sábado, 27 de fevereiro de 2010

CL

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empapuçado de tanto sorver cervejas engarrafadas, cervejas enlatadas. zonzo. zicado de tão bêbado, trêbado trôpego pego um cigarro e acendo equivocadamente do lado contrário, ou seja, do lado que contém o filtro do referido tabaco. encontro-me na mão do palhaço Carequinha. ou no pé inchado de um palhacito do circo dos Trapalhões. um Mussum bebum maroto garoto roto propaganda da nº1 - ITAIPAVA. "e agoris, cumpadis? o que facis?"
[pulo essa parte!]
ponho a mão na cabeça da consciência, arranco uma meleca do nariz - é óbvio - e formo uma bola de gude grudenta e jogo na calçada. de eito, cofio o espesso cavanhaque cultivado há certas semanas. pois urge-me um fátuo desejo: I wanna be Nelson Gonçalves. porém antes da prótese peniana, é óbvio! ou melhor, eu quero ser uma espécime de Nelson Gonçalves cruzado com Noel Rosa. esse é meu último desejo. liga não, eu tou mesmo bastante chapado! deix'eu cantar feito um doido varrido aqui:

"...E as pessoas que eu detesto,
Diga sempre que eu não presto,
Que meu lar é um botequim
Que eu arruinei sua vida
Que eu não mereço a comida que você pagou pra mim."

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

CXLVIX

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nesse enquanto em que estamos nos embriagando, rola uma espécie de pagode de corno entoado por um grupinho de palhaços almofadinhas com cabelos arrepiados untados com gel e brilhantina. roupas de grifes - cujos nomes de marcas são esquisitos e sem significado nenhum. estão calçando uns tênis que mais parecem calçados de astronautas retardados. é um desritmo só! cantam em côro uníssono desafinado. as letras são ridículas. tudo ali é medíocre e ridículo.
- puta merda! tá brabo aturar isso. tá foda! - exclamo bastante irritadiço.
- pensei que aqui fosse um ambiente agradável - o irmão do biru-biruta engenheiro reitera.
- também pensei. . . rereitero.
- vamos zarpar daqui entonces, ora!
logo após essa sua fala. ele para, pensa e reflete e olha. porque eu vejo que a direção dos seus olhos encontra algo que ele procura com fervor. uma boa-bisca! mulher! muié! na língua do bom brasileiro. hehehe. mas não é bem uma mulher e sim um barril de vinho. uma tremendona gorda, obesa. um dinossauro. um brontossauro. uma baleia refugiada da arca-de-noé.
- peraê. vamos marcar aqui. vamozen bora não sô.
- ora porra por quê?
- tá vendo aquela gostososona ali! que carnuda. que formosa, que formosura!
- aonde? onde?
- ali. merda! tá enxergando não? tá precisando de um óculos...
- onde aonde???
- AAAALI!!!
- ALI?
- É
- TEM CERTEZA QUE É ALI?
- TENHO.
- ora porra tu é um São Jorge cruzado com poweranger!
- hãn?
- 'xa pra lá. esquece!
- po, tu não sabe, mano. eu tenho uma tara maluca por mulheres fartas, carnudas, deliciosas como essa. sabe como ela se chama? sabe? - ele dá uma breve pausa - babete picanha.
- hahahha. babete picanha?! já té sei o porquê desse nome de guerra que ela tem.
- porque ela é uma carne de primeira do meu açougue.
- putzzzz. . .ooorrraaaa!!!
penso: 'que péssimo!' mas é a tara dele. sou obrigado, forçado, conduzido a compreender essa sua tara excêntrica. a mulher é uma foca. um elefante da savana africana. mas ele a quer tanto. com isto, me deixa sozinho na mesa. sou abandonado por causa de um grande dragão branco. isso é que é amigo. amigo é pra essas coisas! ainda por cima, vou ter que desenrolar a conta das cervas sozinho. mas pelo menos ele vai foder feliz da vida. deixa quieto.
logologologo eu vou caçar a minha treta. também sou filho de deus! tenho direito a dar uma fodeca como ele. todavia à toda, terminarei de beber essa loira geladíssima. daqui há pouco, eu vou à luta.

CXLVIII

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forramos a pança. soltamos uns gases poluentes. uns puns cheirosos. uns peidos perfeitos. e decidimos completar a digestão rumando para algum bar de esquina mais próximo possível. conversamos assuntos desinteressantes que serviram para passar o tempo até chegarmos ao tão desejado recinto.
e aqui estamos.
mal sentamos e já chega um guri nos atendendo bem trazendo aquela cerveja.
- opa! gostei dessa birosca. já estamos sendo bem servidos. bem recebidos. já é um convite para retornarmos a esse estabelecimento beberiqueiro - exalto ao guri atendente.
- muito grato com muito gosto - ele responde.
- já estou me sentindo no conforto, bicho - o irmão do maluquinho arquiteto exorta também.
- à nossa saúde! que nunca fiquemos sem tomar uma. duas. três. seis. sete caixas desta loura gelada! - brindei com o comparsa.
- o que vão querer para beliscar? - o guri atendente sugere - querem algum aperitivo especial?
- não não não. brigado. já estamos devidamente laricados - eu respondo.
- beleza. qualquer pedido tamos aí, viu?!
- falou, mermão.
parece que hoje eu vou cair na carraspana como de hábito. êta vida marafa! não adianta fugir desse meu destino. arriba abajo adentro! eita nós.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

CXLVII

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indo direto ao ponto. sem rodeios & sem meneios.
- esbugalhe os seus olhos. veja bem só a parada, cumpadi.
- caramba! que maluquice! mas achei do caralho. huahuahua. - não aguentei, tive que soltar um riso desenfreado.
a casa que o irmão dele construiu, não é bem uma casa. e sim, uma cabana, um trapiche, um barraco de madeira, uma espécime de oca no meio da floresta amazônica. até que o sujeito é bem engenhoso e inventivo. não chega a ser um Niemeyer. porém é um bom arquiteto. entendo que é uma forma dele ficar mais à vontade. um jeito de estar mais consigo, estar mais íntimo. uma maneira de ninguém da família incomodá-lo.
- porra, po! do que você está rindo aí, merda sô???!!! - ele se irrita na hora - olha a situação em que se encontra o meu irmão?! não está vendo a situação, cara!??
- tô! tô!
e o tal irmão gênio biruta começa a demonstrar uma certa cólera. e nos olha com um semblante bilioso nos nossos olhos e começa a xingar de já:
- saiam! caiam fora daqui! parem de me perturbar! vai tomar no cú vocês! vai pro caralhooooooo!!! vai se fuder! vão se foder! tomar no cú pra lá vocês dois todos!!!! vão pro caralhoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!!!!
- tá vendo. olha como ele está - ele demonstra ainda mais preocupação com seu irmão.
- bicho - eu começo a minha colocação - eu acho. eu acho não. tenho certeza que ele está muito bem vivendo assim. pensa: não é ótimo viver com total e restrita privacidade? ninguém te aporrinha. aposto que vocês estão estourando o saco dele já cheio e estufado. seus pais também são pirados que eu sei. sua mãe fala coisa com coisa que todo mundo comenta por aí. teu pai é viciado em jogo, futebol e pinga. tá quase aposentado por isso que deve estar surtando... deve estar se achando inválido e tal. meu camarada, eu te conheço há tanto tempo, fique tranquilo, tranquilize seus pais. ele não tem nenhum problema. parem de ficar se preocupando com isso. cadê a sua mãe? e seu pai? tá na rua bebendo não é?! vamos fazer o mesmo que ele então?
- vamos laricar um pouco. minha mãe fez um frango frito com farofa acebolada. tá gostoso à beça. vamo rangar?!!? depois a gente parte pro botecão. fechado?
- combinado.
- mas, você não sabe, temos que comer bem longe dele - e volta o olhar para o irmão enquanto fala - porque quando ele vê alguma comida. ele cisma que a comida gruda e taca a comida na parede e jura que serve para acimentar as paredes. quer uma demonstração?
- hã...ran.
- vou pegar a comida pra você ver.
ele vai até a cozinha e pega o prato cheio e entrega ao irmão que pega a comida com a mão e joga na parede quase me atingindo:
- eu tou com o erê! eu sou o erê. eu não como essa comida. essa comida não é de erê! é comida que gruda! é comida que gruda... huehuehuehue.
- ihih! essa é nova! erê? que merda é essa de ser erê? tá vendo como ele está?
- que nada, mano. ele só gosta de se expressar. ele é um gênio biruta. vamos beber e deixa isso pra lá.
todavia, resolvo outra coisa.
- ah nã!! se bem que laricar esse rango esperto. é uma boa idéia né! daqui há pouco a gente beberica.
- falou e disse, véio. mããããnhêêê!!! põe mais um pouco d'água no feijão que hoje tem filação de bóia. huohuhoohhuhooo. . .

CXLVI

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dando prosseguimento a minha peregrinação desnorteada, pronto e presto a esperar qualquer B.O. de coisa alguma acontecer. sempre munido de uma carta às na manga no baralho contra o tédio. a modorra é uma doença para a qual eu tenho meus antídotos. o que eu mais gosto mesmo e não tenho o menor pudor em dizer é de estar o tempo todo à toa na toda a 1.000 p/hora! quando se trata de não fazer nada eu sou bastante rápido, bastante ávido, demasiado veloz. rápido, lépido, rasteiro, célere & certeiro.
por conta disso tudo, eu sempre tenho uns amigos figuras bem amalucados como esse que me depara e para o meu desregrado caminhar.
- mano mano, bicho! tá de bobeira? - eu penso em me hesitar mas não dá tempo para isso - venha até a minha casa para ver uma coisa doida. totalmente louca.
- o que é, mané? - eu, de saco bem lotado, perguntei.
- cara, se liga. meu irmão agora pirou de uma vez! ele tá doido doidinho doidão. . .
- por quê?
- cê não vai acreditar. não vai acreditar!
- fala logo, puta-merda!
- ele construiu uma casa dentro da nossa casa. cara, que doido! ele construiu sua casa própria no interior da sala. e não quer mais sair. cozinha, come, fuma, bebe e vê televisão. tu acredita?? tem até televisão lá dentro! po porra! ele não tá piradão da silva?! hein, o que tu acha dessa situação?
- vamos lá ver isso.
enquanto estamos andando até a sua casa. eu forço para não rir às gargalhadas. umas belas dumas exageradas e convulsivas gargalhadas.

