terça-feira, 19 de janeiro de 2010

CXVII

.



no enfim de todo o percurso, chego a casa-vermelha, o lupanar. o estabelecimento é escuro, iluminado por poucas foscas luzes de neon mas que parecem tornar o lugar ainda mais escuro.
quatro andares regados à putas de variados tons de pele, cabelos e cor do esmalte das unhas. estúrdias maquiagens cobrindo seus rostos. o carmim dos batons dando impressão de estourarem suas bocas. variadas estaturas: putas baixas, médias, altas. variados tipos físicos: magras, chupadas, esbeltas, atléticas, avantajadas, recheadas de carne e por aí vai. . .
eu perambulo pelos andares. subo e desço as escadas ininterruptamente. observo, analiso, pretendo escolher a dedo aquela que vai me entorpecer de sexópios. uma já vem se aproximando e sussura no meu ouvido:
- e aí, gostosão, quer trepar até se acabar hoje comigo? pode vir que eu tô prontinha pra ser toda sua, de quatro eu sou a melhor de todas!
- e o que mais você faz, minha gracinha? - interpelei.
- ahaaah... tanta coisa que você nem sabe!
- ahaaah... se sei, boneca!
- é meeerrrrrmoooo!!!???!!!
- se é!
- e aí?
- e aí, o quê, minha boneca?
- vamo trepar?
- quanto tu cobra?
ela vira as costas e corre atrás de outra piroca, outro ganho. me parece que ela não gosta muito de negociações & pechinchas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário