.
não teve outro jeito. não adiantou nada. eu termino a aventura noctívaga com o corpo estendido no chão defronte ao meu portão. como um notável mendigo mesmo. acho que só vou acordar se algum imbecil passar por essa calçada e chutar o meu traseiro. do contrário.
domingo, 16 de maio de 2010
CLXVII
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no entanto, depois da trepada que demos. zazuê começa a entrar numa nóia. eu nada compreendo. o que está havendo? o que está havendo com essa garota, com essa mulher? ela me chama de 'monstro'. 'seu monstro!'. 'você é um monstro, garoto!' 'é um monstro, homem!' por quê do monstro? depois do morzinho gostoso que nós fizemos eu não tô sacando essa... ela me diz que namora um carinha há três anos e não anda muito satisfeita com ele e aquela coisa e tal que todo-mundo já sabe de cor e salteado sobre relacionamentos minguados e morosos...
- você tem que sair daqui! chega! para, pára, meu querido - até paranóica ela possui uma certa doçura - vai embora, por favor!
- por quê?
- porque sim.
- não foi bom, não gostou? eu não sou de decepcionar mulher nenhuma.
- mas não trata-se disso, querido.
- trata-se de quê?
- eu tenho uma boa relação que já dura 3 anos.
- eu também tenho meus rolos.
- eu não queria ter feito isso com você. você é um cara muito bacana. você é ótimo.
- você também é ótima. a sua pele é maravilhosa. você é toda-boa!
- chega, vai embora! outro dia a gente se vê.
- então, a gente se vê outro dia.
- hanran.
- eu gostei muito de estar aqui. vou embora.
- me dá um beijo antes de ir.
dou o beijo.
- agora vai.
todavia, sequelado, desligado e voador. deixo a camisa, a cueca e os chinelos espalhados em sua cama. em suma, deixei meus vestígios. tomara, que ela esconda toda a prova do crime. senão dará um grande inquérito. ué, ela não tem namorado? então. é isso.
na verdade, eu odiei isso. estou cheio de sono. quase me deletando. me apagando. queria cair lá. dormir. agora tenho que ir para minha maloca. descalço. sem camisa. sem cueca. encarando o sol a pino da manhã. todos me olham como se eu fora um mendigo. entrementes, eu estou só com a aparência ressaqueada. com a cara toda amassada de quem fez muito sexo até o raiar da alvorada.
no entanto, depois da trepada que demos. zazuê começa a entrar numa nóia. eu nada compreendo. o que está havendo? o que está havendo com essa garota, com essa mulher? ela me chama de 'monstro'. 'seu monstro!'. 'você é um monstro, garoto!' 'é um monstro, homem!' por quê do monstro? depois do morzinho gostoso que nós fizemos eu não tô sacando essa... ela me diz que namora um carinha há três anos e não anda muito satisfeita com ele e aquela coisa e tal que todo-mundo já sabe de cor e salteado sobre relacionamentos minguados e morosos...
- você tem que sair daqui! chega! para, pára, meu querido - até paranóica ela possui uma certa doçura - vai embora, por favor!
- por quê?
- porque sim.
- não foi bom, não gostou? eu não sou de decepcionar mulher nenhuma.
- mas não trata-se disso, querido.
- trata-se de quê?
- eu tenho uma boa relação que já dura 3 anos.
- eu também tenho meus rolos.
- eu não queria ter feito isso com você. você é um cara muito bacana. você é ótimo.
- você também é ótima. a sua pele é maravilhosa. você é toda-boa!
- chega, vai embora! outro dia a gente se vê.
- então, a gente se vê outro dia.
- hanran.
- eu gostei muito de estar aqui. vou embora.
- me dá um beijo antes de ir.
dou o beijo.
- agora vai.
todavia, sequelado, desligado e voador. deixo a camisa, a cueca e os chinelos espalhados em sua cama. em suma, deixei meus vestígios. tomara, que ela esconda toda a prova do crime. senão dará um grande inquérito. ué, ela não tem namorado? então. é isso.
na verdade, eu odiei isso. estou cheio de sono. quase me deletando. me apagando. queria cair lá. dormir. agora tenho que ir para minha maloca. descalço. sem camisa. sem cueca. encarando o sol a pino da manhã. todos me olham como se eu fora um mendigo. entrementes, eu estou só com a aparência ressaqueada. com a cara toda amassada de quem fez muito sexo até o raiar da alvorada.
CLXVI
.
enquanto todos que aqui estão vão se arranjando em um cômodo. formam-se casais heteros. casais homos. lésbicas lindas emaranhando-se em carícias ardorosas. e bibas aboletando-se. patolando seus parceiros. já, eu e zazuê. eu e ela nos alocamos em seu quarto. sou privilegiado porque estou saindo com a dona da maloca. ela está feliz. estamos felizes. transpomos toda essa felicidade para a cama. mas também, com tanta birita e tanta maconha não como não sentir-se alegre.
- quer que eu ponha um som? - zazuê sugere.
- você que sabe...
- vou fechar as cortinas.
- então me espera que eu vou no banheiro rapidinho.
dirijo-me ao banheiro. faço um aquecimento básico. retorno.
- olha. arrumei a cama aqui no chão bonitinha pra nós dois, meu querido. gostou? gostou?
- bastante! bastante!
- quer beber um vinho antes? ou fumar um cigarrinho? qual cigarrinho você quer fumar? o artesanal ou fabril?
- se quiser fumar, eu te espero - até que eu estou bem paciente - e aí vou fazendo um aquecimento básico.
- uah! esquece os cigarrinhos! o vinho e o aquecimento básico! e vamos nos pegar agora logo.
- só-se-for-agora!
- uhahuhauhauhhaa - ela ri de gargalhar.
portanto, nós estamos nos pegando pra valer até o raiar do amanhecer. eu e zazuê. zazuê e eu. sacou? morô?
enquanto todos que aqui estão vão se arranjando em um cômodo. formam-se casais heteros. casais homos. lésbicas lindas emaranhando-se em carícias ardorosas. e bibas aboletando-se. patolando seus parceiros. já, eu e zazuê. eu e ela nos alocamos em seu quarto. sou privilegiado porque estou saindo com a dona da maloca. ela está feliz. estamos felizes. transpomos toda essa felicidade para a cama. mas também, com tanta birita e tanta maconha não como não sentir-se alegre.
- quer que eu ponha um som? - zazuê sugere.
- você que sabe...
- vou fechar as cortinas.
- então me espera que eu vou no banheiro rapidinho.
dirijo-me ao banheiro. faço um aquecimento básico. retorno.
- olha. arrumei a cama aqui no chão bonitinha pra nós dois, meu querido. gostou? gostou?
- bastante! bastante!
- quer beber um vinho antes? ou fumar um cigarrinho? qual cigarrinho você quer fumar? o artesanal ou fabril?
- se quiser fumar, eu te espero - até que eu estou bem paciente - e aí vou fazendo um aquecimento básico.
- uah! esquece os cigarrinhos! o vinho e o aquecimento básico! e vamos nos pegar agora logo.
- só-se-for-agora!
- uhahuhauhauhhaa - ela ri de gargalhar.
portanto, nós estamos nos pegando pra valer até o raiar do amanhecer. eu e zazuê. zazuê e eu. sacou? morô?
sábado, 15 de maio de 2010
CLXV
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refeito do toco, do bolo, do bola-fora que tâmara me deu. parto à caça de zazuê. se bem que eu já havia percebido um golpe de olhar de zazuê em mim. ela é esguia. assimetricamente baixa. própria pra alcançar o lugar certo, saca? ela tem a feição, o naipe de uma índia incrustada na mata amazônica. suas miudezas engrandecem a minha libido. eu me aproximo dela e gasto o português:
- zazuê.
- olá, meu querido!
- você já atuou ou atua em alguma peça?
- estreei uma há pouco tempo. mas. . . o porquê da perguntinha, muchacho?
- por nada - volto atrás - não... é porque eu tenho um texto escrito. na verdade, um dos meus absurdos doidivanos.
- adoro tudo que é doidivano, delirante, dantesco e deliciante.
- ah que ótimo!
- seu texto trata de que dialética? como são, mais ou menos, as dicções?
- não sei. não sei como explicar. só você lendo. te convido a conhecer a minha maloca também. a gente toma um beberico e aí lhe mostrarei todo o texto ao seu grosso molde.
- maravilha.
- maravilha - repeti.
o burburinho barulhento nos derredores da casa não atrapalha o nosso papo, o nosso diálogo.
- zazuê!
- fale-me!
- sabe o que eu quero agora, sabe?
- não. o quê?
- eu quero um beijo violento do teu batom violeta na minha boca.
- só-se-for-agora!
sem qualquer ora-ora. sem resquício de delonga, nos beijamos devassada e avassaladoramente. quase brutalmente. não desgarramos nossos lábios. quase nos pegamos ali mesmo na caraça de todo mundo ali presente.
o beijo violento do batom violeta - esse é exatamente o título da minha peça. e zazuê não está usando batom.
refeito do toco, do bolo, do bola-fora que tâmara me deu. parto à caça de zazuê. se bem que eu já havia percebido um golpe de olhar de zazuê em mim. ela é esguia. assimetricamente baixa. própria pra alcançar o lugar certo, saca? ela tem a feição, o naipe de uma índia incrustada na mata amazônica. suas miudezas engrandecem a minha libido. eu me aproximo dela e gasto o português:
- zazuê.
- olá, meu querido!
- você já atuou ou atua em alguma peça?
- estreei uma há pouco tempo. mas. . . o porquê da perguntinha, muchacho?
- por nada - volto atrás - não... é porque eu tenho um texto escrito. na verdade, um dos meus absurdos doidivanos.
- adoro tudo que é doidivano, delirante, dantesco e deliciante.
- ah que ótimo!
- seu texto trata de que dialética? como são, mais ou menos, as dicções?
- não sei. não sei como explicar. só você lendo. te convido a conhecer a minha maloca também. a gente toma um beberico e aí lhe mostrarei todo o texto ao seu grosso molde.
- maravilha.
- maravilha - repeti.
o burburinho barulhento nos derredores da casa não atrapalha o nosso papo, o nosso diálogo.
- zazuê!
- fale-me!
- sabe o que eu quero agora, sabe?
- não. o quê?
- eu quero um beijo violento do teu batom violeta na minha boca.
- só-se-for-agora!
sem qualquer ora-ora. sem resquício de delonga, nos beijamos devassada e avassaladoramente. quase brutalmente. não desgarramos nossos lábios. quase nos pegamos ali mesmo na caraça de todo mundo ali presente.
o beijo violento do batom violeta - esse é exatamente o título da minha peça. e zazuê não está usando batom.
CLXIV
.
eu, por minha vez, começo a catar tâmara. ela está totalmente dispersiva. algo que me intriga, pois ela mantêm-se sempre atenta a tudo que se passa. porém, desta feita, ela se mostra abstraída. eu tento atraí-la. tento fazê-la retomar a terra. puxo o papo:
- oi, gata! - estalo os dedos diante de sua face - vamos se curtir! atente-se para a festa aqui. não era você que desejou tanto estar aqui?
- sim. é. isso.
- poizentão?!
- desculpe-me.
- nada, não foi nada. esquece, gostosura.
- ok, gostosão.
- vamos. . . quer - aliso o meu peito estufado - vamos nos 'garrar hoje, minha gostosura?
- mmmhhmmm... acho que eu vou m'embora.
- hhhiiiihhhh... já não tô entendendo mais nada! já vi que eu vou ter que agarrar outro colo quente.
- vai vai vai !
- vou! é isso que eu vou fazer agora.
- tchau!
- até outro momento.
- 'té.
- desculpe-me, tâmara.
- não precisa de desculpas.
- sim. é. isso. não há espaço para desculpas. em outro instante, eu hei de ter-te de JEITO.
e
parto
pra
outra
- ou seja -
almejo, alvejo a dona da casa, da maloca.
eu, por minha vez, começo a catar tâmara. ela está totalmente dispersiva. algo que me intriga, pois ela mantêm-se sempre atenta a tudo que se passa. porém, desta feita, ela se mostra abstraída. eu tento atraí-la. tento fazê-la retomar a terra. puxo o papo:
- oi, gata! - estalo os dedos diante de sua face - vamos se curtir! atente-se para a festa aqui. não era você que desejou tanto estar aqui?
- sim. é. isso.
- poizentão?!
- desculpe-me.
- nada, não foi nada. esquece, gostosura.
- ok, gostosão.
- vamos. . . quer - aliso o meu peito estufado - vamos nos 'garrar hoje, minha gostosura?
- mmmhhmmm... acho que eu vou m'embora.
- hhhiiiihhhh... já não tô entendendo mais nada! já vi que eu vou ter que agarrar outro colo quente.
- vai vai vai !
- vou! é isso que eu vou fazer agora.
- tchau!
- até outro momento.
- 'té.
- desculpe-me, tâmara.
- não precisa de desculpas.
- sim. é. isso. não há espaço para desculpas. em outro instante, eu hei de ter-te de JEITO.
e
parto
pra
outra
- ou seja -
almejo, alvejo a dona da casa, da maloca.
CLXIII
.
maloca de zazuê. todos estão aprochegados. já estão devidamente acomodados, bem refestelados. puramente desinibidos. cultivados no mais alto grau da embriaguez. todos se sentem à vontade para aprontar o que quiser. sem nenhum laivo de censura. cada um procura o olhar, a mão, as costas, as pernas, as coxas, as nádegas do outro. sem nenhum laivo de cerimônia. por enquanto não há fala. ninguém cicia uma fala se quer . . . nenhuma conversa. o negócio agora é arquitetar a formação do bonde, a formação de casais. cada um busca um canto da casa pra se catar. furunfurunfunfar.
maloca de zazuê. todos estão aprochegados. já estão devidamente acomodados, bem refestelados. puramente desinibidos. cultivados no mais alto grau da embriaguez. todos se sentem à vontade para aprontar o que quiser. sem nenhum laivo de censura. cada um procura o olhar, a mão, as costas, as pernas, as coxas, as nádegas do outro. sem nenhum laivo de cerimônia. por enquanto não há fala. ninguém cicia uma fala se quer . . . nenhuma conversa. o negócio agora é arquitetar a formação do bonde, a formação de casais. cada um busca um canto da casa pra se catar. furunfurunfunfar.
sábado, 8 de maio de 2010
CLXII
.
acaba caba a bebida e a droga. vazio. no entanto, o cio persiste siste. vamosimbora! vamos abastecer os combustíveis. não se pode parar. não se pode parar nunca. eu sei tou sabendo. ô!
e o pessoal sai pra buscar mais mantimentos lícitos e ilícitos. dois carros avançam em disparada. a necessidade é extrema. ora se é. logo-depois, eles retornam para felicidade geral da nação. todos nós já estamos empanzinados de tanto beber, cheirar e fumar e otras cositas. mas. . . não se pode parar jamais. eu sei tou sabendo. vocês estão entendendo. ô!
com isto, nós ultrapassamos o auge da bagaceira. por mais que tentássemos encharcar mais. não agüentávamos. e aos poucos, a galera vai se dispersando, se dissolvendo, vazando. só sobram alguns loucos como eu & tâmara. e claro. o dono da casa, do terraço – o professor de teatro viado. uns foram se expandir em outros lugares, bares e outras cidades fazer mais farra e sacanagem. outros, apenas para seus respectivos lares. já, os que aqui ficaram resolveram ir para a casa de uma menina aspirante a atriz com um nome gozado e inusitado: zazuê. ela até hoje não sabe muito bem o porquê o significado desse nome apenas que seus pais ex-hippies decidiram, escolheram esse nome quando ela estava perto de completar 1 ano de idade. antes só a chamavam de pequinuxa.
- hei ei, vocês vão adorar a minha maloca. é muito bem-feitinha. tem um ambiente bem astral – zazuê nos injeta doses de empolgação.
- ótimo ótima, minha amiguíssima. – o professor viadinho esfuzia-se. todo mundo para ele é amiguíssimo. aí, não querem que eu seja homofóbico.
- parece ser 51 uma boa idéia! – eu entro na dança, na brincadeira. já tô na chuva, vou me molhar. já tô no fogo, vou me queimar – e você, tâmara, minha cândida gostosinha?
- belezurinha. ‘tamos nessa!
PRÓXIMA PARADA: MALOCA DE ZAZUÊ.
acaba caba a bebida e a droga. vazio. no entanto, o cio persiste siste. vamosimbora! vamos abastecer os combustíveis. não se pode parar. não se pode parar nunca. eu sei tou sabendo. ô!
e o pessoal sai pra buscar mais mantimentos lícitos e ilícitos. dois carros avançam em disparada. a necessidade é extrema. ora se é. logo-depois, eles retornam para felicidade geral da nação. todos nós já estamos empanzinados de tanto beber, cheirar e fumar e otras cositas. mas. . . não se pode parar jamais. eu sei tou sabendo. vocês estão entendendo. ô!
com isto, nós ultrapassamos o auge da bagaceira. por mais que tentássemos encharcar mais. não agüentávamos. e aos poucos, a galera vai se dispersando, se dissolvendo, vazando. só sobram alguns loucos como eu & tâmara. e claro. o dono da casa, do terraço – o professor de teatro viado. uns foram se expandir em outros lugares, bares e outras cidades fazer mais farra e sacanagem. outros, apenas para seus respectivos lares. já, os que aqui ficaram resolveram ir para a casa de uma menina aspirante a atriz com um nome gozado e inusitado: zazuê. ela até hoje não sabe muito bem o porquê o significado desse nome apenas que seus pais ex-hippies decidiram, escolheram esse nome quando ela estava perto de completar 1 ano de idade. antes só a chamavam de pequinuxa.
- hei ei, vocês vão adorar a minha maloca. é muito bem-feitinha. tem um ambiente bem astral – zazuê nos injeta doses de empolgação.
- ótimo ótima, minha amiguíssima. – o professor viadinho esfuzia-se. todo mundo para ele é amiguíssimo. aí, não querem que eu seja homofóbico.
- parece ser 51 uma boa idéia! – eu entro na dança, na brincadeira. já tô na chuva, vou me molhar. já tô no fogo, vou me queimar – e você, tâmara, minha cândida gostosinha?
- belezurinha. ‘tamos nessa!
PRÓXIMA PARADA: MALOCA DE ZAZUÊ.
CLXI
.
todos estão atingindo o cume da chapação. inclusive, o professor diretor pseudo-dramaturgo veado. que prosseguia dando suas pintas infru-frutíferas. tudo está zoneado. cadeiras e mesas caídas e espalhadas à la vonté. de qualquer jeito-maneira.
os alunos-atores do seu curso, da sua companhia estão improvisando, mesclando cenas de vários textos, vários dramas, várias peças de todas as vertentes da dramaturgia: misturando, mixando Sófocles, Eurípedes com Ionesco e Strindberg. Balzac com Nelson Rodrigues. Shakespeare, Molière com Vianinha e Plínio Marcos. enfim, uma salada teatralizada.
eu, por minha vez, tento iniciar uma outra conversa com tâmara:
- escuta... tâmara. você continua dando expediente naquele bordel?
- o quê?
- continua dando expediente naquele bordel?
- como?
tentativa frustrada. minha fala, minha pergunta é interrompida. minha cena é roubada por esses seres estranhos e esdrúxulos.
- "Sendo o fim doce, que importa que o começo amargo fosse? "
Hamlet de Shakespeare.
- “Não convém aos deuses ter paixões de mortais.” - fala de Agave d ‘As Bacantes de Eurípedes – e continua com a cena. agora com a deixa de Dionísio – “...Zeus, meu pai, de há muito previra vossos destinos.”
- “Não está, né? Agora, olha, sua puta sem-vergonha !”... “Vai morrer morfético! Tu e essa perebenta ! Essa suadeira !”... “Será que você não é capaz de lembrar que eu venho da zona cansada pra chuchu?”
continua a encenação etiliébria de Navalha na Carne de Plínio Marcos:
- “Não vai machucar ele!”... “Não estou gostando dessa zorra aqui dentro.”
engraçado. também não. tou odiando. é por essas & outras que há muito não vou ao teatro. ‘mamãe eu quero’ tâmara eu vou meter o pé daqui! tou nauseado. a onda tá indo. eu não consegui nem formular a minha pergunta à tâmara que é deveras demasiado importante para mim. porém, ela:
- fica mais um bocadinho, meu grandioso!
- tá bem, eu fico.
pedindo assim com esse suave desvelo, ternura aliada a malícia. eu digo ao povo que fico sim, dom! só mais um pouco. . . prometo. meto.
todos estão atingindo o cume da chapação. inclusive, o professor diretor pseudo-dramaturgo veado. que prosseguia dando suas pintas infru-frutíferas. tudo está zoneado. cadeiras e mesas caídas e espalhadas à la vonté. de qualquer jeito-maneira.
os alunos-atores do seu curso, da sua companhia estão improvisando, mesclando cenas de vários textos, vários dramas, várias peças de todas as vertentes da dramaturgia: misturando, mixando Sófocles, Eurípedes com Ionesco e Strindberg. Balzac com Nelson Rodrigues. Shakespeare, Molière com Vianinha e Plínio Marcos. enfim, uma salada teatralizada.
eu, por minha vez, tento iniciar uma outra conversa com tâmara:
- escuta... tâmara. você continua dando expediente naquele bordel?
- o quê?
- continua dando expediente naquele bordel?
- como?
tentativa frustrada. minha fala, minha pergunta é interrompida. minha cena é roubada por esses seres estranhos e esdrúxulos.
- "Sendo o fim doce, que importa que o começo amargo fosse? "
Hamlet de Shakespeare.
- “Não convém aos deuses ter paixões de mortais.” - fala de Agave d ‘As Bacantes de Eurípedes – e continua com a cena. agora com a deixa de Dionísio – “...Zeus, meu pai, de há muito previra vossos destinos.”
- “Não está, né? Agora, olha, sua puta sem-vergonha !”... “Vai morrer morfético! Tu e essa perebenta ! Essa suadeira !”... “Será que você não é capaz de lembrar que eu venho da zona cansada pra chuchu?”
continua a encenação etiliébria de Navalha na Carne de Plínio Marcos:
- “Não vai machucar ele!”... “Não estou gostando dessa zorra aqui dentro.”
engraçado. também não. tou odiando. é por essas & outras que há muito não vou ao teatro. ‘mamãe eu quero’ tâmara eu vou meter o pé daqui! tou nauseado. a onda tá indo. eu não consegui nem formular a minha pergunta à tâmara que é deveras demasiado importante para mim. porém, ela:
- fica mais um bocadinho, meu grandioso!
- tá bem, eu fico.
pedindo assim com esse suave desvelo, ternura aliada a malícia. eu digo ao povo que fico sim, dom! só mais um pouco. . . prometo. meto.
CLX
.
- meu dengo, você está mal-humorado? não está afim de curtir aqui? senão. . . .
- não, não é isso, bela tâmara. é este teu amiguinho veadinho. estava enchendo as bolas do meu saco. sorte. ainda bem que ele deu no pé daqui.
- haaah tá bom.
- vamos cervejar?
- claro, com cerveja e certeza.
- hahahá. exatamente.
- mas não quer conhecer todo-mundo? não quer conhecer a galera?
- não, não. tô legal de galera. vamo ficar por aqui mesmo brejando, minha gostosa.
- nós dois vamos parecer antipáticos. anti-sociais. nós dois vamos ficar destacados, isolados num canto bem afastados.
- eu muito aprecio estar destacado, isolado num canto bem afastado – respondo.
- por que você é tão assim?
- não sei. é de família.
- mentira. a sua família não é assim! eu conheço a sua família e a sua família não aparenta ser assim.
- deixa minha família pras cucuias! tudo que eu menos quero neste comenos é falar da minha – dou uns arrotos – divina família.
- háh, porquinho!
- minha limpinha, eu te mamo tanto. uiaohiuhauahaiohauhauhaaahuahuihaaauhuahaaaaaaaaaaaaa...........
- meu dengo, você está mal-humorado? não está afim de curtir aqui? senão. . . .
- não, não é isso, bela tâmara. é este teu amiguinho veadinho. estava enchendo as bolas do meu saco. sorte. ainda bem que ele deu no pé daqui.
- haaah tá bom.
- vamos cervejar?
- claro, com cerveja e certeza.
- hahahá. exatamente.
- mas não quer conhecer todo-mundo? não quer conhecer a galera?
- não, não. tô legal de galera. vamo ficar por aqui mesmo brejando, minha gostosa.
- nós dois vamos parecer antipáticos. anti-sociais. nós dois vamos ficar destacados, isolados num canto bem afastados.
- eu muito aprecio estar destacado, isolado num canto bem afastado – respondo.
- por que você é tão assim?
- não sei. é de família.
- mentira. a sua família não é assim! eu conheço a sua família e a sua família não aparenta ser assim.
- deixa minha família pras cucuias! tudo que eu menos quero neste comenos é falar da minha – dou uns arrotos – divina família.
- háh, porquinho!
- minha limpinha, eu te mamo tanto. uiaohiuhauahaiohauhauhaaahuahuihaaauhuahaaaaaaaaaaaaa...........
CLIX
.
aterrissamos na referida festa. uma festinha normal como qualquer outra: bebidas – muitas bebidas, drogas – muitas drogas, gentes – malucas e estranhas e esquisitas. mas, sem comidas, petiscos e demais acepipes para afugentar a larica. todavia, isso não é necessário, não faz falta. todos estão apenas querendo beber e gastar a idéia. agitar. docinhos. hahahá. glicose. porra nenhuma! cirrose circulando na veia.
o dono da casa. ou melhor, do terraço é o professor do curso de teatro: um veadinho expansivo e falante que já se aproxima de nós dois dando pintas e pintas:
- oooolá, tammy! que bom que você veio! a festa está uma uva! estávamos esperando ansiosos por você – o professor veadinho dirige o olhar pra mim falando com tâmara – quem é esse bofão que está te acompanhando, minha amiga? que formosura de mulato! uiúi! fiu-fiu pra ele, amiguíssima!
- mulato é o caralho, seu veado! me dá logo uma brêja. anda! o que espera, viadinho?
- nóóósssaaaa... que rústico ele é, hem!!!
- sou rústico mesmo, merda! todo homem deve ter o F³ no nível avançado.
- o que é isso, meu belo rústico?
- "todo homem deve ser feio forte e formal."
- hehehê
- vá buscar a brêja logo para nós dois. estamos secos, porra!
- pare de xingar. você só sabe xingar – tâmara me increpa.
- não. sei beber, fuder e escrever um pouco – quando me dá na telha – respondo.
aterrissamos na referida festa. uma festinha normal como qualquer outra: bebidas – muitas bebidas, drogas – muitas drogas, gentes – malucas e estranhas e esquisitas. mas, sem comidas, petiscos e demais acepipes para afugentar a larica. todavia, isso não é necessário, não faz falta. todos estão apenas querendo beber e gastar a idéia. agitar. docinhos. hahahá. glicose. porra nenhuma! cirrose circulando na veia.
o dono da casa. ou melhor, do terraço é o professor do curso de teatro: um veadinho expansivo e falante que já se aproxima de nós dois dando pintas e pintas:
- oooolá, tammy! que bom que você veio! a festa está uma uva! estávamos esperando ansiosos por você – o professor veadinho dirige o olhar pra mim falando com tâmara – quem é esse bofão que está te acompanhando, minha amiga? que formosura de mulato! uiúi! fiu-fiu pra ele, amiguíssima!
- mulato é o caralho, seu veado! me dá logo uma brêja. anda! o que espera, viadinho?
- nóóósssaaaa... que rústico ele é, hem!!!
- sou rústico mesmo, merda! todo homem deve ter o F³ no nível avançado.
- o que é isso, meu belo rústico?
- "todo homem deve ser feio forte e formal."
- hehehê
- vá buscar a brêja logo para nós dois. estamos secos, porra!
- pare de xingar. você só sabe xingar – tâmara me increpa.
- não. sei beber, fuder e escrever um pouco – quando me dá na telha – respondo.
CLVIII
.
100% mulato e peladão. encaro de frente o meu portão. doidão. trotando, troteando tonto da silva santos ferreira. cavalo manco de tanto botecar por aí. não consigo cruzar a faixa final. visto a minha roupa. penso em cair na calçada e dar uma esticada aqui mesmo em frente a minha casa à exaustão de chapação por motivo de força maior. até que...
de repente...
surge tâmara. vindo de uma espécie de pré-noitada. achega-se perto de mim, linda, maravilhosa e sorrateira. me convida para prosseguir, prolongar a cachaceira numa festa de amigos que ela conheceu num curso de teatro. ela me conta sobre o pessoal. parece ser uma galera bem incomum, descontraída e divertida. não presto atenção em quase nada do que tâmara me diz: apenas que é uma galera bem incomum, descontraída e divertida. “interessante como elefante na savana africana” – pensei mudo, debochado.
- então, meu dengo, vamolá!? vamos farrear mais?! você vai conhecer e gostar bastante da galera. são legais demais! vamovamo!?
respondo em afirmativo gesticulando com a cabeça. não quero falar. ou não consigo. falar. só. be.ber.
100% mulato e peladão. encaro de frente o meu portão. doidão. trotando, troteando tonto da silva santos ferreira. cavalo manco de tanto botecar por aí. não consigo cruzar a faixa final. visto a minha roupa. penso em cair na calçada e dar uma esticada aqui mesmo em frente a minha casa à exaustão de chapação por motivo de força maior. até que...
de repente...
surge tâmara. vindo de uma espécie de pré-noitada. achega-se perto de mim, linda, maravilhosa e sorrateira. me convida para prosseguir, prolongar a cachaceira numa festa de amigos que ela conheceu num curso de teatro. ela me conta sobre o pessoal. parece ser uma galera bem incomum, descontraída e divertida. não presto atenção em quase nada do que tâmara me diz: apenas que é uma galera bem incomum, descontraída e divertida. “interessante como elefante na savana africana” – pensei mudo, debochado.
- então, meu dengo, vamolá!? vamos farrear mais?! você vai conhecer e gostar bastante da galera. são legais demais! vamovamo!?
respondo em afirmativo gesticulando com a cabeça. não quero falar. ou não consigo. falar. só. be.ber.
CLVII
.
assim caminho deslocado, tresloucado, transloucado. um depravado com todas as convicções do mundo para ter orgulho do que faço e do que deixo de fazer para ser o melhor e o pior em tudo. concomitantemente.
caminho. não! quero ficar nu, sim! arranco a roupa possuído e com ímpetos agressivos como se fora o incrível hulk em processo de mutação.
eeeeehhhh êêêêêêê a onda tá batendo mesmo bonito, cumpade! o processo é rápido como vento e a minha mente tá garoando. . . sinto-me desanuviado por completo. it’s ok, man. that’s great! gracias a la vida.
assim caminho deslocado, tresloucado, transloucado. um depravado com todas as convicções do mundo para ter orgulho do que faço e do que deixo de fazer para ser o melhor e o pior em tudo. concomitantemente.
caminho. não! quero ficar nu, sim! arranco a roupa possuído e com ímpetos agressivos como se fora o incrível hulk em processo de mutação.
eeeeehhhh êêêêêêê a onda tá batendo mesmo bonito, cumpade! o processo é rápido como vento e a minha mente tá garoando. . . sinto-me desanuviado por completo. it’s ok, man. that’s great! gracias a la vida.
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