segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

CXXIV

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ela ainda está plantadinha no mesmo lugar. roendo as unhas de ansiedade. exatamente como eu já previa:
- poxa, você demorou, meu-amor!?!
"que demais!... fiz ela mofar de tanto esperar. mereceu." penso cá com os meus botões.
- que isso - célere, invento uma lorota pra onça engolir - é que não parava de jorrar líquidos do dito-cujo. eu beberiquei bastante breja!
- você e seu jeito pinguço de ser. quando vai parar de beber dessa maneira?
- quando?
- é, benzinho?
- quando eu confundir uísque com urina. ou seja, quando eu estiver bem gagá, esclerosado, caduco. mas isso nunca vai me acontecer!
- você é que pensa, meu benzinho.
- ih! e você, tá pensando o quê? vai me dizer que entrou agora para os alcóolicos anônimos, hein, sua safada!?!
- é que eu não pretendo te ver tão embriagado todos os dias.
- "...Mas um homem inteligente tem às vezes de beber para passar o tempo entre imbecis."
- é, profundo, profundo, mas não é o seu caso.
- é o caso de Hemingway e o meu.
- quem é esse Hemingway?
- é um magnífico escritor americano de romances como desse trecho que eu citei do livro chamado: Por quem os sinos dobram.
- ahnnnn. . . bacana, benzin!
- bah! tô me cagando neste momento pra literatura! chega de lero e vamos ao que nos interessa: F.U.D.E.R - soletro paulatinamente.
- siga-me, meu benzin! vamos ao meu quartinho quentinho.

CXXIII

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rápido, rasteiro & sorrateiro abro a porta do banheiro e dou de-cara com duas muy hermosas putanas, logo imagino realizar uma boa espanhola com as duas. pois cada uma porta e suporta orgulhosamente um volumoso par de fartas tetas. aceno para elas. e elas piscam para mim.
- com licença, posso usar a privada?
- claro - as duas respondem em sincronia perfeita.
e elas continuam a trocar de roupa, ou melhor, anti-roupa. e nem se importam com a minha presença. elas aproveitam esse ensejo para se alisarem, se apalparem, se saborearem lascivamente. nisso, fico atiçado - provocam-se fortes sinais de ereção. a libido me deixa desinibido e inicio a (in)voluntária masturbação.
- vocês duas - repontei-as de modo provocativo - minhas gostosas, se incomodam de eu bater uma punheta celeremente?
- não não não nadinha - novamente as duas respondem em sincronia perfeita.
- tá excelente!
eu toco, toco, acaricio macio no cio canino meu membro, minha membrana peniana completamente retesada. enquanto, elas se linguam, se abocanham, se mordiscam, se mordem, se enroscam, se pegam, se chupam, se engolem...........................aaaaaaaaaAAAAAHHHHHHHHRRRRGGHHHHHHHH!!!! clímax! orgasmatron!!! que estupendo aquecimento para a partida entre eu X tâmara. tô bem aquecido, bem treinado, pronto pra entrar com bolas e tudo na rede/vagina dela. artilheiro que sou, só entro em campo pra golear.
- muitobrigado - agradeço de modo educado e gentil - minhas gostosinhas.
- ao seu dispor, meu gostosão - outra-vez as duas respondem em perfeita sincronia.
assim, me retiro do fedengoso banheiro. tâmara deve estar me aguardando ansiosamente.

CXXII

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- ah... eh!
agarro-a com enérgica & explosiva destreza viril sua modelada cintura.
- você gosta de praticar o ato de furunfar, neh?! então, vamos trepar! mas eu não vou te pagar merda nenhuma! eu tô sem um puto de níquel no bolso. . . tá beleza?
- aaaah... tá ótimo! me doma! fale comigo desse jeito canalha, viril. . . que eu gamo, com você vai ser 0800. grátis. de graça porque eu te amo! tanto... você é o meu macho, meu eterno macho! meu homem de todos os homens da face deste planeta.
- isso! eu sou o melhor!!!!
- é, sim. é o melhor!!!!
- me leva logo para o muquifo da foda. eu quero transar até não mais pppfoder!

- espera só dois minutos para eu fumar?
- espero.
- ai, obrigada.
- acho que eu vou no banheiro dar uma mijada.
- vai lá!
- eu não me demoro.

CXXI

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- eu também te amo, MUITO! eu adoro fazer amor, sexo, o que seja, o que for com você. . .
- então, por que cargas d'água você optou por se prostituir, tâmara?
- . . . eu não sei. . . eu não sei te explicar ao certo.
- como? não sabe me dizer por que você é messalina, rameira, puta?
- não sei. . . não sei como te explicar. já disse!
- eu não entendo isso! como não sabe me explicar? que louco...
- pois é, não sei!
- ah. mas você vai ter que me falar!
- quer saber? quer saber direito o porquê? tá preparado pra ouvir?
- tô. pode falar.
- é que eu adoro DAR!!!! - tâmara reverbera em alto e bom tom a sua voz - eu sou viciada em DAR. muitos são viciados em drogas pesadas, remédios de tarja-preta e outras coisas do gênero. eu sou apenas viciada em DAR!!! tá me entendendo? é um vício mais que saudável. sacou?

CXX

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- é você? é você, tâmara?
- sim. sou eu mesma!
- o que você está fazendo nesse pardieiro de puteiro vestida assim?
- ué, você não sabia à respeito da minha profissão, meu bem?
- NÃÃÃOOO!!!
- não? por que a irritação? vamos conversar numa boa.....
- uma boa porra-nenhuma! sua vagabunda dadeira!!!!
- não fale assim comigo dessa maneira. o que eu te fiz? hein?! o que eu te fiz, meu bem? hein?
- você bem que merecia levar uns sopapos, sua safada da moléstia!
- fale baixo. você não está na sua pocilga!
- não mesmo. eu estou neste antro da porra!
- é, que você adora, né!
- eu devo te encher de bofetadas, sua safada! mas eu te amo, sua puta! EU TE AMO, SUA PUTA!

CXVIX

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acomodo-me numa cadeira vaga com uma pequena mesa típica de botequim pé-sujo e acendo um cigarro pacientemente. depois de dar três tragadas. levanto, dirijo-me ao balcão e compro uma garrafa de cerveja. aprecio cada golada e cada rebolada de cálidos quadris a zanzarem atraindo toda a clientela.
até que uma delas estaciona perto de mim. e assim, corro meus olhos nesses encurvados belos sedenhos. vou subindo devagar os meus olhos perscrutadores até alcançar a sua face. peraí!

CXVIII

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daí então, sagazmente, atento, atino meus olhares para outras flores do bem-querer. elas passeiam ao meu redor. dando a alígera impressão de me atiçarem a todo tempo e a todo custo. elas precisam do ganha-pão e eu necessito de alijar a minha tensão com alto teor de tesão.
mas, no entanto, o motivo maior de estar aqui é para tãosomente exorcisar tâmara. esse é o ver da verdade. uma forma sadia de esquecê-la. sim. não. eu nunca pensei em assumí-la como algo definitivo para mim. o amor pode ocupar o juízo das minhas faculdades mentais.
eu sei lidar melhor com os rumores da paixão.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

CXVII

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no enfim de todo o percurso, chego a casa-vermelha, o lupanar. o estabelecimento é escuro, iluminado por poucas foscas luzes de neon mas que parecem tornar o lugar ainda mais escuro.
quatro andares regados à putas de variados tons de pele, cabelos e cor do esmalte das unhas. estúrdias maquiagens cobrindo seus rostos. o carmim dos batons dando impressão de estourarem suas bocas. variadas estaturas: putas baixas, médias, altas. variados tipos físicos: magras, chupadas, esbeltas, atléticas, avantajadas, recheadas de carne e por aí vai. . .
eu perambulo pelos andares. subo e desço as escadas ininterruptamente. observo, analiso, pretendo escolher a dedo aquela que vai me entorpecer de sexópios. uma já vem se aproximando e sussura no meu ouvido:
- e aí, gostosão, quer trepar até se acabar hoje comigo? pode vir que eu tô prontinha pra ser toda sua, de quatro eu sou a melhor de todas!
- e o que mais você faz, minha gracinha? - interpelei.
- ahaaah... tanta coisa que você nem sabe!
- ahaaah... se sei, boneca!
- é meeerrrrrmoooo!!!???!!!
- se é!
- e aí?
- e aí, o quê, minha boneca?
- vamo trepar?
- quanto tu cobra?
ela vira as costas e corre atrás de outra piroca, outro ganho. me parece que ela não gosta muito de negociações & pechinchas.

CXVI

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no percurso em direção a zona da putaria. parei pra estacionar no posto e bebericar meia dúzia de latinhas de cerveja. haja visto, que na zona, a bebida é menos acessível financeiramente falando.
puxo assunto com um candango ali perto, com isso fico surpreso comigo mesmo.
- tu tá indo praonde, rapá? perguntei.
- seilá! pra lugar nenhum! tô aqui biritando um pouco porque ficar em casa com uma mulher obesa do meu lado reclamando dos filhos gorduchos fazendo algazarra pela casa enche a porra do meu saco! há muito tempo que eu não consigo dar uma bimbada nela! tá tão balofa que eu não consigo enxergar a sua buça. ela tá que é uma baleia prenha! eu não aguento mais. . . e o meu modo de encarar tudo isso é bebendo. . . eu também não presto, sou um marido canastrão e um pai relapso. toda sexta-feira eu saio do trabalho e vou para o puteiro gastar todo o meu dinheiro e hoje eu tô aqui falando todos esses meus problemas pra você não sei por quê... eu não te devo essas satisfações. tô bebendo aqui porque é a minha única opção no momento. ora bostas, chega de falar falar falar falar falar falar falar falar falar........... . . . . e tu tá indo praonde?
- exatamente pra onde você vai toda sexta e pra onde você quer tanto ir e não tem como. vou dar uma rebimbocada senão eu enferrujo, sabe com'é!
- imensa sorte a sua, camarada! sinto uma ponta de inveja sobre essa sua frase.
donada, o funcionário do departamento de bebidas do posto interrompe aquele papo fiado inútil de modo salvador:
- boa boemia, homem!
me saúda apontando para mim. ele sempre faz essa saudação para mim toda vez que eu paro aqui para chafurdar a minha cara com latinhas de cerveja. por que será hein? e eu respondo com um...
- muitobrigado, meu bom!
e continuo a minha peregrinação até o meretrício.

CXV

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termino de me aprumar. dou aquela mijada pra sair de casa (sempre quando saio de casa, bate um nervoso psicológico acarretando em uma vontade súbita de urinar). bebo uma água com um gosto barrento. tranco a porta com chave e escondo a chave debaixo do jarro de plantas situado na pequena varandinha.
novamente na rua e sempre sempre à procura de alguma coisa sumariamente necessária. acendo o cigarro tranquilizador. o cigarro que ameniza as angústias.
vasculho canto por canto. rastreando todos os lugares que, porventura, possa estar tâmara. em casa eu sei que ela não está, passei por lá, não vi nenhuma movimentação não ouvi nenhum barulho sequer. ela saiu, eu sei que ela saiu, eu sei que ela saiu...
repito num balbucio:
- em casa eu sei que ela não está, passei por lá, não vi nenhuma movimentação não ouvi nenhum barulho sequer. ela saiu, eu sei que ela saiu, eu sei que ela saiu...
todavia, para onde tâmara foi? e não me ligou. . . ela sempre me liga sugerindo algum programa especial. há alguma estranheza no ar. . . não se lobriga uma lógica adequada sobre isso.
ah já me cansei de ir à cata de tâmara. vasculhei todos os locais, todos os arredores deste bairro. basta! vou em direção a zona do puteiro saciar essa sede de sexo minha.

CXIV

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dispo-me. deambulo completamente nu pelo meu conjugado. vou até o banheiro. escovo os meus dentes amarelados de nicotina. descarrego uns colifórmios fecais pelo vaso adentro. limpo-me com sobras de papel higiênico. somente tiro o excesso, o resto eu limpo com a água do chuveiro. e me lavo, tiro todas as impurezas do corpo. enquanto esfrego com esponja e sabão, reparo o meu corpo: tenho que cuidá-lo. começam a aparecer gorduras e banhas, não pensei que fosse passar um pouco do meu padrão de peso. tudo isso é por conta de alimentações desregradas à base de muito feijão, farofa, filés de terceira e fritas acompanhados de cervejas e outras biritas.
nentanto, eu não consigo me ver em academia, fazendo ginástica, hidroginástica, musculação, spinning, alongamento, bicicleta, cooper, pilates, yoga, capoeira, karatê, judô, jiu-jitsu e terapias ocupacionais.
prefiro continuar com o meu ritmo de vida gaudério, exercitando-me do meu jeito, preocupando apenas em fazer atividades que me fornecem gaudio e relaxamento para minha mente - cérebro que é a parte do corpo humano que eu considero sempre o mais importante.
até agora nenhuma mulher se incomodou, muito-menos tâmara. os meus apetite & desempenho sexuais prosseguem acima da média. tirante a modéstia.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

CXIII

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viciado. não resisto. antes de sair à procura de tâmara. ligo o gatonet sintonizo com controle-remoto no canal pornô. demasiado onanista que sou. faço uma preliminar bem gadenha aproveitando alguns minutos que me restam de estroinice e total descontrole de depravação. sarro minha própria mão olhando pra televisão.
vendo dois filhos-da-puta cavoucando uma gostosa loura louca e possuída sem dó nem piedade. e pra finalizar ela toma um belo banho ensaboando-se com espermas.
. . .é melhor eu sair logo e caçar tâmara...

