quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

CXLII

.



como já é de praxe, o boteco da esquina da minha rua está cheio de vigilantes ambulantes autônomos da liberdade como eu. ocupados com o exercício de fermentar e ingerir álcool em seus fígados. ocupados em meter os pés na jaca e na cana até ficarem inchados. mais uma dose de cirrose, é claro que tamos afim. forever, forever drink! depois, eu sei que eu vou estar bem, me escorando, caindo em algum canto. a sorte é que eu tenho uma cama e um teto pra cair e me erguer no dia seguinte.
enquanto eu estou matutando essas idéias. o rádio do botequim toca uma marchinha antiga de carnaval:
'chegou a turma do funil/todo mundo bebe mas ninguém dorme no ponto/ah ah ninguém dorme no ponto/nós é que bebemos e eles que ficam tontos...'
- porra, bem que hoje. ou amanhã poderia ser carnaval. mas carnaval é questão de espírito. todo mundo tem certa possibilidade de fazer da sua rotina um carnaval. basta querer. basta querer o quando a hora que quiser. é só entrar numa órbita boa, numa onda diferente.
é melhor concentrar só no meu copo aqui, só. chega. de matutar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário