sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

CXLVIX

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nesse enquanto em que estamos nos embriagando, rola uma espécie de pagode de corno entoado por um grupinho de palhaços almofadinhas com cabelos arrepiados untados com gel e brilhantina. roupas de grifes - cujos nomes de marcas são esquisitos e sem significado nenhum. estão calçando uns tênis que mais parecem calçados de astronautas retardados. é um desritmo só! cantam em côro uníssono desafinado. as letras são ridículas. tudo ali é medíocre e ridículo.
- puta merda! tá brabo aturar isso. tá foda! - exclamo bastante irritadiço.
- pensei que aqui fosse um ambiente agradável - o irmão do biru-biruta engenheiro reitera.
- também pensei. . . rereitero.
- vamos zarpar daqui entonces, ora!
logo após essa sua fala. ele para, pensa e reflete e olha. porque eu vejo que a direção dos seus olhos encontra algo que ele procura com fervor. uma boa-bisca! mulher! muié! na língua do bom brasileiro. hehehe. mas não é bem uma mulher e sim um barril de vinho. uma tremendona gorda, obesa. um dinossauro. um brontossauro. uma baleia refugiada da arca-de-noé.
- peraê. vamos marcar aqui. vamozen bora não sô.
- ora porra por quê?
- tá vendo aquela gostososona ali! que carnuda. que formosa, que formosura!
- aonde? onde?
- ali. merda! tá enxergando não? tá precisando de um óculos...
- onde aonde???
- AAAALI!!!
- ALI?
- É
- TEM CERTEZA QUE É ALI?
- TENHO.
- ora porra tu é um São Jorge cruzado com poweranger!
- hãn?
- 'xa pra lá. esquece!
- po, tu não sabe, mano. eu tenho uma tara maluca por mulheres fartas, carnudas, deliciosas como essa. sabe como ela se chama? sabe? - ele dá uma breve pausa - babete picanha.
- hahahha. babete picanha?! já té sei o porquê desse nome de guerra que ela tem.
- porque ela é uma carne de primeira do meu açougue.
- putzzzz. . .ooorrraaaa!!!
penso: 'que péssimo!' mas é a tara dele. sou obrigado, forçado, conduzido a compreender essa sua tara excêntrica. a mulher é uma foca. um elefante da savana africana. mas ele a quer tanto. com isto, me deixa sozinho na mesa. sou abandonado por causa de um grande dragão branco. isso é que é amigo. amigo é pra essas coisas! ainda por cima, vou ter que desenrolar a conta das cervas sozinho. mas pelo menos ele vai foder feliz da vida. deixa quieto.
logologologo eu vou caçar a minha treta. também sou filho de deus! tenho direito a dar uma fodeca como ele. todavia à toda, terminarei de beber essa loira geladíssima. daqui há pouco, eu vou à luta.

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