CXLV

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passado o ocorrido fatídico e atroz com o rapaz do skate. saio do socavão que eu me refugiei da polícia - da casa abandonada. do nada, já estou deambulando de novo. sem saber o que fazer e pra onde ir. pra casa ou pro bar? eis a questão. no meio desse meu pensamento de conflito interno - não é que surge esse rapaz do skate?! e ele me reconhece de cara:
- fala tu! tu não é o cara que zuniu aquele pedregulho no carro dos polícias?
- sim. sou eu. fui eu que taquei, joguei a porcaria da pedra mesmo. porra, eles estavam te esculachando, te enquadrando, te bagunçando muito do injustamente. por isso fiz aquilo que eu devia fazer mesmo!
- po, valeu! tu é fodaço. gostei do que fez.
- só porque você é preto. se fosse um playboy branquelo, eles não iriam nem mexer contigo, nem sequer te olhar. essa merda de preconceito.
- é foda mermo!
- mas e aí, tu manda bem no skate legal?
- mando. já participei de uns três campeonatos e o caralho. fiquei em segundo lugar em um. e nos outros também consegui umas boas colocações. mas agora, eu não consigo mais participar de torneio nenhum. perdi os patrocinadores por causa de besteira. besteira total! po, mas eles também são uns hipócritas de uns caretas.
- e o que houve, então?
- po, eles me pegaram fumando um beck. noutro dia me pegaram no crack e no outro na nareba do pó. e eles cancelaram meu contrato. nada a ver! filhos-da-puta! e atualmente, para continuar me sustentando e pagando a minha faculdade de educação física, eu tenho que traficar, vender uns bagulhos pros plays viciadinhos da minha faculdade inteira. tem uma pá de neguinho lá que gosta muito! tu não tem noção, rapá.
- poizé é a vida num é...
não venham me dizer agora que os policiais tinham razão de revistá-lo, enquadrá-lo. . . eu continuo defendendo o moleque. afinal, ele não deixou de ser trabalhador. de tirar o seu dinheiro. a polícia é preconceituosa de fato. só porque o garoto é negro. tem muito branquinho que faz a mesma coisa. o que é o certo e o errado? eis a questão. eis a velha questão.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

CXLIV

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"se essa rua, se essa rua fosse minha. . . ." fosse não! ela agora é toda minha. todo o asfalto quente percorre os meus poros no passo dado que batem meus pés no seu solo concreto acizentado. sinto o seu cheiro ocre de urina, de guimbas de cigarro, de lixos deixados pro carro da coleta recolher à noite. vizinhas faladeiras, fofoqueiras de plantão no portão. crianças brincando de futebol, soltando pipa, fazendo furdunços que são característicos das crianças. velhos sentados na calçada admirando o nada. carros estacionados e outros carros passando. tudo se movimenta na rua, nada permanece estático. rua, teu nome é caos. tudo pode ocorrer na rua, em qualquer rua. salvante algumas ruas que são até bucólicas e entediantes. todavia as ruas desse bairro são ejaculadoramente movimentadas. por aqui pelas redondezas tudo pode acontecer. MESMO!
de fato. caminhando por uma dessas ruas agitadas. presencio um acontecimento que me deixa indignado. com muita raiva e ânsias de vômito. sim, uma ira, uma ojeriza bem latente me provoca reações descontroladas dentro de mim. eu tenho que pôr toda essa porra dessa coisa irascível pra fora! vejo três polícias enquadrando um garoto negro andando de skate. eles começam a revistá-lo. avisam-no que é uma procedência de rotina. enchem-no de perguntas inquisitórias do tipo: "tá indo praonde? tá vindo de onde? e tal." no passo que eu de cá me explodo de ódio olhando pra esse escabroso, horroroso, escroto fato.
manifesto.
- parem de esculachar o cara, seus porcos, macacos de farda! seus hipócritas de um estado hipócrita! parem de esculacha-lo! - berro, grito, vocifero, esperneio causando um imenso fragor sonoro pela rua - só porque ele é preto. se fosse branquinho.... eu queria ver. eu queria ver. vocês não iriam fazer tudo isso. ah se fosse com um playboyzinho filhinho-da-mamãe-e-do-papai, o tratamento, a abordagem policial seria outra, seus porcos!
pego uma pedra do chão e taco, jogo em direção do carro dos pms como se fora um frisbee - um objeto de  disco feito de plástico com 25 centímetros de diâmetro, usado para entreter cães domésticos. mas o que eu jogo é uma pedra mesmo bem pesada quase um pedregulho que cai certeiro no capô do carro que logo faz um tremendo estrondo. os policiais em seguida me olham.
quando eles deram por conta, eu já estava bem longe. me arranquei de pronto. na verdade, eu pulei, me escondi numa casa abandonada. a única casa abandonada do bairro. uma casa que dizem os mais velhos ser amaldiçoada, assombrada. na qual, afirmam ter ocorrido um suicídio coletivo familiar. será que eu devo MESMO acreditar nessa estória?
é o cúmulo do absurdo pra mim!

