terça-feira, 19 de janeiro de 2010

CXVI

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no percurso em direção a zona da putaria. parei pra estacionar no posto e bebericar meia dúzia de latinhas de cerveja. haja visto, que na zona, a bebida é menos acessível financeiramente falando.
puxo assunto com um candango ali perto, com isso fico surpreso comigo mesmo.
- tu tá indo praonde, rapá? perguntei.
- seilá! pra lugar nenhum! tô aqui biritando um pouco porque ficar em casa com uma mulher obesa do meu lado reclamando dos filhos gorduchos fazendo algazarra pela casa enche a porra do meu saco! há muito tempo que eu não consigo dar uma bimbada nela! tá tão balofa que eu não consigo enxergar a sua buça. ela tá que é uma baleia prenha! eu não aguento mais. . . e o meu modo de encarar tudo isso é bebendo. . . eu também não presto, sou um marido canastrão e um pai relapso. toda sexta-feira eu saio do trabalho e vou para o puteiro gastar todo o meu dinheiro e hoje eu tô aqui falando todos esses meus problemas pra você não sei por quê... eu não te devo essas satisfações. tô bebendo aqui porque é a minha única opção no momento. ora bostas, chega de falar falar falar falar falar falar falar falar falar........... . . . . e tu tá indo praonde?
- exatamente pra onde você vai toda sexta e pra onde você quer tanto ir e não tem como. vou dar uma rebimbocada senão eu enferrujo, sabe com'é!
- imensa sorte a sua, camarada! sinto uma ponta de inveja sobre essa sua frase.
donada, o funcionário do departamento de bebidas do posto interrompe aquele papo fiado inútil de modo salvador:
- boa boemia, homem!
me saúda apontando para mim. ele sempre faz essa saudação para mim toda vez que eu paro aqui para chafurdar a minha cara com latinhas de cerveja. por que será hein? e eu respondo com um...
- muitobrigado, meu bom!
e continuo a minha peregrinação até o meretrício.

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