trepada e interpela um a um, cada bebum.
- foi você que comeu a minha xereca?
ela vira para outro.
- foi você?
e pra outro.
- e você? comeu minha xota, você?
ela continua a urrar.
- a minha xota tá toda ardida! alguém comeu a minha xota ardida! ela tá toda gasta, usada, mas ainda dá pro gasto, ouviram! UAIHOUHAHAOUIHUIAUAHAUAHUHAHAUHAAAAAAAA....
ela gargalha e aponta para uma moça que estava passando por ali.
- acho que foi vocezinha que comeu a minha xerequinha, foi!, foi? eu também já ralei muita lixa com mocinhas como você....
a garota se assusta, mas retruca de chofre.
- essa velha tá doida, tá maluca! tranca ela num hospício!
- hospício nada, sua putinha! eu quero cachaça!, só, só!!!
- olha que eu te sento na porrada, vovó esclerosada da porra!
- aeh, vem então pra mão. - e ela se atira pra cima da garota. parece que hoje vai ser mais um dia inusitado.
elas saem no tapa. a velha e a moça. mas obviamente, a velha se quebra toda. cai no chão e chora. chora feito criança recém-nascida. a moça se desculpa. e depois as duas se abraçam e a jovem leva a velha até a praça.
na praça havia um mendigo todo alcoolizado esperando quase pelado por ela. excitado. ele se enrosca nas duas. e acredite: eles treparam ali mesmo na praça ao ar livre em pleno vespertino domingo com crianças jogando bola de gude, soltando pipa e brincando de pique-pega. todos ficaram horrorizados, principalmente as mães que estavam pelos arredores vigiando suas crias, porém, nada podiam fazer. o ménage à trois estava sendo executado com louvor e a todo furor. está provado - temos que admitir - o amor é lindo.

CIX

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saí à cata de um boteco então. e como eu já havia previsto: todos os bares do bairro estavam abarrotados. é esse calor de 50°! só tomando umas cevadas geladas pra aguentar! nesse ínterim da procura, eu até encontrei um que não estava tão cheio de gente. todavia, eu tive que retornar todo o trajeto para rumar até esse buteco. passei por sete esquinas até chegar nesse bar.
sento. a mesa está meio suja. peço para o dono português bigodudo dar uma limpadinha com o pano úmido. e ele limpou igual a cara dele! mas não me importunei com essa coisa pequena. e pedi uma itaipava bem gelada. itaipava é uma cerveja barata, de baixa renda para os bebuns como eu que nem ao menos tem renda.
aparentemente a tarde de domingo estava calma até chegar uma velha esquipática e esquizofrênica se aproximando soturna e escandalosamente do recinto. as atenções dos bebuns que ali estavam focaram-se todas para esta velha.

CVIII

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quando despertei da minha madrugueira sesta. a primeira atitude que eu tomei, a primeira coisa que eu fiz foi expulsar todos aqueles companheiros sestrosos que eu arrumei na rua. de chofre, rompi com a lei das boas maneiras! tudo que eu mais quero neste comenos é ficar quieto na minha solidão. meu reino (que eu não tenho) pela paz da minha solidão! ah . . . e um bar, se possível, deserto e sossegado pra tomar minhas cachaças, minhas cervejas, com pouco bebum pra encher meus colhões. eh, mas é mesmo impossível de isso acontecer numa tarde de domingo escaldantemente ensolarada.
porém, quem sabe eu consigo achar esse El-dourado-divinal-paraíso-sacro-sagrado botequim...

CVII

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essa é a minha versão da cantiga em ode à melindrosa gostosa dormiteira:


boi, boi, boi, boi da cara preta
pega essa menina
que aperta a buceta.


não estranhe. eu sou um famigerado e nobre imbecil. pode me xingar se quiser! eu vou pras quintas dos infernos mesmo. hhuahuahuahuahuauhaauhaaaa... não eu prefiro ir até a puta que nos pariu!!! HUAHUAHAHAHUAHUAAUHAAAHAA...... parafraseio Tião Macalé: 'nojento!. . . tchaaannnn!!!!' HHUEHEHUEHUEHUEHHUEUHE . . .

domingo, 10 de janeiro de 2010

CVI

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tão logo a eito, foi a minha vez de pegar na soneca. contei apenas uns dez carneirinhos pra desabar de fadiga e renovar meu corpo e meu espirito pra poder suportar a sensação do amanhã. de súbito, veio-me uma cantiga pueril do tempo em que eu sarava meus anseios nos seios no colo no regaço de minha mãe.

'dorme, filhinho, que a cuca vai pegar
papai foi a roça
mamãe foi passear.'

e surge outra cantiga:

'boi, boi, boi, boi da cara preta
pega esse menino
que tem medo de careta.'



não entendi o porquê dessas lembranças tão distantes. acho que eu sinto uma certa carência. ou pode ser alguma demência minha mesmo. ô merda!

CV

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depois de muito matutar, chego em minha residência. como eu já advinhara - todos estão ronronando a roncar. a baderna tinha terminado. copos com restos de cerveja espalhados pelos cômodos da casa. no-mais, eu nem ligava para essa desordem. eu queria um prazer final para aquela minha estúrdia noite. e parei, olhei, pensei e resolvi: - vou foder com a melindrosa desse jeito mesmo - dormindo. e foi exatamente o que eu fiz.
- acorda, acorda, acorda, gracinha! vamos fuder um pouquinho?! você não quer mesmo?? então eu vou trepar contigo assim dessa maneira então! - tentei despertá-la para o ato do sexo, mas não tive um resultado positivo.
- deixa eu dormir aqui, porra! - ela respondeu.
- tá, tá, tá . . .
esperei uns vinte minutos e meti meu instrumento nela enquanto ela devia de estar no quadragésimo estágio do sono profundo.
e quase gozei dentro - rapidamente desobstruí meu instrumento de sua boceta - e espirrei viscosos jatos na parte externa do seu ventre.

CIV

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já não sei se eu devo retornar a minha casa. todos estão bêbados, tortos, loucos, estirados, jogados em qualquer canto do meu mocó. pode ser que no caminho eu pise, tropece num despacho. esbarre com uma puta que me sacie todas as minhas apetências. o que eu posso fazer agora? aparentemente eu não tenho uma diretriz definida. eu sou uma encruzilhada.