CXLIII

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acumulo meu débito com muita cerveja ingerida e contida no meu sangue. eu já tô no brilho total. não forrei o meu estômago porém alimentei o meu fígado esfaimado de substâncias etílicas. pra encerrar & cessar a bebedeira toda. eu peço uma coca. coca? é. não me pergunte o porquê da razão desse pedido. eu só sei que aprendi com a minha tia alcóolatra-pinguça que é sempre bom tomar uma coca-cola após ingerir muitas cervejas. ela fala que isso ameniza o baque da ressaca do dia seguinte. foda-se! não ligo pra isso, mas sigo a instrução & recomendação de minha tia.
antes de sair do boteco. me dirijo até o balcão e aviso ao dono do estabelecimento:
- ô chico! já sabe que eu tô pendurando contigo essas daqui - e aponto para a mesa que eu estava, repleta de garrafas de cerveja vazias e uma coca-cola também vazia - então, tu sabes que eu tenho esse crédito contigo, essa conta né. sou cliente assíduo.
- porra, tu é foda! de novo, no fiado, viado! tu não tem vergonha? não tá trabalhando não? e aí? como é que anda a tua vida?
- continua andando. minha vida não é aleijada. se bem que às vezes cambaleia, balança, gira, rodopia, mas segue sempre em frente na sinuosidade que é a própria vida. porque a vida, meu caro, é sinuosa, nunca em linha reta. quanto ao trampo. eu fui expulso, demitido, desligado, despejado do meu emprego de office-man há uns quatro meses - uma breve pausa - hahahhuahuaahahahaha... eu tô vivendo muito bem com meu seguro-desemprego. não sabia que eu tenho um seguro-desemprego?
- não, eu não sabia.
- poizentão.
- poizentão o quê?
- cai fora daqui, vagabundo! eu tenho muito o que fazer. não tenho tempo pra ficar perdendo com você, de papo batendo pro ar. fiado já me bastam as tuas bebedeiras agora ainda tenho que aturar o fiado da tua conversa!. . . brincadeira? tá de sacanagem?!!
- falou. fuuuuuuuuiiiiiiii. . . .
e denovamente ganho a rua.

CXLII

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como já é de praxe, o boteco da esquina da minha rua está cheio de vigilantes ambulantes autônomos da liberdade como eu. ocupados com o exercício de fermentar e ingerir álcool em seus fígados. ocupados em meter os pés na jaca e na cana até ficarem inchados. mais uma dose de cirrose, é claro que tamos afim. forever, forever drink! depois, eu sei que eu vou estar bem, me escorando, caindo em algum canto. a sorte é que eu tenho uma cama e um teto pra cair e me erguer no dia seguinte.
enquanto eu estou matutando essas idéias. o rádio do botequim toca uma marchinha antiga de carnaval:
'chegou a turma do funil/todo mundo bebe mas ninguém dorme no ponto/ah ah ninguém dorme no ponto/nós é que bebemos e eles que ficam tontos...'
- porra, bem que hoje. ou amanhã poderia ser carnaval. mas carnaval é questão de espírito. todo mundo tem certa possibilidade de fazer da sua rotina um carnaval. basta querer. basta querer o quando a hora que quiser. é só entrar numa órbita boa, numa onda diferente.
é melhor concentrar só no meu copo aqui, só. chega. de matutar.

CXLI

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levanto-me da camalcova num obrigatório salto. eu preciso agir! acordar pra cuspir! enfio a minha cara na pia cheia d'água. tudo pra não ter que tomar banho logo de prima né! é o papo... então, escovo meus dentes amarelecidos celeremente.
creio que mais uma vez não há como tomar um digno café quase da tarde. é o meu horário sempiterno de despertar e não tenho nenhuma vergonha de admitir isso. o que posso fazer? me diz! eu não possuo emprego. na vera, eu trabalho, sim. sou vigilante. vigilante da liberdade. às vezes, ganho muito bem com isso! seguindo esta carreira promissora. mudando e voltando pra via do devido assunto. .  .
já que não tem café. vou beber uma cerveja qualquer numa bodega qualquer no fiado, na pendura, no depois-eu-pago, no pra-daqui-há-um-mês. tá beleza? essa parada.

CXL

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huiauhuhaahuiahiauhahuahaaeuiheheehehaahiahaaa... como é bom, como é magnífico e mágico viajar sem sair do lugar. em suma, como é bom viajar sem sair de casa. eu acordo com essa sensação. aos pouquinhos eu vou despertando mas na base do susto:
- HÃÃÃNNNN!!!! NOSSSAAAA!!! PÔÔÔRRRAAAAA!!! QUE SUSTO!!!!!!!!!!!!!
puuutzzzzz.... ninguém vai acreditar nisso! eu me assustei com a minha própria mão re/pousada do lado da minha cara em cima do travesseiro.

CXXXVIX

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recebo o vento
sou a flecha da redenção
voando pelo céu de chumbo
um anjo desencarnado
sem asas de ícaro
com braços morféticos

e pés pousados
em solos fétidos

recebo o sol
que corusca em meu rosto cambiante
contrapondo minha pele enrubescida
formigada pelo contato com a mata virginal
na subida do monte de vênus

não percebo
estamos todos nus

recebo outro corpo
e sou conduzido a um lugar livre
onde os sonhos não se esgotam
e que um dia eu poderei
dizer que já estive.


*
*
*




termino de escrever esses versos imersos e apago.

CXXXVIII

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enfim, em casa. abro o portão. jogo meus chinelos na entrada. penso agora: o que tem pra fazer aqui? bem. . . será que tem cerveja na geladeira? tem algum programa bom passando no gatonet? eu devo ter anotado o telefone de alguma messalina... acho que eu vou bater uma vendo o canal pornô. peraê! acho que eu tenho um charo guardado, um tabaco hidropônico que o meu cumpade-camarada ganjaman noite linda me deu um dia desses que já faz um tempinho.... acho que eu devo ter guardado esse cigarro transgênico há meses! (na ausência do cigarro industrializado. o natural torna-se providencial.) eu até posso escrever algum verso, tocar o meu membro assistindo um filme pornô da cicciolina ou de alguma putatriz brasileira-tupiniquim e viajar na maria-fumaça-thc-celulose.
(ah!.... descubro que não estou velho demais pra isso.) 
e por fim - tirar uma sonequinha sossegada e sucessivamente sartar em sonhos celestiais.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

CXXXVII

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zarpei da bodega e tornei a vagar pelas ruas. percebo que há dois conhecidos meus vindo em minha direção. não dá tempo para despistá-los. eles já me viram. odeio quando isso acontece! não dá tempo para fugir. escapar para uma outra rua, uma outra saída, uma outra entrada de algum beco ou viela. eles já me viram. isso é péssimo! porque, porra, eu não quero ver e muito-menos falar com ninguém. mas não adianta, eles se aproximam e começam a falar. e um já começa fazer uma pergunta estúpida e cretina:
- tá vindo de onde, cara?
- eu?
- não. tô perguntando pra árvore do teu lado. ô merda! tá vindo de onde?
- ah de uma birosca aí!
- pô, vamo voltar pra lá onde você tava!??
- ah não. acho que eu vou para casa.
o outro também pensa da mesma forma.
- aheh. acho que eu também vou nessa!
- porra, tá enfraquecendo? - o primeiro chato indaga ao outro chato segundo.
- sei não. acho que eu vou continuar a andar por aí. de repente, tem algum posto 24 horas aberto e pode ser que eu pare pra tomar umas latas de itaipava... - sugiro.
- ótima idéia! - o primeiro exulta.
- pensando bem. desisto. não vou mais não.
- ai caralho! deixa de ser doido de pedra!!!
- vou para casa mesmo.
- não temos nada para fazer. vamos andando com você. beleza?
- mas eu não vou pra casa. vou andar só - refleti por alguns minutos e voltei atrás - não não, eu vou pra casa sim!
- então vamos!
e caminhamos, os três patetas, juntos no mesmo passo marcado. é quando me bate súbita sequela:
- iiihhh! esqueci de ir embora. minha casa é pra lá! não é pra cá - eu tinha ido pra direita quando na verdade era pra esquerda - é mole... esqueci onde é a minha rua, esqueci onde é a minha casa. . .
- cara, não acredito nisso, bicho!
- você esqueceu de ir embora. esqueceu onde mora. . . que doideira!
- porra, poizé. . .

