terça-feira, 10 de agosto de 2010

CLXXI

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já está quase na hora da hora combinada. vou pagar um banho cheiroso. é. essa noite vou me aprumar pra ficar menos sujo. um pouco menos grotesco. mas sem deixar de lado a minha essência tosca e bruta - o que falta na maioria dos homens atuais - estão se tornando metrosexuais demais, ou melhor dizendo: viados demais.
o telefone toca. deve ser o porralouca do dantes:
- alô.
- alô, sou eu!
uma voz de mulher. já até sei quem é.
- . . . sou eu, amor. tâmara!
- diga - posto a voz de modo seco e empedernido.
- parece que está um pouco ríspido e lacônico comigo ou é apenas impressão minha?
- é impressão sua - minto com muita desfaçatez.
- o que você vai fazer hoje à noite?
bem que eu poderia responder desta maneira máscula, posuda e jactante: 'bem o que eu vou fazer hoje à noite não é da sua conta, tâmara.' porém, acabo aliviando o presente colóquio.
- o que você vai fazer hoje à noite?
- tô pensando em dar uma zuada com um amigo meu. por quê?
- tava pensando em te chamar pra darmos um rolé.
- ah vai dar não.
- por quê?
- ué, eu não acabei de te dizer que eu vou dar uma zuada com um amigo meu. já basta ontem que você deu uns pitis e quase me deixa na pista à mercê. a sorte que eu consegui salvar a noite. eu não quero que você me ponha no furo, tâmara. a não ser que você me faça umas propostas indecentes tais como: me dar a sua.......
ela desliga a ligação na minha cara. bem, voltei ao estado normal de másculo e rude.

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