CXII

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esse poema gazel do Drummond estrugou-me a renovar todos os sentidos do estro que se esgueirava pelas minhas vísceras. uma paixão amorosa ou um amor apaixonante que estava abandonado por mim mediocremente. porém, eu não sei se eu consigo adaptar-me a vida de casal casual caseira. o amor é moroso e sossegado quando este não se encontra intrínseco à paixão.
não interessa! na prática, todo racionalismo torna-se defasado. somos movidos por gostos, gestos, gritos, grunhidos, grilos, gabos, ganas, ganhos, gentes, germes, graças, gás, gozo, grana, gula, guarida, guias, grifos, grumos, grinfas, grimpas, gládios, guerras, gravidade a gravidade grave à guisa de grogues de geração em geração. apenas os impulsos sequiosos justificam o que é o ser humano na realidade.
e não me interessa mais estar nessa joça de fossa sem ter esse grandioso alguém ao meu lado nutrindo os meus rompantes azos de deleite.

CXI

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depois de molhar o bico com cerveja e de ter presenciado tais cenas bizarras. veio-me uma viperina sede de sexo percorrendo e percorroendo todo o meu corpo. o pulsar das minhas veias é furiosamente latente. eustou latindo como um cão que quer dar um passeio pelo parque à cata de virgens cadelas de madame. assobio assovio vagidos pela sala.
vou farejar tâmara. eustou com saudade mas não quero assumir. orgulho tosco. como estou precisando sentir o seu cheiro fazendo amor em tesão fúlgido espelhado na expressão do seu bel-rosto.
bastou olhar para a sua foto tirada em uma praia qualquer de Natal fazendo pose de bíquini, toda bronzeada e radiante. sobretudo, a vontade também foi fortalecida após ler um poema do Drummond intitulado O chão é cama:

"O chão é cama para o amor urgente,
amor que não espera ir para a cama.
Sobre tapete ou duro piso, a gente
compõe de corpo e corpo a úmida trama.

E para repousar do amor, vamos à cama."

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

CX

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- ninguém comeu ainda a minha xereca!!! ninguém comeu ainda a minha xereca!!! ninguém comeu ainda a minha xereca!!! ninguém comeu ainda a minha xereca!!!
ela grita & berra desenfreadamente.
todavia, a velha parece que inverte a sentença por ela ululada.
ninguém tava entendendo nada - a confusão por ela armada. e eu tive que ficar só rindo, neh!. . .
- e quem comeu a minha xereca??? quem foi que comeu minha xereca??? ninguém comeu a minha xereca! ninguém comeu a minha xereca? QUEM COMEU A MINHA XERECA!!??? QUEM COMEU A MINHA XERECA!!???
no entanto, a velha faz a sua própria investigação à respeito de sua trepada e interpela um a um, cada bebum.
- foi você que comeu a minha xereca?
ela vira para outro.
- foi você?
e pra outro.
- e você? comeu minha xota, você?
ela continua a urrar.
- a minha xota tá toda ardida! alguém comeu a minha xota ardida! ela tá toda gasta, usada, mas ainda dá pro gasto, ouviram! UAIHOUHAHAOUIHUIAUAHAUAHUHAHAUHAAAAAAAA....
ela gargalha e aponta para uma moça que estava passando por ali.
- acho que foi vocezinha que comeu a minha xerequinha, foi!, foi? eu também já ralei muita lixa com mocinhas como você....
a garota se assusta, mas retruca de chofre.
- essa velha tá doida, tá maluca! tranca ela num hospício!
- hospício nada, sua putinha! eu quero cachaça!, só, só!!!
- olha que eu te sento na porrada, vovó esclerosada da porra!
- aeh, vem então pra mão. - e ela se atira pra cima da garota. parece que hoje vai ser mais um dia inusitado.
elas saem no tapa. a velha e a moça. mas obviamente, a velha se quebra toda. cai no chão e chora. chora feito criança recém-nascida. a moça se desculpa. e depois as duas se abraçam e a jovem leva a velha até a praça.
na praça havia um mendigo todo alcoolizado esperando quase pelado por ela. excitado. ele se enrosca nas duas. e acredite: eles treparam ali mesmo na praça ao ar livre em pleno vespertino domingo com crianças jogando bola de gude, soltando pipa e brincando de pique-pega. todos ficaram horrorizados, principalmente as mães que estavam pelos arredores vigiando suas crias, porém, nada podiam fazer. o ménage à trois estava sendo executado com louvor e a todo furor. está provado - temos que admitir - o amor é lindo.

CIX

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saí à cata de um boteco então. e como eu já havia previsto: todos os bares do bairro estavam abarrotados. é esse calor de 50°! só tomando umas cevadas geladas pra aguentar! nesse ínterim da procura, eu até encontrei um que não estava tão cheio de gente. todavia, eu tive que retornar todo o trajeto para rumar até esse buteco. passei por sete esquinas até chegar nesse bar.
sento. a mesa está meio suja. peço para o dono português bigodudo dar uma limpadinha com o pano úmido. e ele limpou igual a cara dele! mas não me importunei com essa coisa pequena. e pedi uma itaipava bem gelada. itaipava é uma cerveja barata, de baixa renda para os bebuns como eu que nem ao menos tem renda.
aparentemente a tarde de domingo estava calma até chegar uma velha esquipática e esquizofrênica se aproximando soturna e escandalosamente do recinto. as atenções dos bebuns que ali estavam focaram-se todas para esta velha.

CVIII

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quando despertei da minha madrugueira sesta. a primeira atitude que eu tomei, a primeira coisa que eu fiz foi expulsar todos aqueles companheiros sestrosos que eu arrumei na rua. de chofre, rompi com a lei das boas maneiras! tudo que eu mais quero neste comenos é ficar quieto na minha solidão. meu reino (que eu não tenho) pela paz da minha solidão! ah . . . e um bar, se possível, deserto e sossegado pra tomar minhas cachaças, minhas cervejas, com pouco bebum pra encher meus colhões. eh, mas é mesmo impossível de isso acontecer numa tarde de domingo escaldantemente ensolarada.
porém, quem sabe eu consigo achar esse El-dourado-divinal-paraíso-sacro-sagrado botequim...

CVII

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essa é a minha versão da cantiga em ode à melindrosa gostosa dormiteira:


boi, boi, boi, boi da cara preta
pega essa menina
que aperta a buceta.


não estranhe. eu sou um famigerado e nobre imbecil. pode me xingar se quiser! eu vou pras quintas dos infernos mesmo. hhuahuahuahuahuauhaauhaaaa... não eu prefiro ir até a puta que nos pariu!!! HUAHUAHAHAHUAHUAAUHAAAHAA...... parafraseio Tião Macalé: 'nojento!. . . tchaaannnn!!!!' HHUEHEHUEHUEHUEHHUEUHE . . .

domingo, 10 de janeiro de 2010

CVI

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tão logo a eito, foi a minha vez de pegar na soneca. contei apenas uns dez carneirinhos pra desabar de fadiga e renovar meu corpo e meu espirito pra poder suportar a sensação do amanhã. de súbito, veio-me uma cantiga pueril do tempo em que eu sarava meus anseios nos seios no colo no regaço de minha mãe.

'dorme, filhinho, que a cuca vai pegar
papai foi a roça
mamãe foi passear.'

e surge outra cantiga:

'boi, boi, boi, boi da cara preta
pega esse menino
que tem medo de careta.'



não entendi o porquê dessas lembranças tão distantes. acho que eu sinto uma certa carência. ou pode ser alguma demência minha mesmo. ô merda!

CV

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depois de muito matutar, chego em minha residência. como eu já advinhara - todos estão ronronando a roncar. a baderna tinha terminado. copos com restos de cerveja espalhados pelos cômodos da casa. no-mais, eu nem ligava para essa desordem. eu queria um prazer final para aquela minha estúrdia noite. e parei, olhei, pensei e resolvi: - vou foder com a melindrosa desse jeito mesmo - dormindo. e foi exatamente o que eu fiz.
- acorda, acorda, acorda, gracinha! vamos fuder um pouquinho?! você não quer mesmo?? então eu vou trepar contigo assim dessa maneira então! - tentei despertá-la para o ato do sexo, mas não tive um resultado positivo.
- deixa eu dormir aqui, porra! - ela respondeu.
- tá, tá, tá . . .
esperei uns vinte minutos e meti meu instrumento nela enquanto ela devia de estar no quadragésimo estágio do sono profundo.
e quase gozei dentro - rapidamente desobstruí meu instrumento de sua boceta - e espirrei viscosos jatos na parte externa do seu ventre.

CIV

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já não sei se eu devo retornar a minha casa. todos estão bêbados, tortos, loucos, estirados, jogados em qualquer canto do meu mocó. pode ser que no caminho eu pise, tropece num despacho. esbarre com uma puta que me sacie todas as minhas apetências. o que eu posso fazer agora? aparentemente eu não tenho uma diretriz definida. eu sou uma encruzilhada.