quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

CXLIII

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acumulo meu débito com muita cerveja ingerida e contida no meu sangue. eu já tô no brilho total. não forrei o meu estômago porém alimentei o meu fígado esfaimado de substâncias etílicas. pra encerrar & cessar a bebedeira toda. eu peço uma coca. coca? é. não me pergunte o porquê da razão desse pedido. eu só sei que aprendi com a minha tia alcóolatra-pinguça que é sempre bom tomar uma coca-cola após ingerir muitas cervejas. ela fala que isso ameniza o baque da ressaca do dia seguinte. foda-se! não ligo pra isso, mas sigo a instrução & recomendação de minha tia.
antes de sair do boteco. me dirijo até o balcão e aviso ao dono do estabelecimento:
- ô chico! já sabe que eu tô pendurando contigo essas daqui - e aponto para a mesa que eu estava, repleta de garrafas de cerveja vazias e uma coca-cola também vazia - então, tu sabes que eu tenho esse crédito contigo, essa conta né. sou cliente assíduo.
- porra, tu é foda! de novo, no fiado, viado! tu não tem vergonha? não tá trabalhando não? e aí? como é que anda a tua vida?
- continua andando. minha vida não é aleijada. se bem que às vezes cambaleia, balança, gira, rodopia, mas segue sempre em frente na sinuosidade que é a própria vida. porque a vida, meu caro, é sinuosa, nunca em linha reta. quanto ao trampo. eu fui expulso, demitido, desligado, despejado do meu emprego de office-man há uns quatro meses - uma breve pausa - hahahhuahuaahahahaha... eu tô vivendo muito bem com meu seguro-desemprego. não sabia que eu tenho um seguro-desemprego?
- não, eu não sabia.
- poizentão.
- poizentão o quê?
- cai fora daqui, vagabundo! eu tenho muito o que fazer. não tenho tempo pra ficar perdendo com você, de papo batendo pro ar. fiado já me bastam as tuas bebedeiras agora ainda tenho que aturar o fiado da tua conversa!. . . brincadeira? tá de sacanagem?!!
- falou. fuuuuuuuuiiiiiiii. . . .
e denovamente ganho a rua.

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