terça-feira, 10 de agosto de 2010

CLXXIV

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já devidamente bebinho. e dantes igualmente. começamos a rondar, circular, circundar a boate. dar umas investidas nas cocotas de plantão. a bebida é a combustão necessária para jogar galanteios. qual será a nossa primeira isca? dantes dá o ponto de partida:
- ei! aí, mina? você tem um cheiro muito bom, que cheiro... - ele cafunga a nuca da garota de pronto e de pronto ela o empurra.
- sai daqui! vaza!
lá foi-se a primeira tentativa ralo abaixo. ele não desiste e avança em outra.
- oi, anjo lindo. quebrou as asas e caiu aqui perto de mim pra me cuidar.
- ah que cantada batida essa heim! já tá muito manjada, te arranca daqui!
o pior é que ela tem toda razão. ele não está dando muita sorte. eu agora fico até na minha, de canto, só analisando, na espreita.
no entanto, ele, incansável, garrido e aguerrido cavalga intrépido sem fugir do front de batalha. todavia, ausculto que ele está um tanto irado. claro. por ter tomado tantos tocos. alguns que eu nem quis citar para não denegrir ainda mais a sua imagem perante a vocês, curiosos leitores.
- hei, onde você tá indo, dantes?
- calmae.
- te espero aqui - caô. eu sigo-o, sem que ele nem perceba. sei lá, devo estar perto para qualquer imprevisto ou condição adversa.
ele papeia com as mulheres. nenhuma dá bola. ele as agarra e elas deslocam-se do seu abraço ébrio. até que uma delas, deu-lhe um tapa e um soco seguidos de uns gritos chamando o namorado que é uma espécie de animal revestido de músculos e veias saltitantes de tanta ingestão de anabolisantes em horas a fio, enjaulado numa academia.
ele aparece. eu me aproximo e digo para o sujeito que ele possui problemas psiquiátricos. que bebeu além do permitido pelas prescrições médicas. que apenas pretendia levá-lo para cá para se distrair um pouco. ufa! ainda bem que o jamanta marombeiro foi compreensivo e nos liberou de uma sessão de pancadas:
- beleza, valeu! mas se eu ver vocês de novo perto de mim e da minha mina. eu finalizo vocês em três tempos, entendeu? sacou? agora, metem o pé!
e saímos da boate.
- vamos procurar outro lugar para fazermos nossa zona na tranquila porque esse aqui já babou - dantes diz.
- vamos. mas vê se manera, tá legal?!
- ok.
- e vamos pra onde agora? coloco uma questão no ar.

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