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

CXXXVI

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- retomando o assunto... você disse que têm válvulas de escape. poizentão, quais são as suas válvulas de escape? - interpelei-o.
- as minhas escapatórias são cerveja e mulher.
- Ó T I M O!
- e não é?
- sim, claro, claro. . .
- só que hoje eu tive um encontro com uma mulher aí em situações inusitadas... nem te conto, rapá!
- porra, já que tocou no assunto, conta tudo logo! - me fiz de curioso.
- pô, é uma mulher que eu já ficava de olho mó tempão no meu trabalho!
- ham.
- mandei um bilhete pra ela com umas rosas vermelhas e violetas na mesa dela e joguei o seguinte papo: "cacau, depois do trabalho, me espere na lanchonete do final da rua que eu descerei em 15 minutos. já reservei o motel com oito horas de duração. espero que você use aquele seu espartilho que você me prometeu. quero que você me deixe louquinho da silva santos! eu te quero toda, cacau! ass: nando."
- e daí? vocês se encontraram na lanchonete?
- exato. lá, nós paramos um tempinho pra tomar uma coca-cola e comer umas porções de amendoim.
- coca-cola com amendoim? que eu saiba, o certo, pra dar mais tesão é catuaba com amendoim... é o que funciona!
- poizé... mas ela não gosta de catuaba.
- ham... e daí, vocês chegaram no motel?
- isso. entramos no quarto e tal... ela abriu o zíper da minha calça e começou a lamber minha glande e depois chupou e engoliu o meu pau até o gargalo e depois soltou e depois foi fundo de novo. chupou, engoliu o meu pau todo, perdeu o ar, gorfou, perdeu o ar, engasgou e deu uma ânsia de vômito nela. e pimba! não aguentou... vomitou todo o amendoim no meu pau... emporcalhando ele todo. aquela merda encrostada, besuntada, aquela merda toda ali cobrindo o meu pau. aí não deu, né? fiquei muito puto com ela! murchei! não deu mais. fiquei muito puto mesmo... cortou todo o clima! corri para o banheiro. lavei meu pau, me banhei. ah! já ia me esquecendo, sem contar que ela quando tirou o espartilho foi aquela baita decepção né! pensei que ela fosse uma bela duma gostosona. toda curvilínea e tal. no entanto, era tudo uma engabelação. quando ela tirou aquilo, caiu tudo! como se fosse o palace 2. desabou tudo de uma só vez! estrias, celulites e demais pneus que estavam devidamente escondidos, apareceram pra rolar como uma avalanche de pelancas. a merda foi completa mesmo!. . . que noite foi essa hoje, mermão! que azar mesmo!!! não é?
- é, vero. e ela?
- ficou ali parada. feito um 2 de paus. sem dizer nada. completamente extática. com os olhos esbugalhados somente. levei ela pra casa sem dizer uma palavra. e foda-se!
- o foda vai ser conviver com ela depois disso no trabalho, né? - indago-o.
- mas depois eu me resolvo com ela. tiro de letra. tô pensando até em dar uma segunda chance pra ela! mas sem amendoim dessa vez. até que ela é uma puta duma gordeliciosa!!!
- ah é, verdade!
no pós desse blá-blá-blá idiota e nojento, porém, ultra-engraçado e não menos pitoresco. pedi a conta de apenas 1 cerveja que eu bebi. foi tanto lero-lero que eu fiquei morgando, moscando, mosqueando com 1 cerveja! tá vendo porque que eu não gosto de me misturar. por isso que eu gosto de parar num bar e ficar bebericando destacado. tem sempre uma figura estranha a me empentelhar com essas tolices de estórias. mas que são engraçadas, ah isso são!

CXXXV

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mas assim mesmo, não teve jeito. me pára um sujeito... sem noção de nada nem de porra nenhuma, sem um mínimo critério de juízo cabível senta na cadeira que estava vazia da minha mesa. aposto que viu que eu estava sozinho com cara de maluco solitário ou psiquiatra falido e veio realizar uma consulta comigo só pode... é foda sentar numa mesa com mais de uma cadeira vazia! dá nisso.
- falaí! beleza? tudo no esquema dos conformes? _ o sujeito pergunta.
- sim.
- é casado? tem filhos? é solteiro?
- por que você quer saber da minha vida? por acaso, tu tá me dando uma cantada? tu é viado ou algo assim? eu não curto essa onda não, meu chapa...
- e... nada a ver! eu sou facão, cumpade!
- ah porra!
- mas responde a pergunta que eu te fiz!
- por quê?
- se tu quiser, não responde.
- não não não, não tenho droga de ninguém na minha vida!
- porra... já eu, sou casado e tenho 4 filhos. minha mulher já tá me enjoando... meus filhos enchem todo o meu saco... brigam sem parar e ficam correndo pela casa, quebrando tudo! e minha mulher só me olha com cara de azêda... por isso, que eu tenho que ter minhas válvulas de escape.
- e quais são as suas válvulas de escape? já que você não consegue dar no couro com a sua mulher direito.
- tá me chamando de brocha? - porra - ou de viado?
- não.
- então de quê então?
- de nada, só tô dizendo isso porque quando fala que a mulher tá enjoando é porque não a come como deve ser comida. ou você pode mesmo estar virando a casaca mesmo - paro por uns instantes - ah, merda! sei lá da tua vida!!!
- ih, qualé cara!

CXXXIV

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rrrrruuuuummmmmhhuuuummmnnnmmmmm...
tá me dando uma vontade arrebatadora e exulcerante de cagar. cagar pra valer! não sei por quê? agora que eu tenho urgentemente encontrar uma biroska e descer o joão-de-barro no jarro. ô! no vaso!
e começo a andar descompassadamente, os passos apressados & desenfreados. suando... transpirando... exsudando... em bicas & torneiras! minha roupa toda encharcada de suor de nervosismo que eu estou. e não consigo achar essa porra de botequim!!!
até que....................
...........................................encontro!!!
e enceto a disparar em direção ao banheiro... como sempre esses banheiros são fedorentos. sem papel higiênico, eu me limpo com a cueca mesmo. e depois a jogo no vaso e dou descarga. não tenho importância fico sem! é até mais confortável... e ele agradece! ele fica mais livre pra respirar.
subo as calças. ajeito-me. saio do banheiro tranquilamente e peço uma cerveja ao zé dono do bar. e procuro me sentar num local mais dixavado, isolado e abscôndito possível.

CXXXIII

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no meu habitual andar cadenciado. vou percebendo que ainda há um resto de movimentação pelas ruas. o calor não deixa algumas pessoas dormirem. corpos são sacudidos, sacolejados pelo clima abrasador que faz esta noite. por isso, creio que todos os bares devem estar um tanto cheios. não adianta, eu não vou ter aquele sossego que anseio. será que eu devo regressar ao puteiro? meia volta volver!?! devo? devo? devo? não! não quero ver tâmara prosseguir com a sua labuta. rebolando a bunda para outros machos! eu não suportaria e socaria as fuças do devido condenado!
tenho que prosseguir com a minha caminhada. bar! bar! beber! relax...
- um cigarro agora me ajudaria a travar esta caminhada. . . _ pensei em voz-alta.
e acendo meu fumo industrial, na ausência de um cigarro natural.
mas não quero mais escalar morro. estou velho para isso.
- uhahiiuhahuhuahuahuahuauhaiahohaohaahuaahuhuauihioahuahahuaa...... - rio em alta-voz.

CXXXII

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então é isso. depois de saciar meus profanos desejos sacanas com a 'putana' da tâmara. (minha linda hetaira!). eu necessito mesmo dar mais uma relaxada em algum reduto etílico. a noite não termina assim tão de-repente & fácil para mim. admito: sou um mandrião convicto. com muito orgulho, com muito amor! hahahahahahahaha... estou igual um tuareg no deserto louco por um pouco de água após um dia inteiro de batalhas. só que ao invés de água eu quero matar a sede mesmo com água...rdente !

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

CXXXI

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não satisfeito, na cara-dura, direciono essa pergunta à tâmara:
- podemos trepar de novo, gostosinha minha?
- ai não, meu benbenzin!
- ué, por quê não? qual é do papo?!
- eu tenho que arrumar mais uns quaisquer aí. mais umas merrecas. pois eu quero entrar para faculdade.
- me diga uma coisa: por que toda prostitutazinha tem que ingressar na faculdade? pra quê??!!!
- deixa de ser babaca!!!
- à título de curiosidade: qual curso você quer fazer na faculdade?
- serviço social.
- pra quê? pra quê você vai fazer serviço social? você já é formada nisso. já pratica tão bem o serviço social aqui. hahahahahahahaha.
- hehehehehe. é, de fato. aqui eu já aprendo o que é serviço social.
- então...
5 minutos depois.
- ah minha graciosa! vamos trepar de novo, vamos??!!!
- não não não posso não posso.
- então te desejo: bom trabalho, tâmara!
- muito'brigada!
- que nada!
- depois eu passo na tua casinha e forneço mais combustível ao seu tanque.
- promete, sua rameirazinha?
- promessa é promessa.
- então tchau!
- tchau.
de seguida, escapuli do bordel, escada abaixo, rumo à primeira bodega que eu encontrar pela frente afim de encher o tanque do meu motor.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

CXXX

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- empina, empina, arrebita bem o rabo!
- assim?
- isso, assim! desse jeitinho mesmo. toma! toma! toma! e toma!
- ai ai ai auahu auawuuu auawuuu!!!
- que rabinho mais delicioso que você tem, hein, tâmara?!
- gosta gosta?!
- A D O R O !
- me come me come com toda força que você possui!
- rãnm rãnm rãnm!!! vou cavar por todo o teu belo orifício.
- devagar. . . devagarzinho...
- devagar?!
- É!
- tá. não vou te machucar. mas a dor é intrínseca ao sexo.
- pare de gastar português à-toa e me fode bem gostosinho!
- acho que eu vou gozar tudo que eu tenho direito agora! vou explodir a minha porra toda!
- segura, aguenta mais um pouquinho... não solta agora não. agora não!
- tá!
após uns tantos minutos:
- você não disse que a dor é intrínseca ao sexo?!
tâmara avança um tapa na minha cara, que eu de-logo revido:
- ahé!? toma isso!
- huuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuummmmmmmmmmmmmmmmm...... agora enche a palma da mão e bate na minha bunda.
- assim?
- A S S I M !
- que demais tudo isso!
- me fode me fode me fode. me soca bem. trepa tudo! mete mete mete! aiaiaiaiiiiiii!!!!!!
- agora vou gozar. lá vai a queda da cachoeira de esperma! ââââuuuuuuuuunnnnnnn!!!!
finalizo com uma bela duma esporrada na face caboclamulatada de tâmara. eu agradeço o comprazer relaxante do meu deleite carinhosamente dando pauladas com o meu caralho na boquinha aveludada dela.
- curtiu, bembenzinho?
- ôôô. . . se curti!!!! veja toda essa porra besuntada na tua carinha.
- áh que bom! missão cumprida. hum e bem comprida! - depois de formular essa fala, tâmara contentemente chacoalha meu pau como se se fosse brinquedinho inanimado de criança.

CXXVIX

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abaixo a sua cabeça novamente em direção ao meu membro hirto. seguro e prendo os seus cabelos como se se fosse segurar uma rédea. e tâmara como sempre chupando magistralmente me elevando a décima potência do tesão:
- huhuh... nossa! saboreia, saboreia esse caralho.
a eito, adentro o meu pênis por entre seus seios fofos e arredondados.
- tá gostoso tá?! tá gostando?!
findando esse roça-roça preliminar. parto para o grande ataque. enfiando meu pau na sua boceta ávida por sucessivas penetrações. seu rostinho de tarada querendo ser fodida incontinenti eleva ainda mais a potência do meu tesão:
- me dá me dá piroca, dá!
- sim, sempre!
- soca empurra mete enfia bota tira fode fode me fode vai!!!
- puta-merda! tá bom da porra!
- tô sentindo que você já quer gozar, meu benzin.
- NÃO NÃO NÃO. nem pensar!!! vou te meter muito ainda!
- então, mete mete mete soca soca soca me fode me fode me come me come come come. . . aaaaiiii!!!
- isso. grita, geme, grunhe, esperneia! e toma pica na buça!
ordeno, ordenho que ela mude de posição para iniciarmos o tão aguardado & fomentado sexo anal.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CXXVIII

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- não não não me beije, neguin! não pode... aqui não pode! é o meu ambiente de trabalho. é a norma da casa. eu sigo a norma do estabelecimento: fica terminantemente proibido o contato labial com o freguês a fim de evitar possíveis casuais envolvimentos pessoais/sentimentais. e eu sou disciplinada. sigo à risca a regra.
- que foda-se a porra dessa regra! eu vou beijá-la nem que seja no tapa!
- mas não pode não pode não deve. . .
- por quê? você me beijou das outras vezes sem nenhum empecilho sem palhaçada sem nenhuma bobeira. por que isso agora?
- é diferente. aqui é o meu local de trabalho.
- hah eh?!!
e tasquei um beijo canibal em sua boca. um beijo lascivamente antropofágico. eu não roubei um beijo de seus lábios. eu o sequestrei. e algemei, trancafiei sua boca na minha por uns longos minutos. até passar os meus dedos sensualmente nos seus lábios e carregá-los até o meu falo.
- chupe essa rola como se se fosse um sorvete de caramelo.
- hum que pica mais delícia!
- circule a língua no pico da minha pica.
e tâmara enceta deliciantes circunvoluções orais no invólucro do meu pênis. que delírio!
- me beije de novo! e diga que eu sou o seu eterno macho!
- você é o meu eterno macho.
- grite!
- VOCÊ É O MEU ETERNO MACHO!!!
ela grita enquanto eu cavouco meus dedos na sua linda buceta.

CXXVII

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- opa! gostosita! já está aqui. . . e aí? vamos começar?
- claro!
tâmara responde bastante animada. fazendo-me encher de inspiração acarretando numa catadupa de excitações.
- será que voce não gostaria de me levar para um outro lugar... algum motel que possa haver uma caminha mais acolchoada. um lençol menos amarrotado com um ambiente bem perfumadinho, hein? acho que você queria sair daqui, não?
imaginei dizer para ela o seguinte: "ô, mulher larga de besteira, larga de frescura! nem parece que é uma bela de uma piranha..." mas fui impedido pelo mínimo de respeito que eu tenho às boas maneiras de educação e discrição. fui entregue ao politicamente correto. a hipocrisia.
- hah, não! tâmara. o pior é que eu tô gostando desse mocó. vamos furufunfar aqui mesmo. é um local bem jeitosinho.
- tudo bem, meu neguin.
- vou te beijar então agora!

CXXVI

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sei que ela não vai pegar o lençol e a toalha incontinenti. ela deve parar pra fumar um cigarro. fofocar um bocado com suas amigas 'prostis' e bebegustar um copo de cerveja. nesse interim, bem que eu poderia escrever algo de alguma coisa. . . mas estou ocupando a minha cabeça praticando onanismo - a minha cabeça exterior, inferior mas superior à minha cabeça altaneira.
não quero pensar, só refestelar-me nessa cama mofada. pois, eu só me sinto útil de pau duro.

CXXV

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o tal quartinho é uma alcova bolorenta, uma recâmara pestilenta. a cama sem lençóis e travesseiros. a porta sem tranca. o chão com bitucas de cigarros amassados. uma lixeira lotada de preservativos gosmentos, usados. e o referido quarto-cubículo não circula sequer nenhuma ventilação. é um forno em forma de quarto! mas tudo que eu mais quero é fazer uma foda com tâmara e que foda-se esses meros detalhes!
- meu benzin, espera um instantin, que eu vou só pegar um lençol e uma toalhinha. enquanto isso, vai se aquecendo, tá bom?
- 'êxa' comigo, minha gostosita!
- fui.
ela sai da alcova-fornalha gingando languidamente os sedenhos.
já eu vou me preparando: onanizando-me.