quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

CXLVII

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indo direto ao ponto. sem rodeios & sem meneios.
- esbugalhe os seus olhos. veja bem só a parada, cumpadi.
- caramba! que maluquice! mas achei do caralho. huahuahua. - não aguentei, tive que soltar um riso desenfreado.
a casa que o irmão dele construiu, não é bem uma casa. e sim, uma cabana, um trapiche, um barraco de madeira, uma espécime de oca no meio da floresta amazônica. até que o sujeito é bem engenhoso e inventivo. não chega a ser um Niemeyer. porém é um bom arquiteto. entendo que é uma forma dele ficar mais à vontade. um jeito de estar mais consigo, estar mais íntimo. uma maneira de ninguém da família incomodá-lo.
- porra, po! do que você está rindo aí, merda sô???!!! - ele se irrita na hora - olha a situação em que se encontra o meu irmão?! não está vendo a situação, cara!??
- tô! tô!
e o tal irmão gênio biruta começa a demonstrar uma certa cólera. e nos olha com um semblante bilioso nos nossos olhos e começa a xingar de já:
- saiam! caiam fora daqui! parem de me perturbar! vai tomar no cú vocês! vai pro caralhooooooo!!! vai se fuder! vão se foder! tomar no cú pra lá vocês dois todos!!!! vão pro caralhoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo!!!!
- tá vendo. olha como ele está - ele demonstra ainda mais preocupação com seu irmão.
- bicho - eu começo a minha colocação - eu acho. eu acho não. tenho certeza que ele está muito bem vivendo assim. pensa: não é ótimo viver com total e restrita privacidade? ninguém te aporrinha. aposto que vocês estão estourando o saco dele já cheio e estufado. seus pais também são pirados que eu sei. sua mãe fala coisa com coisa que todo mundo comenta por aí. teu pai é viciado em jogo, futebol e pinga. tá quase aposentado por isso que deve estar surtando... deve estar se achando inválido e tal. meu camarada, eu te conheço há tanto tempo, fique tranquilo, tranquilize seus pais. ele não tem nenhum problema. parem de ficar se preocupando com isso. cadê a sua mãe? e seu pai? tá na rua bebendo não é?! vamos fazer o mesmo que ele então?
- vamos laricar um pouco. minha mãe fez um frango frito com farofa acebolada. tá gostoso à beça. vamo rangar?!!? depois a gente parte pro botecão. fechado?
- combinado.
- mas, você não sabe, temos que comer bem longe dele - e volta o olhar para o irmão enquanto fala - porque quando ele vê alguma comida. ele cisma que a comida gruda e taca a comida na parede e jura que serve para acimentar as paredes. quer uma demonstração?
- hã...ran.
- vou pegar a comida pra você ver.
ele vai até a cozinha e pega o prato cheio e entrega ao irmão que pega a comida com a mão e joga na parede quase me atingindo:
- eu tou com o erê! eu sou o erê. eu não como essa comida. essa comida não é de erê! é comida que gruda! é comida que gruda... huehuehuehue.
- ihih! essa é nova! erê? que merda é essa de ser erê? tá vendo como ele está?
- que nada, mano. ele só gosta de se expressar. ele é um gênio biruta. vamos beber e deixa isso pra lá.
todavia, resolvo outra coisa.
- ah nã!! se bem que laricar esse rango esperto. é uma boa idéia né! daqui há pouco a gente beberica.
- falou e disse, véio. mããããnhêêê!!! põe mais um pouco d'água no feijão que hoje tem filação de bóia. huohuhoohhuhooo. . .

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