sábado, 13 de março de 2010

CLIII

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o tal Valão é um tugúrio repugnante de sujo com um grande córrego imundo que exala um cheiro insuportável de restos de merda que saem das descargas de vasos sanitários de residências próximas do lugar e difundem-se nessa água contaminada e fétida.
portanto, o Valão torna-se um atrativo turístico para os viciados das redondezas queimarem seu fumo de erva danada furtivamente sem que haja qualquer resquício de fragrância. o cheiro forte da fedentina do tugúrio abafa o cheiro da erva e não dá pistas para os polícias os enquadrarem. por isso, a frequência é demasiada.
e eu e meu amigo junkiezinho estamos aqui para fazer a mente também como os outros.
- por acaso, você tem alguma seda aí? - ele pergunta-me.
- não. eu não costumo carregar seda.
- por quê? tu não é de marfuzar não?
- só de vez em quando. . . .
- ham.
- quer que eu vá arranjar uma seda com algum desses maroleiros aqui?
- vai lá! na fé!
- belé! vou lá!
vou em direção ao primeiro maroleiro que eu vejo e alígero, descolo uma seda na velha manha de ratazana.
- taí o que você queria, bicho!
- isso aêêêê! show, man!
- quer ter a honra de preparar a ceia?
- não não não. faço questão que você mesmo prepare.
- ué! cê não sabe fazer o artesanato não? o preparo?
- não.
- porra! que isso!
- cara, eu até sei.... mas irá levar horas. é mais prático você fazer.
- ham. . . . . qualquer dia desses eu te ensino o feitio. não é difícil. num instante você irá pegar o desenrolo todo.
- falou!
- quem sabe, eu posso até descolar uma grana dando aulas disso. é! vou abrir um curso de preparo de baseados para iniciantes. vou ganhar muito dinheiro com esse lance, não acha não?
- humrum. espero que eu entre no teu curso de graça.
- gratuito? 0800?
- sim e por quê não?
- beleza. é porque você é meu chapa. beleza, te darei uma bolsa, um desconto de 70%. tá bom?
- porra, 70%!!!
- ah ainda reclama. tô te dando mó moral!
- sei. . . moral...

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