domingo, 27 de dezembro de 2009

CIII

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chego ao posto. dirijo-me ao balcão. faço o meu pedido. primeiro cumprimento educadamente:
- boa noite! tudo bom?
- bom dia, né. já está quase amanhecendo. . .
- é verdade.
- o que deseja?
- quanto é essa cerveja?
aponto o dedo indicador para a bebida.
- R$1,50. vai querer, amigão?
- sim, quero. vou querer umas seis cervas dessa, irmão!
- ok.
- tá aqui o dinheiro.
- toma seu troco. quer um saco plástico para carregar as cervejas?
- sim, obrigado. tenha um bom dia!
- e você uma boa boemia!
- he he he he...
gostei desse voto.

CII

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um ralo
um halo
de pó
e cacos
pelo rés do asfalto
sobra sombria
ébria de silêncio e visão

não sei se fico
fito falo
ou espero desembaçar
esse breu nos meus olhos
que me cega
enquanto sigo contramão

derreado mandrião
ingênuo gênio
que procura são só
solto
a verdade em vão

nenhuma vivalma salva na rua
em plena noite de verão.

CI

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aqui, eu vou cadenciando no meu passo seguindo em direção ao posto 24 horas. nenhuma viva-alma no caminho. eu e o nada. fiel parceria. silêncio e tranqüilidade. e a minha vontade de me entorpecer, me dopar pra ser curado das angústias do ramerrão da vida.

C

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enquanto isso. . .
a chapa esquenta na cama do meu quarto. o malandro mulato e a segunda gostosona se juntam se untam se lambuzam e abusam fazendo algazarra com muita fodelança num frenesi fremente do arrastar da cama e do tremer das quatro paredes do meu antro particular.
- me come, me come com toda a força que você possui! - a segunda melindrosa gostosona enfatiza.
- lá vai! um golpe fulminante de pirocada na tua xoxota! – o malandro interpõe.
- mete esse pau achocolatado na minha buça rosada, vai, vai, vai!!!
- eita! que delicioso, e vamosimbora!! hehehehehe. . .
- vou te fazer esporrar todo o líquido espermático que você contém...
- e vou fazer o seu clitóris esguichar de prazer, gostosuda...
- ai que amor!
- que tesão! vou fuder com você até depois de depois de amanhã. . . . . .
- então não pára de me enrabar, meu mulato!
- prepare-se para beber, engolir o meu gozo. hhahahahahahaha!!!!!!
- aaaaaaiiiiii....... engoli tudinho, tomei tudinho, papai!
- tomou mesmo? deix’eu ver se tomou mesmo? abra a boca, feche os olhos e diga: AH!
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!
- rsrsrrsrsrs.... que beleza, tomou tudinho mesmo, que bom! vai fazer bem pra sua garganta. nunca vais ficar gripada. e faz bem pra pele também e pras raízes capilares.
- opa! qu’ótimo! então eu vou beber esmegma sempre que puder.
- isso mesmo, boa menina!
- hihihihihihuiiuuhuhuhhihihhiii.

XCVIX

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ficamos eu e a primeira melindrosa gostosa e ainda bebericando as respectivas cervejas. não trocamos nenhum miúdo de palavra. tontos, quedamos no sofá zonzos. nossos olhos zigue-zagueavam dispersos em derredor da sala. por via disso, eu percebi o clima e liguei o rádio numa estação qualquer. nem sei que música está tocando... acho que é uma balada cantada pelo Tim Maia. ah sei lá! arrombo o silêncio e pergunto algo para a primeira melindrosa:
- quer beber mais uma cerva?
- . . . . . . . .. . . . .. . . . .. . . . .
ela não me responde. pois está embriagadíssima.
tento novamente.
- ei, ei, quer beber mais uma cerva?
- quero, quero. . . ô não! quero, quero, quero!. . . não, não, quero sim... não não. . .
já quase perdendo o controle da paciência.
- ô, você quer ou não quer beber mais uma!!??
- ai ai não, sim, sim, não, não. . . . . . ....... eu quero me deitar e dormir!!! por hoje é só isso! c’est fini.
- nem transar você quer?
- não. há não ser que você queira meter numa cadáver. . . huehuehueuheuheuhe... aprecias um sexo mórbido? huahahhahaihahuahahahuauhaha...
- ahhahahahaha... porra! então tá, pode dormir. eu sou um cavalheiro, não vou meter em você enquanto tiras uma pestana. pode dormir sossegada.
- ai, ótimo! até amanhã. fui... aaaauuunnnn... – e ela apaga no sono.
“não importa! perdi uma trepada. mas não perdi a noite, vou sair e comprar umas latinhas de brejas para beber sozinho. que bom!”
recruzei o portão da minha casa rumo ao posto 24 horas de gasolina e destilados do álcool.

XCVIII

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cruzamos o portão da minha maloca. quase gritando falando numa altura que daria para acordar toda a vizinhança. bem bêbedos. e não pretendemos parar de entornar!
vasculho a geladeira exasperado. encontro, por deveras sorte, quatro long necks de cerveja brahma. certinho. na conta. bela exatidão matemática! e a visita feliz agradece a nobre recepção.
bem bêbedos já não conseguíamos nos comunicar devidamente. sim, estamos pra lá de bangladesh! mas uma coisa é fato concreto e consumado: os quatro querem gozar de alguma forma maneira e jeito. . . requebrar no ritmo do remelexo do sexo.
- vamos tran... trepar logo, meu malandro, meu mulato? – a segunda melindrosa gostosa II se assanha.
- de quatro, minha gata?
- concer. . . é claro, meu mulato!
- demorou!
- hheehehehuihiueeuhiuhiuhuhhuuu, mulatão!!!
- então, hei, mano! onde é que é o seu quarto, cumpade? - o malandro mulato interpela-me.
- (e eu respondo) é logo ali à esquerda! fiquem à vontade.
- obrigado.
- obrigada.
enfim, uma foda já está sendo arquitetada e configurada. uma parte da missão está sendo cumprida. acho que estou sendo um ótimo cicerone para com os meus hóspedes-visitantes.

XCVII

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contudo, devido ao meu anseio sequioso de escrever neste comenos que me surge urge um prólogo de um poema.

depois de tudo vem o vazio.
a cama a casa
a náusea o vômito
a verdade e a vida.
isso tudo eu abandono
agora.


entrementes, todos estavam gastando toda a cachaceira falando, urrando, berrando pelo caminho. rindo de qualquer assunto, uma falação de besteiras sem-fim. portanto, eu, só necessito de uma boa bebida, uma foda anti-monotonia e terminar de escrever esse poema. porque escrever é mó viagem. me leva longe da ilusão mesmo estando nela. e quem é que não necessita de ilusões? os que responderem não, são uns filhos-da-puta hipócritas!

domingo, 20 de dezembro de 2009

XCVI

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- mas então, vamos beber a derradeira? já não agüento mais beber... – a gostosa melindrosa I ressalva – só foder!
- eu quero beber e foder concomitantemente! - o malandro mulato entoa.
- já eu quero beber, foder e escrever. – eu idealizo.
- você escreve? – a gostosa melindrosa II me pergunta.
- escrevo.
- sobre o quê você escreve, bonitão?
- sobre deuses, devaneios e mentiras.
- ÃÃÃÃÃHHHNNNN. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
saímos do bar já quase fechando. quase no alvorecer da manhã. e os ventos do norte nos soprando para minha casa. espero que tenha alguma cerveja. um bom anfitrião, um bom cicerone sempre oferece uma boa bebida para os seus convidados para causar boa impressão. é a “regra básica n°1” de etiqueta de honoráveis pinguços. lembro do início de uma letra de rock’n roll dos anos 80 no caminho para minha casa:
“mais uma dose?/é claro que tô afim/a noite nunca tem fim/por que que a gente é assim?...”

XCV

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- poisentão, vocês querem trefuder bem hoje? - o mulato interpela-as.
- vamo vamo vamo armar um bacanal legal!!??? - eu me empolgo com a idéia.
- primeiro vamos beber bem, tah!? – a melindrosa I responde.
- é. – a melindrosa II responde monossilabicamente.
- se bem que esse caracu que eu tô tomando já tá me deixando de pau duro! - o malandro salienta.
- e e e então eu vou tomar esse troço também! – eu me empolgando mais uma vez.

XCIV

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estamos cercados por um invólucro de bêbados. estrépitos, alaridos de cadeiras e mesas se arrastando. sonidos de copos batendo na mesa se quebrando – descuido muito comum entre bêbados embriagados que já estão atravessados no ponto culminante do entorpecimento etílico.
continuamos, prosseguimos em conversas frugais, banais e sexuais. no entanto, quando íamos para o último item a conversa me atraía mais.
- já deu essa xota hoje? – a gostosa I questiona a gostosa II.
- ainda não.
- ela deve de tá coçando então?
- ela tá suada. transpirando muito. e olha que eu tô de saia hein!
- eu acho que hoje eu vou fazer doce, não vou facilitar pra homem nenhum!
- por quê?
- ah porque eu quero fazer um charme. chega um pouco de me oferecer assim de bandeja pra esses safardanas!
- ah já eu não.. . eu vou logo caçar um macho logo pra garantir essa noite mais-ou-menos.
- ‘izé, tá certa! eu vou te acompanhar nessa! se eu ficar de charminho eu vou ficar chupando dedo com água na boca. coisa que eu nunca fiz. eu sempre quando eu saio pra pista arrumo um beijo na boca no mínimo. no zero eu nunca fiquei mesmo, amiga.
- essa parada. ..
as duas estão doidas pra dar.
será que vai rolar?

XCIII

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minutos depois.

ô menina
tirou sua carteira de identidade amarela
para trabalhar na casa da luz vermelha...

- ‘que música é essa que você está cantando?’ – interpela a melindrosa gostosa primeira.
- ‘deixa. ele já deve de estar viajando. . .’ - ressalto.
- ‘é um começo de um novo samba que eu tô elaborando.’
- ‘mas por que ela tirou uma carteira de identidade para trabalhar num puteiro? e ainda por cima amarela?’ – indaga a melindrosa gostosa segunda.
- ‘acho que posso responder a sua pergunta, minha criança...’ – ressalvo – ‘na Rússia antes da Revolução de 17, as prostitutas eram obrigadas a tirarem carteiras de identidade amarela para trabalharem no ramo do amor s/a nos lupanares do país.’
- ‘aaaahhnnnn. . .’ – a melindrosa gostosa segunda II interjeita.
- ‘é isso mesmo! aí, leste também Crime e Castigo do cumpadre Dostô?’
- ‘li. há um bom tempo quando eu era moleque. enquanto os moleques da minha idade gastavam o dinheiro de suas mesadas comprando a revista playboy, eu, por minha vez, comprava livros de caras geniais como esse que escancaravam as portas da minha percepção.’
- ‘... maneiro . . . mano!!!’
- ‘hei! agora sou eu que digo: parem de viajar na maria-mole e concentrem-se somente na bagaceira da bebedeira!’ – a melindrosa gostosa primeira I trocista inverte a situação.

XCII

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- ahauoihhaohhuaihauhaiuuahouiauhuahuaoihihauhauaohaouiahuahouiahiohiahahiahoahaaahoiaiaiaahaiohaiohaoiahiauhaahauiohaioahahioauahuaioaahaiaahioahauhaioahahuahuahaoihaiuahuiahuaihauhaouiaiuahauhaohiahoauihaiuahoiuahuhiuaooaihauiaahuhaoiuahiuahiuauahuoihaoauhaihoihaiohaouiahoiahoaiuhauaoiahuoiahoauihauoihaoihaoihaoiuaha
- ‘tá rindo de quê? de uma piada?’ – o mulato malandro interpela a primeira gostosa melindrosa – ‘nem começou a beber devidamente e já tá viajando no aipim legal. . .’
- ahauoihhaohhuaihauhaiuuahouiauhuahuaoihihauhauaohaouiahuahouiahiohiahahiahoahaaahoiaiaiaahaiohaiohaoiahiauhaahauiohaioahahioauahuaioaahaiaahioahauhaioahahuahuahaoihaiuahuiahuaihauhaouiaiuahauhaohiahoauihaiuahoiuahuhiuaooaihauiaahuhaoiuahiuahiuauahuoihaoauhaihoihaiohaouiahoiahoaiuhauaoiahuoiahoauihauoihaoihaoihaoiuaha
- ‘o que foi? me diz o que tanto que você ri feito uma hiena cagada???’
- ‘heheuhee. . . ela já tá bem chapadinha. suponho que não sabe beber direito só porra que ela sabe beber e direitinho...’ – sacaneando-a.
- ‘aí vai se....... te..... vai se fuder!!! ninguém te convidou pra essa conversa!’ – a primeira melindrosa me replica. – ‘vem cá! e você que bebe néctar da merda na casa da sua vó encarquilhada!’
- ‘cala a tua boca de boqueteira! senão quer que eu rasgue o que resta de cabaço do teu rabo. . .’ – respondi a altura.
- ‘o meu cuzinho já foi escavacado há um bom tempinho, meu filho! Huahauuahoihauhaiohaahuaihahaiahahaiuoahahaiuhaohouihauahuihuaaihaiuhauihauihiahauahauiohaiohaioahioahioauhuaahaaiihaoa....................... foi na roça perdeu a carroça!!!’
- ‘poizé, malandro, tu perdeste a retórica dessa vez.’ – o mulato malandro salienta. – ‘e, vamos voltar a nos concentrar na bebedeira que é bem melhor.’

XCI

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aportamos num bar minúsculo e enfurnado de bebedébrios gesticulando e falando muito alto num entra-e-sai de gentes cambaleando entre si. porém, todos mui contentes por estar ali. assim, chegamos esfuziantes para somar com aquela alegre energia que pairava naquele ar abafado de bafos encachaçantes.
não conseguimos achar uma cadeira e nenhuma mesa que estivessem de sobra. por conta disto, a primeira melindrosa reclama:
- ‘será que vamos ter que ficar em pé mesmo?’
- ‘e o que que tem, pô!!’ – o malandro mulato retruca.
- ‘ora, eu também tô pouco ligando pra isso!’ – vou no embalo da onda do malandro.
- ‘deixa de frescura, mulher! tu já esteve em espeluncas piores do que essa e nem sequer reclamaste! ficava zanzando a bunda pros machos rindo às gargalhadas bebendo no mesmo copo que eles. ‘ – a segunda melindrosa a adverte.
- ‘é, mas eram outros tempos... agora sou mais madura. eu era uma mocinha cheia das inocências. . .’ – a primeira melindrosa replica.
- ‘parem de cochichar feito duas desocupadas comadres tagarelas e vamos cair dentro da bebedeira!’
- ‘é isso aí mesmo, malandragem!’

XC

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o malandro mulato começa a bater batucado palmas como se estivesse tocando um simulacro de pandeiro. ele assobia esboçando um samba:
‘vou puxar um samba no gogó, filha!’
‘manda aí!’ – a 2ª gostosa melindrosa manifesta-se.

caixa de marimbondo
faixa de moribundo
é luto.

coxa de galinha
roxa da vizinha
é minha.

‘pare de cantar e vamos catar um bar.’ – a primeira melindrosa gostosa cessa o samba do malandro mulato.
‘gostei gostei... gostei. . . hehueuhehue.’ – eu opinando quanto ao samba do mulato – ‘pois vamos simbora!’

vamo vamo sembora
ao romper da aurora
sem nenhuma demora
pela noite afora...
o mulato malandro emenda rimas de partido-alto.

então vamo, vamo agora
porque já passou da hora
eu já tô dando o fora
vocês são cheio de estória...

entrei na onda e embarquei na viagem do malandro.

‘vão parando de gracinha, seus vagabundos!’ – a primeira melindrosa irrita-se um bocado.
‘eles são maneiros... huauhahuahua. . .’ – a segunda melindrosa se adapta ao clima propiciado por mim e pelo malandro mulato.
‘não se avexe, não, belezura. nós já vamos resolver o seu problema’ – o mulato à primeira gostosa.
‘pois é, sei que você tá doido pra me comer denovo.’ – ela replica.
‘beber comer fuder e dormir devem ser os mandamentos fundamentais para a vida normal de todo o ser humano dessa humanidade.’ – filosofo.

sábado, 12 de dezembro de 2009

LXXXIX

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a segunda melindrosa gostosa caminha compassadamente em minha direção. hesita em dizer alguma coisa. pára. dá um tempo. e tartamudeia:

e e e e e u u u u u. . . . .
vamos trefuder juntos!!! (o mulato sarra a segunda melindrosa.)
é uma boa idéia 51! – exclamei com deboche.
mais cachaça. . . assim eu não agüento, companheiro. [a 1ª melindrosa gostosa retruca ao meu escárnio.]
vocês, vocês, vocês, vocês, vocês! {a segunda melindrosa gostosa reboa com exaspero.}
ela está muito chapada como nós estamos. [a 1ª gostosa melindrosa explica.]
um 69 também é uma boa idéia! (o malandro mulato retoma o meu sarcasmo.)
porra! pode crê... – confirmo. pausa longa prosseguida de uma fala paulatina – sobretodavia, digo, que, o, concúbito, pode ficar, para o depois.
eh! o negócio é goró! [a 1ª melindrosa exclama.]
beleza, já é! (o malandro mulato)
beleza, já é! {a segunda melindrosa repete a fala.}
então, eu tô afim de uma branquinha – começo a dizer – e quando digo branquinha me refiro a cachaça e mulher.
pois eu estou afim de uma loirinha (o mulato malandro) e já eu, quando digo loirinha refiro-me a cerveja e mulher.
seus descarados tarados! [a 1ª melindrosa gostosa exalta-se.] vocês só pensam em mulher e futebol. . .
ah eh! {a 2ª melindrosa gostosa concorda com a primeira gostosa.}
futebol é o caralho! eu só me interesso por goró e mulher e mais nada. pra mim, ao meu modo de ver: os homens que se interessam por futebol não são homens de verdade, tradicionais. o futebol serve de estratagema para as suas frustrações enquanto homens que não dão no couro com as suas respectivas esposas, namoradas e etc e tal. e ficam perdendo tempo vidrados numa merda de tv olhando homens cheios da grana correndo atrás de um pequena esfera branca. eles poderiam muito bem levantar seus traseiros do sofá e trepar e beber e cair na gandaia! isso não é demonstração de testorena não... tem uns até que perdem dinheiro com isso, brigam na rua. se for pra brigar tem que brigar por causa de uma xereca, uma xoxota, uma xavasca que é muito melhor! – filosofo.
falou e disse tudo, chapa! (o malandro concorda veementemente comigo.)
parem! vocês estão gastando muito... [a 1ª gostosa interrompe nossa viagem.] afinal. o que nós vamos fazer então agora?
CONTINUA.

LXXXVIII

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escura esquina. olor de urina nos muros. um silêncio aparente. os deambulantes confabulam.

e aí? por que vocês estão passando por aqui? atravessando o meu caminho. . . – interpelei-os.
n...ó...s!!!??? (os três tartamudeiam. estão tartamudos porque estão embriagados vindos da esbórnia noctâmbula.)
sim! vocês, porra!!! – irrito-me.
n...ó...s!!!??? (tartamudeiam novamente. mas a segunda melindrosa gostosa nada fala.)
porra! alguém tem um cigarro!? alguém tem um cigarro!? alguém tem um cigarro!? – repito a fala porque m’encontro em estado de desespero.
fique peixe, meu chapa. . . eu vou arrumar pra você! (o mulato malandreado exclama suavemente.)
acho que eu tenho um aqui na minha bolsa. [a primeira gostosa melindrosa roda a bolsinha com o peito da mão três vezes. abre o zíper da bolsinha. vasculha bem fundo e pega um cigarro amassado.]. aqui ó! tá meio amassadinho. [ela ri numa risada bem fina.]
uah! tá ótimo! – me aliviei em-demasia – eu tava seco pra fumar. . . o vício é um sacrifício. é um martírio.
no entanto, o vício é de muita serventia no que concerne a mitigação do giro tedioso da roda da ronda cotidiano. (o malandreado mulato reflete.) é. (pausa) o rodo. (pausa). cotidiano.
pô... vocês estão satisfeitos! de cara cheia!! – entoei.
ueh... mas estamos com a barriga vazia. [a primeira melindrosa alisa a barriga do mulato todavia com gestos salientes.] entretanto. . . a mente. . .
pois eu quero beber mais e futrepar de de novo!!! (o malandro agarra e sarra com muitos indecorosos gestos a segunda melindrosa gostosa.)
venha cá! – miro o olho arregalando-o para a segunda gostosa melindrosa – e você? não vai dizer nenhuma fala??!!!

LXXXVII

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antegozo. estou chegando! me adesperem... “ô abre-alas, que eu quero passar!...” hoje é orgia à luz da lua.
“eu sou da lira não posso negar...”

LXXXVI

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noite vaga. notivago ao romper do lampejar coriscante das luzes quase meio eólicas da cidade qualquer. pra escrever. escrever crê e ver algo de quê? ah vá para puta que parir “neste inverno ou não/neste inferno...” canção marginália. eu sou aquele e aquilo. aqui aquém e ali além. vou. ‘stou.
não me negue um pouco de água que passarinho malsinado mas bem ensinado bebe e desmaia. não fuja eu não fujo do raio que me aparta me apara quando eu paro sem anteparo em esquinas escuras. todavia eu acho que tem um exu que me guia. bem dizendo: um rol de entidades rueiras. outrosim, ciganos gitanos.
antegozo.
olha o que eu estou mirando-vendo essa hora! duas melindrosas gostotosas e um malandro mulato tropicando nas pontas dos dedos do pé. boas companhias. antes mal acompanhado do que só no buraco. da fossa. me antecipo me aproximando destes guapos camaradas comancheros desta noite vaga.

LXXXV

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o mano hirsuto diambeiro inspirou-me a ser o que eu quero ser – um digno & despojado andrajoso andejo com devido brio e preparado para seguir uma outra viés de vida. pois é preciso determinação, força de coragem e dedicação para ser como ele: ver a vida de outros ângulos que não os do desenfreio, da ganância, do exibicionismo, do consumismo do ramerrão que esses seres enfadonhos conclamam e proclamam: um mundo abarrotado e abalroado de vis penas capitais metais.
eu não vou mais ao barbeiro! sei que ele não vai passar fome só por minha causa. cabelos & barbas crescerão como as raízes da terra. nem as unhas acho que eu vou cortar só aparar mas as das mãos eu vou deixar crescer um pouco só também para eu viver de violão, cachaça & poesia. tiro o meu chapéu para quem quiser pôr umas moedas senão agradeço a tenção dispensada. por mim tá tudo bem, tudo certo, tudo ok. não vou morrer por conta disso não mermão.
vagabundo também é profissão.
autônomo. é claro! sem carteira assinada. porem já trabalha aposentado.

LXXXIV

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o que eu devo atinar-me neste átimo? escrever. crê e ver. em algo de quê? escrever é expandir raciocínios impressos pelos centros dos cérebros dos leitores. eu não quero ser poeta nem profeta nem proxeneta. só imagino duas opções: voltar a ser um bebê de proveta? ou permanecer sendo um bêbedo de cara cheia? ah que se dane! às turras!
- ‘quem me descola uma seda aí?!’
quero ficar sedado sentado no sofá subsequentemente debulhado em ressacas sequiosas de mais umas dosagens de quase overdoses. pode deixar comigo que eu pinto o meu teto de preto! aproveito a eito e a ancho.

LXXXIII

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pois é, cumpade. a todo vapor barato. hidroponia é a nova sintonia. a vapor. vapor. avião. avião. solta o foguete. pipa no céu. bala no ar. bola em campo. o bagulho é insano. tráfego. a malandragem segura as pontas. êta dianho! tem treta à vista? não não não não não não. tá limpo. enrola mais uma palha. óculos negros versus olhos vermelhos. vice-versa. dão no mesmo. tá tranquilito, comanche! mão na massa. brasa que mora na fogueira do afã. tá na mesa! não vai se servir? você não sabe o que tá perdendo... o bagulho é insano. quem tem menos de trinta não vai ficar na pista! segue a trilha. sonora. da babilônia. o bagulho endoidece. entorpecente q entontorpece.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

LXXXII

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nisso, puxado pela fumaça da transeinspiração no devagar-devagarinho do leve passo meliante da malícia pilantragem principiei a compor um poema gravando somente na semente da mente se mente se mente... entretanto no entanto, de pois passei para o papel & intitulei o escrito de

poemeto transgênico

deixa regar
todas as flores e plantas
no fundo do quintal
são tantas
ervas para jugular
o mal
colhe uma
e fuma

acende a ideia
luz na mente
passa pro irmão
a alegria que se sente

é a vida se abastecendo
de fontes de energia
hidropônica.

LXXXI

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voltei calmamente com a seda no passo meliante da malícia pilantragem. o mandrião barbudo começa a preparar o artesanato transgênico – a diamba danada. ele parece um artista ou um excelente gourmet, um estiloso chef de cozinha preparando um prato delicioso de ervas sagradas.
n’entanto, ele termina o engenho verde.
- vamos rangar? ele perguntou.
- simbora! respondi instantaneamente.
- quer fazer as honras, de fumar primeiro, bicho?
- beleza.
- mano, muito bom esse hidropônico aqui, hem!...
- é sim. é transgênico? perguntei.
- é. . . e com alto nível de THC. o barbudo respondeu.
- eu nem perguntei o seu nome... qual é o seu nome? como se chama, irmão?
- pig.
- pig? por que pig? é teu apelido, né? por que te chamam de pig?
- é porque eu não sou muito afeito a banhos. e cultivo essa barba toda aqui. como você pôde notar. . .
ele tinha mesmo uma gigantesca barba que quase chegava aos joelhos.
- meu nome é pig. não gosto de tomar banho. sou um remanescente hippie da grande onda desbundada de 72. fumo desde os 11 anos e não sou viciado.
- é, isso aaaaêêêê, bicho!. . .
- tá bem apertado mesmo esse charuto!?
- tá mesmo. . .!
- quer matar? tá na ponta do arremate...
- não, já tô bem legal já. tô satisfeito. tranquilinho, na boa. fluindo, fluindo, fluindo, fluindo, fluindo.......... . . . . . . . . . .

LXXX

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não consigo ficar enjaulado em casa. saio ao sol escaldante da tarde. dou meus bordejos pelas ruas deste pequenez bairro. os bares estão cheio de pinguços desocupados, desempregados, vagabundos. em plena quarta-feira, todos estão enchendo a cara enfiando o pé na cana. Vistalegre é a Bahia carioca. tudo é azo de festa. a vadiagem é o carma a sina que persegue cada alameda, cada esquina, cada beco deste bairro.
eu estou inserido neste contexto.
pervago, sem diretriz nenhuma. de bermuda, camisa enrolada no ombro porque faz um calor infernal e eu não visto a camisa de jeito de modo algum! queria tomar um gelo. mas estou isento de capital. estaciono numa praça que é conhecida como a Praça dos Maconheiros. bem, manos – eu quero entorpecer me entorpecer – nada mais proveitoso que filar algum charo de algum baseadeiro pra ficar numa relax hidropônica. chapadinho. . .
- diga aí, bicho! tem algum backzinho disponível pra gente? perguntei a um sujeito barbudo que estava sentado numa pequena murada contemplando o nada.
- tenho sim. vamo tapear um agora então, cumpade - ele afirmativamente correspondeu e respondeu a minha expectativa – então, vou preparar a kaya agora, mano.
- demorou, firmou. Já é! eu o incentivei no átimo.
- tem seda? ele me interpelou.
- ih. . . rapá... tenho não. – negativamente repliquei – mas vou até lá na outra ponta. tô vendo um cara acendendo uma base lá. o camarada com certeza deve ter uma seda pra nos conceder.
- beleza, arruma lá, mermão!

LXXVIX

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retomando o raciocínio sobre o paudurexistencialismo da pauduressência vitalícia. recordo-me de uma tentativa pífia de ser ator. ator não-pornô (risos). fui convidado por um amigo meu que é ator a assistir a um ensaio de uma peça. acho que era baseado num texto do Beckett. bem. . . acho... o diretor percebeu que eu estava completamente empolgado, excitado e me viu meio interagindo com toda aquela encenação teatral que estava acontecendo. no entanto, ele de-súbito me chama para participar da cena. eu, um pouco tanto sem jeito, aceitei. & embarquei naquela viagem dramática do Beckett. todavia, depois ocorreu uma cena em que todos os atores tinham que ficar nus, desnudos, pelados. todos! eu devia ter suspeitado desde o princípio. porque minha mãe uma vez havia me dito que “teatro é lugar onde todo mundo fica pelado.”
apesar em contudo, eu me despi. resolvi seguir o roteiro do negócio. & notei que todos ali estavam hiper acostumados com-a-coisa-toda. & constrangimento era algo que passava mui longe dali. mulheres, homens, não-mulheres e não-homens todos todos estavam tranqüilos & calmos sem pudor e imunes a qualquer tipo de opróbrio. extremamente a vontade, relaxadíssimos demais! com-isso o diretor me chamou a atenção sobre como me portar nesta cena de extrema naturalidade e naturismo:
- meu rapaz, você deve manter o pênis em repouso. procure manter total concentração em cena. não fique tão afoito. a ereção nessa parte não será algo apetecível. mantenha seu pênis em repouso, ouviu, rapaz?
- ham, como?
- já disse! siga à rigor o script, rapaz.
saí de fino. vesti a roupa. ele, o diretor e o elenco de atores que era enorme nem sequer perceberam a minha premente saída do palco. apenas o meu amigo que nem ligou quanto a minha retirada, pois foi o mesmo que não tivesse notado também. entretanto, eu tive um ressaibo de decepção e desapontamento. eu pensava que o que regia o teatro era a energia do pauduressencialismo da arte. isso é que dá a motivação, o gás, a alimentação exata e necessária para manifestação sublime da liberdade e da catarse que a arte, ao meu ver, dispara na mente e na alma de cada pessoa.
rererererepito: eu só me sinto útil quando estou de falo duro.

LXXVIII

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é. pela primeira que passar ao meu lado. pois não sei se eu quero me amarrar à tâmara. eu até devo ter uma paixão fumegante por ela. corrosiva eu diria. mas não me implica de estar tão entregue de sobremodo algum. o sexo é formidável e esplêndido! a companhia é agradável. contudo, tudo tem seus percalços & armadilhas. procuro me vacinar quanto a sentimentalismos bubônicos e intempestivos como a paixão, o amor e a amizade.
- corta essa! acho que eu estou sendo chato pra cacete!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

LXXVII

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jamais
o engodo e o fastio
de sentir-se recôndito
pelo estupor
de um débil vazio
sempre-sempre
o amor
como foco e visão
amar sem ser adulado
não
devo querer o amor colado
grudado na pelame
[ou escorrendo
suando em bicas
embrulhado em minhas tripas]
como um retame emplastrado
pronto pra ser degustado
pela primeira que passar ao meu lado.

LXXVI

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podes crer! apenas sinto-me útil quando estou de pau duro. é quando encontro-me inspirado, instigado, intimado a ser o melhor em tudo que eu executo. seja fazendo sexo sozinho, casal ou grupal. seja falando ou escrevendo qualquer troço. seja cagando ou urinando. enchendo o pote de alcohol. fumando cigarros industriais e naturais. uivando pro céu diáfano e estrelado. ou em silêncio absorto laboratoriando novos desvarios.
em suma, eu quero é gozar! sempre! no rosto do solitédio! não nasci pra ser solitário funcional e fraco franco-perdedor. soliotário. não é do meu feitio não! não é esse meu destino malsinado: ficar embaralhado nas cartas da lida da solidão, embolado na rede da solitude. agarrado a teia do fracasso. lama nunca mais! jamais.

LXXV

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antes de ressurgir das cinzas. recomponho-me devagar. acendo – ainda trêmulo – um cigarro. dou umas fortes tragadas. para com isso, restabelecer a minha força mediante esta temporária queda. não sou de me entregar! não sou, cumpade! eu já sei do que eu necessito. . .
vou até a geladeira e abro uma lata de cevada gelada. depois desta primeira, abro e bebo umas três. faço um omelete bem engordurado pra matar a larica ocasionada por um tapa num baseado de leve. que lembrei que havia ganho de presente do meu mano amalucado – o tudo lindo.
agora fico mais relaxado.
tento me concentrar centrar no romance Adeus às armas do Hemingway. porém, com a televisão a cabo ligada não dá, né! sobretudo, sintonizada no canal dos filmes pornográficos. preferi me concentrar centrar no portento volumoso do rabo da loira levantado para o alto boqueteando dois falos tesos. ansiosos e ociosos para comer o louro rabo a perigo. um rabo pegando fogo. quem vai apaga-lo ou incendiá-lo de vez só? ah, bem que eu gostaria e tanto! penso seriamente em treinar, me preparar, me dedicar ao rumo dos filmes sacanas. isento de hipócrita modéstia, digo: ‘serei um excelente ator!’

LXXIV

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derrotado. ademais, além de estar visivelmente chapado. com o naipe da minha cara toda arrebentada, quebrada, amassada pelas pancadas que aquele filho-da-puta me deu sem dó nem piedade. só porque eu fiquei de todo incomodado e nauseabundo de ver aquela cena melosa de dois pombinhos bebuns se beijando, exibindo sua paixão vagabunda pra todos ali em torno. poizé, porra! somente eu me revoltei com aquilo. ninguém teve sequer coragem de expor a sua irritação. poisei que todos estavam desconfortáveis, injuriados, incomodados com o casal. e só eu me dignei a mostrar que estava perturbado com eles. um bando de panacas medíocres!!!
dentretanto, aqui estou eu entregue a mão do palhaço (sem graça e sem platéia). um desgraçado a procura do que não sei muito bem o que é. um cara que ainda não adquiriu siso. quando digo: siso – falo também de uma parte da arcada dentária.
- “porenquanto, eu estou no prejú! nesse prejuízo... mas é só por enquanto de um tempo. porque eu vou sair dessa! vocês hão de ver! vão ver. . .” resmunguei confiante.
- “acredito!” uma voz onírica me confirma.

LXXIII

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neste mesmo bar. havia um casal mui entrosado. amando-se. amando-se. se beijando entre goles de cervas. não sei o porquê me veio uma onda errada de porre e resolvi atrapalhar o átimo deles. . .
- “porra! parem de se chavecar assim! isso está me enjoando, me enojando. isso está me embrulhando me enchendo de náuseas!!!”
o homem respondeu alterado e completamente irritadiço:
- “tu tá maluco? perdeu a noção do perigo, seu viado??? quer morrer bem aqui!!?? fica na tua e deixa a gente aqui sossegado na boa!!! seu vacilão de merda!!!!!”
- “e qual é? só não quero ver casalzinho assim desse jeito se grudando na minha frente!”
- “porra! seu infeliz, filho de uma puta! vaza! vaza! vaza! segue teu rumo, babacão!”
- “e qual é???”
- “qual é... é o caralho! seu filho de putos! vou te emparedar de porrada se tu não correr logo daqui!!”
- “vai tomar no terceiro olho do seu cu!”
- “comé qué!!!!???” ele de súbito me desferiu uma de esquerda e outra de direita na fuça da minha face.
- “hhuaaaaaaiiii!!! seu corno!!!!!”
- “comé qué!!!!??? repete!!! desgraçado!!!”
- “CORNO!!!!”
- “ah então tu vai se fuder de vermelho agora! toma de novo!!!” mais-uma-vez desferiu uma penca de golpes no meu rosto e também na boca do meu estômago. estei, fiquei sem ar. totalmente estirado entregue no chão quente da esquina da rua. todos os cachaceiros que ali estavam ficaram em polvorosos comemorando o desenrolar da selvagem refrega.
no final, eu pedi arrêgo. bandeira branca. trégua. e ele me deu um chute derradeiroso na fuça. apaguei. com o nariz desaguando em sangue. só me recordo de ter sido jogado ao avanço no meio da minha cama.

LXXII

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despertamos. bem dizer: tarde! miríades de cantos de galos já entoados. e muito deapós acordamos pra vida. e isso já eram umas duas horas vespertinas.
levei tâmara até o portão de casa. o sol queimando a pino. bateu-me uma azáfama de beber uma gelada. fui até uma biroska mui próxima dali pra pendurar tomar uma gelada. sentei na cadeira. refleti. refleti. o que eu quero realmente do meu destino? o que eu espero de um remate de paixão? se se se sei não... não sei o quê me reserva de reserva. só uma certa conserva de excitesões.

LXXI

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pulo ou não pulo essa parte? this is a question. se se eu sei meus caros baratos leitorespecatadores, vocês querem ver o circo ser incendiado! então vamo s’embora que A HORA É ESSA!!! vamos puxar esse samba... vamos gozar porque é isso que esta vida de carne & ossatura pede.
- vem, meu malandrinho, vem! que eu tô prontinha pra você!
tâmara que estava apenas usando uma calcinha pequenina. tira-a de logo. e eu a agarrei como se fora a última chance de me jogar ao seu corpo abrasivo.
- quero você pra todo-sempre! você faz um amorzinho muito do bom, meu denguin. . .
- oh, como isso me enaltece, minha gata formosa!
lambi, beijei, mordi, saboreei toda a sua portentosa anatomia. ela fez exatamente o mesmo comigo.
desta feita, eu gozei, me deleitei mais do que na outra vez. & aí sim, nós caímos em remoto na soneca. dormitamos feito bicho-preguiça. & isso já era umas seis horas da manhã. o sol já havia dado o ar de sua graça há muito muito.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

LXX

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tô vendo tô sentindo que hoje, a noite vai ser longeva. a noite será como uma criança hiperativa solerte e brincalhona e sorridente ligada a 220 volts. vamo que vamo! tô preparando pra colocar denovamente minha seleção em campo no gramado de tâmara.
enquanto isso, ela rebola bola bole que bole bulindo com os meus mais lascivos sentidos. estou paudurecendo outra vez! e eu adoro isto... como eu adoro!!!!
e o funk bomba, rola, toca na vitrola:
“se não tá duro
comé que tá?!
mole!!!...”
ela requebra requebra quebra quebra meus juízos já-já imperfeitos.
eu não vou me conter mais! vou partir logo pro ataque! mas vou com um pouco de calma pra não engoli-la viva. . .
- tá gostando do meu requebrado, denguin...?...!
- tô, tô adorando!
- ai. . . qu’ótimo!
- vamos tran. . . transar de novo?!?
- na hora agora, meu denguin!!!
- já é, demorou!
eu rapilepidamente resrespondi.

LXVIX

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espero que role mais uma bela trepada. sorte que eu tenho uma espécie de funk velha guarda perdido na minha parva coleção de LPs.

LXVIII

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botei o disco dos Beatles – o Álbum Branco – na agulha da vitrola. é o que eu estou curtindo no comenos. deveras demais em demasia! dentretanto, miss tâmara reclamou do som da melhor banda do milênio.
- que música deprê essa, hem???!!! que chato! coloca uma música mais pra cima! animada, neh!, meu nego........
a canção que estava rolando, tocando era nada mais nada menos que ‘Blackbird’. uma linda composição de Paul McCartney, mas creditada à dupla Lennon-McCartney.
- o quê por exemplo, sua gostosa?
- um funk bombado pra eu te mostrar o poder do meu rebolado até o chão!
contido pensei em silêncio.
- acho que eu vou me entregar a essa tentação... vou aceitar esse pedido.

LXVII

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citando um cantor aí: ‘deixemos a profundidade de lado’, eu & tâmara papeamos muito bastantemente ao eito do coito e da medição do meu falus. tentamos dormitar, mas não conseguimos de jeito maneira.
decidi então pôr um som na vitrola. sim. vitrola! SOU UM CARA DAS ANTIGAS! odeio que odeio o som de um CD. não dá pra ouvir um som grave e brilhante do contrabaixo! e esteticamente é muito ruim. não me toca como um som de um vinil. um som encorpado e que transporta a um tempo em que tudo era mais romântico e desacelerado. muito diferente de hoje-em-dia. . . e essas contemporaneidades então: MP3, MP4 e o caralho-a-quatro e etc. só ouvi falar e nem me interessa essas parcas modernidades!
porém, tâmara é adepta a esses TEMPOS MODERNOS e estranhou o fato d’eu cultuar antiguidades:
- “o quê isso??? você ainda tá na era medieval? vitrola!!!??? você não é velho nem nada pra ficar nessa de ser tão atrasado. . . . . .”
- “é, mas eu gosto do que é velho. fogão à lenha cozinha melhor do que fogão elétrico. a comida fica bem mais gostosa.”
- “é, mas demora a cozinhar. até ficar no ponto ideal é uma eternidade!”
- “poizé, porém, no caso da vitrola... você vai ver e OUVIR! o que é uma excelente sonoridade musical...”
- “hehehehe... belezinha, neguinho. . . você é muito diferente! muito diferente!”
- “como assim – diferente?”
- “estranho, esquisito. . . engraçado!”
- “ainda bem que é só tudo isso.”

LXVI

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será que eu sou mesmo um vero pervertido? um tarado funcional em propensão? porque após essa trepada assaz maravilhosa, eu ainda penso em voltar a fazer uma incursão aos prostíbulos da cidade. sobredeixei uma forra de foda! todavia, tâmara é minha sina de pensamento... ao mesmo tempo eu não quero me afugentar refugar dela. sinto que esse amor que eu sinto por tâmara pode vir a ser um apresto para eu ficar numa espécime de cabresto apaixonante. n’entanto, eu é que devo superestar no controle quanto a isto. eu devo ser senhor deste amor! sobrecontudo, digo: tenho de retornar a incursionar ao lupanar. me reinventar. pó...de...deixar...!....

LXV

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após pós esta deleitosa transa sensacional, [não há delito para o ato do deleite], tâmara me veio com a clássica pergunta:
- “foi bom pra você, meu dengo?”
- “foi ótimo! não está vendo aqui a resposta?!”
- “é... tô vendo! o teu pau ainda tá bem duro. . . não sei como ainda está assim??? depois de ter posto tudo quanto era líquido pra fora. como é que esse teu caralhinho ainda pode estar tão petrificado assim???. . .”
- “caralhinho é o caralho! caraLHÃO! caraLHÃO! meu pau é acima da média padrão...”
- “deix’eu medir então? com a fita métrica? Tem fita métrica aí, por acaso?”
- “tenho.”
- “eonde fica guardada?”
- “no armário pequeno debaixo da pia. vai lá pegar!”
-“já vou.”
tâmara regressa com a fita métrica toda serelepe.
- “aqui. achei, meu dengo!”
- “ahahahaha. . . vais precisar de uma fita maior que essa para medir esse meu big pau! huhahuaahahiaa. . .”
- “ah eh!!!???!!! seu vadio convencido... pretensioso. . .”

LXIV

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sobretudo, pode-se dizer que foi a devassidão de uma paixão desabrochando na flor da nossa pele. o furor comprazeroso saliente sendo grassado compartilhado comutado em nossas carnes & almas. assim é o chamejar, chamuscar, o lampejar do fogo queimadurando uma corpossibilidade de um airado amasiado amasio amor.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

LXIII

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continuando:
- come, me come gostosinho, vai!
- como, como e como!. . .
- mete, enfia, bota tudo!
- hhooohhh...
mudando de posição. o tradicional famoso papai-e-mamãe mas mantendo o sexo anal.
- fode fode delicioso!
- fodo fodo!
- me arreganha arregaça meu cuzinho!
- tô te penetrando toda!
- me arregaça me arreganha me arromba!
torno a colocá-la em cima de mim só que defronte pra mim.
- rebola, rebola esse rabo lindo pra mim, gata!
- assim... assim...
- é é é...
- me fode, me come bem!
- assim... assim...
- assim! assim!
- mexe, mexe, remexe esse rabinho!
- afunda esse caralho desse pau no meu cú, môzinho!
- rebola, mexe, mexe, remexe gostoso. . .
aí. pra dar aquele fatality final! faço um 69 bem delícia. eu já estou quase esporrando o meu gozo. meu desejo é jorrar meu esmegma em sua boquinha.
- vem, vem, gata vem! hum... oooohhhh!
- quer gozar na minha boquinha, quer?!
- quero!
- vai vai!
- hhhhhoooooooooooooooooooooohhhh!!!!!!!!!!!!!!!!!
aaaaahhhh... que delícia!!!! expurgo todos os meus espermas em sua garganta. embora, ela tenha gorfado a minha pôrra toda – ela não conseguiu engolir – escorrendo pelo seu queixo e pingando respingando desaguando direto no bico bem hirto de cada peito.
portanto, fizemos um excelente trabalho. realizamos ali o nosso grã filme pornô sem precisar de nenhuma megaprodução.

LXII

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de supetão, de primeira tiro seu vestidinho rubro-sangue. despejo um sobejo de beijos em sua boca. lambo seus seios. e a eito, ordeno ordenho que abaixe para pagar um bola-gato solerte. que só ela sabe fazer.
- isso, chupa, chupa gostoso, minha tâmara...
- tá gostando?
- hum, tô adorando!
depois boto-a de-quatro e salivo sua boceta encharcada.
- agora é a minha vez de te chupar!
- então vai, delícia!
e de-quatro mesmo, enfio o meu caralho na sua buça toda aguada de gozo. que eu provoco com a minha deliciosa chupada. ela se excita assaz.
- isso! fode agora! me fode!
- agora! agora! eu respondi cheio de tesão.
- ai ai ai ai ai!!!
- hhuaah huaahuuaahh
- me bate, me bate, bate!
- isso, vai, mete, mete!
- huuaahh… você é muito gostosa!
- mete, mete com esse pau duro bem duro!
- ai, caralho!
aí então, jogo ela por cima de mim e inicio a penetrá-la.
- me fode com força, vai!
- sim! sim! sim! tô te fodendo com força...
- enfia fundo. enfia tudo!
logo ponho o meu membro no seu orifício estreitinho.
- ai, ai, isso. enfia no meu cuzinho!
- que gostoso! que gostosa!
- soca, soca, soca o meu cu!
- hum... que delícia esse cuzinho apertadinho, hem!?
- é, é, é todo seu, mô...
- hum, que bom!...
- vem, vem, vem!
- ah, que safadinha! minha putinha princesinha. . .
- sou sua vadiazinha sim!
- é, minha vadiazinha maravilhosa!
- ai, fala, fala assim que eu gamo!
- huahh huuhaaa. . .
- soca, soca essa maçaroca no meu rabinho! mete essa vara toda em mim!

LXI

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paudurecido. sequioso para saciar a sede do meu libido. deparamos na porta da minha casa. giro apressadamente a chave no sentido horário no trinco. dois depravados. doidos pra praticar o coito. não podemos perder tempo não! ‘tamo’ com tesão... porém, pra dar aquele brilho, aquele pique – só mesmo um bom aditivo – um vinho do porto, do porteiro do prédio do meu primo que eu ganhei mês retrasado e havia esquecido de beber – q bom! incônscio acabei sem-querer guardando para essa especial ocasião.
pego um saca-rolha na cozinha, uns cubos de gelo e duas canecas e derramo vinho a dentro.
. . . e vamo que vamo logo direto ao ponto!

LX

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retornei a mesa. ela (claro!) permanecia lá (ali) linda linda linda exalando exortados sorrisos em minha direção. como eu posso resisti-la?! tâmara é implacável! tâmara é espetacular!
- “pagou a continha, meu queridão?”
- “paguei tudin... queridona...”
- “queridona?????”
- “ué, não gostou desse chamego de tratamento, tâmara?”
- “...não...”
- “. . . mas por que não?”
- “dizer um chamego no aumentativo para uma mulher é totalmente deselegante.”
- “ah. . . por quê? não me venha com...”
- “...essa. . . porque isso é muito inadequado e muito sem-classe. por exemplo: chamar uma mulher de queridona ainda que seja de maneira meiga, sutil e afetiva – ou até mesmo chamar uma mulher, uma namorada, uma esposa de: amorzão. é horrível, é um desastre, é anti-bom-tom!”
- “seja mais enfática, mais clara, mais sucinta, baby. . .”
- “chamegar qualquer mulher de queridona bonitona gostosona safadona saradona amorzão nossa que bundão você tem paixão que tesão! é xulamente anti-romântico, vulgar, dificilmente, a mulher vai dar de transar com gosto. isso eu digo por experiência própria. referir um elogio à uma mulher no aumentativo é altamente gravemente indelicado e grosseiro. muitas das vezes pode até tá dizendo que uma mulher é enorme de gorda se for o caso: minha gatona, minha lindona! tem coisa mais terrível???!!!!”
- “ok. estás arrazoada.”
- “. . .brigada. . .”
- “deixa de furar papo! e vamos ao que interessa na minha maloca!”
não me interessa nenhum pouco essa malbaratada filosofia de bons modos que tâmara admoesta. eu quero é botar meu bloco na sua avenida entreaberta. é isso que me interessa... é isso que me alegra e me dá azo!

LIX

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pois sim sorvemos rapilépidos a derradeira. falando mais deliciosas besteiras. até findar o último gole deste refrescante flavo néctar. posto que, neste agora eu pedi pra encerrar a conta. e tâmara sempre solícita se prontifica a querer cooperar:
- “tá sem dinheiro, moreno? tô com uma penca de reais aqui guardados na minha bolsinha? quer que eu ajude, hem?!”
- “não, precisa não, não, não. eu tô com dinheiro, minha tâmara...”
- “ótimo.”
mentira lorota caô. eu não tinha eu não tenho nenhum puto de centavo sequer no bolso surrado da minha bermuda vetusta.
- “me espere sentadinha, que eu vou até lá na bancada, no balcão pagar a conta, tá?!”
- “tá bom!”
isso me faz sentir um grande soez. um maltrapilho de gentalha de gentinha de gente. isso me deixa assaz mal. ah! que nada!
fui até o balcão de pagamento, desenrolei muito conversê com o dono do bar para que eu pudesse deixar no bom e velho fiado. nem sequer me intimidei com duas placas anunciando uns escritos sobre exatamente isso:
‘FIADO NEM PRA VIADO!’ e
‘FIADO NEM À CARALHO!’
todavia, surpreendentemente comigo, ele foi gente-fina. prometi a ele que quando virasse esse mês eu ia dar uma excelente forra. expliquei, ou seja melhor: inventei: que eu receberei um bom salário agora do meu emprego de fiscal e que pagarei até além do que eu gastei hoje. é o velho lema: ‘promessa é dívida.’ promessa é questão de palavra d’honra...!
como é de boa valia e de bom tom criar uma mentirinha de vez em quando em quando de vez.
entanto no entanto, eu me sentia mal com isso eu me sinto mal com isso tudo. ah! porra nenhuma.

LVIII

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tâmara sugeriu qu’eu pedisse a conta pra arrematar. entrementes, eu disse para ela fechar com chave de ouro com a saideira. a derradeira. haviam 19 garrafas – e eu disse para ela que eu não gosto de finalizar a bebedeira com número par de cervejas.
tâmara compreendeu essa minha idiossincrasia alcoólica.
- “então, vamos biritar essa só e depois a gente vai fazer um amorzin’ gostoso, moreninho...”
- “cê que manda, minha mina!”
- “tô louca pra te sentir. . .”
- “e eu também! então vamos biritar mesmo logo e correr pro abraço, minha morena!...”

LVII

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de bebedeira em bebedeira, mesa tomada de garrafas & copos com cerveja. cenário perfeito para a representação de uma fausta boemia.
pois é... estamos bêbedos curtindo a cada pulsação desse sublime comenos. nós não queremos menos, queremos mais! mais diversão! por sinal tâmara demonstra a sua empolgação com uma certa epifania: eis que de repente, num estalo de tempo, ela mergulha por debaixo da mesa. eu ébrio nem noto sua ação. só me dou conta quando começo a sentir uma boca voluptuosa mordiscando o meu membro já hirto. de seguida, ela abre o fechecler da minha bermuda e faz um boquete ali mesmo – sorte que o estabelecimento cheio de gente, ninguém auscultou o que estava acontecendo – um caso de ato de libação em púbico.
- tá gostando, amô? ela balbucia provocante embaixo da mesa.
- aaah... tô adorando, minha gata! isso é que é preliminar!
não via a hora de deitar deleitar com tâmara e cair pra dentro. partir logo para o finalmente - coisa que interessa. . .

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

LVI

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no-andar-da-carruagem, o encontro regado à boas cevadas ia fluindo devidamente bem. da parte dela, o papo tava bom. muit’embora, novamente não estava prestando lá muita atenção e sim para os seus belosolhos acastanhados, seus cabelos pretos lustrosos, seus lábios sinuosos e toda a adelgadura do teu corpo caboclo. & eu louco. . .
para adentrar, penetrar de cabeça nessa beldade ali contida. porém, pensando bem um grande e agradável clímax deve ser sempre preparado desta maneira com um bom papinho a dois e uma bebida etílica aflorando o espírito e a carne, ou seja, é o ideal propulsor para o enfraquecimento da carne até galgar o ápice do fortalecimento da mesma. mas mas mas não via a hora de carregar tâmara pra uma cama ou qualquer coisa semelhante. eu não via a hora de realizar com ela todas as minhas luxuriosas veleidades de um exímio amante galante.

LV

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caminhamos passarinhamos de lês a lês de ponta a ponta deste bairro – vista alegre – (realmente faz jus ao nome. postoque, fudidos de baixo renda e fanfarrões soberbos de alto poder aquisitivo convivem em aparente harmonia social). atrás de um boteco legal. após esta diminuta via-crúcis nós achamos um: o BOMBAR – assim é alcunhado e conhecido este estabelecimento que nós nos aportamos.
bar – sorvedouro sacrossanto de sestrosos bebuns. não há lugar melhor para ficar grogue e bem-logo-depois chamar pela cama à reboque. ave porre nosso de cada dia!
numa noite bastante caliente como essa. só mesmo ab sorvendo umas boas goladas de cervejas obstupidamente geladas!
assim então, escolhemos uma mesa. estava meio molhada. chamei o garçom para dar uma enxugada com um pano e ele de pronto executou o meu pedido. ele, o garçom entrega-nos o cardápio. nós dispensamos. queremos unicamente é bebericar umas refrescantes brejas. por-conta-disso, ele chega à nossa mesa com uma brahma geladérrima pra matar a sede das nossas goelas.

LIV

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atravesso o portão. resolvi não me perfumar muito. pois não suporto o olor o odor excessivo desses perfumes pseudo-franceses que vendem por aí – que, inclusive eu ganhei um desses – mas decidi manter a minha fragrância natural de homem másculo & rude.
estacionei defrente a sua casa. toquei a campainha. somente umas duas vezes. a sua mãe aparece nos fundos e deblatera:
- ela já está saindo já!!!!!!
e eu me prontifiquei a responder deblaterando também:
- tá bom, tô esperando aqui!!!
no bem da verdade, eu fiquei aguardando, mofando, plantado na boca do seu portão um pouco mais de meia-hora. como eu odeio esperar! me lembrei de uma música do Tremendão Erasmo Carlos:
“de frente ao coqueiro verde
esperei uma eternidade
já fumei um cigarro e meio
e Narinha não veio...”
todavia não havia nenhum coqueiro muito menos verde. estava sem cigarro porque eu tava ansiando chegar no bar e começar a fumar só lá bebegustando umas cervejas e fazendo meu pito. e tâmara não vem... no entanto do entanto, vai valer a pena esperar. assim espero.
enfim, ela chega formosíssima. sorrirrindo. linda. com um vestidinho rubescente quase tão por pouco indecente. ô clima quente!

LIII

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aproveito a ocasião pra tomar um banho merecido de rei. pois tô pensando pensando pensando seriamente em ligar para tâmara, marcar de tomar uns chopps, cervejas ou uns vinhos pra distrair, descontrair até cair numa cama ou num chão e foder vendo o sol nascer rompendo o quarto através de raios dardejantes.
“alô! tâmara!? é você?, minha beleza?”
“sou eu mesma, meu moreno!” ela diz. “o que cê me conta?”
“eu nada!” digo eu. “só quero te convidar pra beber umas comigo. topa ou não topa?”
“é óbvio, meu neguinho!”
“então, vamo!” oba lê lê! hoje vai ter! comemoro de felicidade... “posso passar aí que horas, lindeza pura?”
“tipo como. . .” ela pensa bem. “lá pelas 9 e meia.”
“fechou!”
“show!” ela entusiasma-se.
“ôkei!” e eu também! “passo na tua casa nesse esquema, minha flor. beijão e beijão.”
“outrão pra você, moreninho.”
principio a me vestir. coloco uma colônia e escolho a dedo cada muda de roupa. pretendo ficar assaz bonitinho pra ela.

LII

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soltei do bus. ofegante & arfante exsudando em demasia. desesperado pra dar uma defecada daquela! não agüentando mais de modo algum...
parei no boteco passando batido ao encontro de um banheiro. arriei as calças lepidamente. arranquei a camisa como se estivesse arrancando uma camisa-de-força. respirei e aspirei bem fundo e evacuei até não poder mais. uma tremenda evasão de pedregulhos de cocôs. fezes e fezes e fezes e mais fezes esvaindo-se no vaso. vaso, esse, imundo. quando acabei vi que não havia sequer nenhum papel higiênico. novamente me desesperei! foi então que eu tive uma resoluta solução: abri a carteira e achei uma conta de luz de janeiro do ano passado amassada. uns cartões de propaganda de empréstimo rápido e fácil. uma oração escrita num papel A4 ofício e uma nota de dois reais completamente amassada outrossim – ué, só agora, nesses momentos difíceis que eu descobri que eu tinha dinheiro – que bom! nunca um dinheiro fora tão útil para mim como hoje! – dinheiro é uma bosta! hehehehehe. . .
embolei tudo isso. fiz de papel higiênico e limpei satisfatoriamente a minha bunda melada de cocô.
“que maravilha! agora tô aliviado por inteiro...” pensei cá comigo.
saí do banheiro desse bar feliz e contente e cantando sorridente em direção a minha maloca. pra entrar no chuveiro e lavar a bunda com água e sabão dignamente.

LI

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quando eu saltei do ônibus chegando no centro. merda merda merda merda merda merda merda merda merda merda merda merda merda merda merda merda merda merda 1000 x merda. começou a me dar uma tamanha merda de uma dor de barriga, uma vontade imensa de cagar.
“que caganeira dos infernos!” eu pensei alto.
fiquei andando pela cidade, sorrindo, cantando baixo pra disfarçar essa vontade imensa de cagar. caminhei caminhei em busca de algum banheiro público todavia lembrei que eu estava sem um puto no bolso! eu tava suando frio. com todas as minhas glândulas sudoríparas transbordando, esvaindo. help! help! help! help!
“s.o.s cagada!”
“uma retreta, uma latrina, um vaso sanitário pelo amor de Deus!”
decidi terminar ali a minha busca por um emprego porém foi por motivo de força maior.
fiz sinal para o ônibus rumo ao meu bairro, louco louco louco louco louco para chegar em casa e dar aquela salvadora & alentadora barrigada.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

L

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entretanto entrequanto entretudo, eu me vejo sem nenhuma grama de grana, nenhum tostão verdinho furado no bolso.
acordei cedo. escovei os dentes. tomei um banho célere. engoli a seco um pão dormido. pus uma roupa mais decente diferente das que eu uso diariamente. e rumei a procura de um emprego qualquer. de-vez-em-quando, o homem é obrigado a sustentar os seus vícios afim de ostenta-los.
no ponto dei sinal para o ônibus em direção ao centro da cidade. tive que pedir para passar por baixo da roleta. (que porra de duro que eu estou!) sentado no banco da janela, fiquei refletindo na vida até pegar no sono. antes eu havia dado uma olhada revisada no meu pobre currículo vital.

XLIX

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tão logo depois peguei no sono. nem fumei um cigarro antes, nem defequei. apaguei!
no dia seguinte, acordei sem sonhar ou sem lembrar do sonho. só sei que não quero mais ficar obcecado a pensar em tâmara. tá! já sei que ela é espetacular, um esplendor em tanto... mas não vou ficar agarrado a ela exclusivamente. não posso! não devo. . . se for pra cultivar, cultuar algum sentimento que seja apenas a paixão e não o amor. o amor é como o mar, traiçoeiro. às vezes, amar é como pisar em ovos. e, eu, por enquanto enquanto pretendo evitar esse fugaz sentimento. pois então eu quero mesmo é vadiar, me embriagar e cair por aí! destarte, tenho que me concentrar quanto a tudo isso.

XLVIII

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sai o poema:

ode à Tâmara

és
o fruto frondoso
cultivado
pelos deuses do amor
& da criação.

beleza própria
em formas e cor
epiderme amalgamada
pela tríade racial:
África negróide
índio Brasil
com o branco Portugal.

vibro a cada toque
de suas pequeninas mãos
no meu sexo forte e rijo
entrelaço suas pernas
nos meus ombros
contorcionismos
no ato do amor.

faço você escalar
o monte Everest
de excitação & gozo
e você me retribui
executando
sua performática arte de pompoar.

tâmara,
a maciez da maçã do seu rosto
e o sorriso que atavia esse viço
me tonteia, me desconcerta
devo acordar a vizinhança aos berros:
acho que achei a pessoa certa!


ficou bom esse poema? mostro ou não mostro para a bela dita cuja? não. vou deixar engavetado, lacrado colado com etiqueta escrito: arquivo confidencial.

XLVII

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eu gostaria muito de compor um poema em sua ode. mas, estou ocupadíssimo pornografando as ideias. eu não consigo ficar uma noite sem ficar assistindo esses tipos de filmes culturais e sadios na minha ‘catnet’. poizé, estou buscando inspiração – tesão.

XLVI

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no entanto, eu confesso. naquele momento, no bordel. eu estava com a minha cabeça em tâmara. e também porque aquela puta mesmo sendo tremendamente gostosa, não me deu aquele tesão de verdade! não é possível... será que estou amando tâmara? na verdade, estou louco para transar com tâmara de novo! sentir a quentura da sua pele amorenada. me olhando com seu olhar de tarada. revirando os olhinhos de sensacional prazer. poderá ser ela a minha namorada? e eu algum dia, serei o seu futuro marido? poxa, já estou eu fazendo planos! o amor é uma droga mesmo. . . e eu estou viajando!... voando... alto!. . .

XLV

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ao chegar em meu mafuá. mafular. subi direto e reto para o meu quarto. antes passei pela cozinha bastante apressado, abri a geladeira e catei uma garrafa de vinho tinto suave. liguei a televisão do meu quarto – sintonizando o gatonet no canal 69 – o canal dos filmes pornográficos. sou praticante contumaz do onanismo. onanista por opção carnal e sobrevivência espiritual. só o onanismo me dá o orgasmo que eu quero.
mas muito em breve, retornarei ao lupanar pra tirar a forra e comer uma puta boa, bonita e barata que me satisfaça fazendo com que eu abra um sorriso de orelha a orelha de felicidades.

sábado, 24 de outubro de 2009

XLIV

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não fodi com nem uma nem outra. deixei-as à míngua também. diferentemente do meu comparsa zéquito. que apareceu de volta abraçado, enroscado com uma puta, desta feita, bem linda e com um corpo bem desenvolto. linda mesmo!
- aí mano, vou dar uma foda agora com ela. vai bebendo aí e me espera, tá! vou demorar um pouco. porque. viu só essa belezura?! não é linda, gostosa ou não é???
- é sim rapá! vai fundo! manda ver! – incentivei-o com entusiasmo e afinco.
- pode deixar que eu vou tratar bem dessa máquina, mano!
- eu sei.
o homem vê a mulher como um belo automóvel, um belo carro, uma bela moto. algo que possa dominar. ter sob total controle. acelerar fundo na hora que tiver que acelerar. meter o pé no freio às vezes. aumentar, diminuir, trocar de marcha e tocar a buzina (dar esporro). e zéquito não pensava diferente. porém, ele ainda não foi avisado que isso tudo é um grande ledo engano.
após quase uma hora, zéquito volta do quartinho-da-trepada com o semblante meio frustrado, consternado. cabisbaixo.
- que que houve, cumpadi?
- nada nada nada. . . vamosair fora logo rápido desse pardieiro!
- por quê? que foi?
- nada nada nada. . . vamosartar fora logo! só isso!
- calma cara, eu tenho que pagar a conta aqui dessas cervas.
- tá tá tá. . . paga logo! porque eu quero saltar fora logo daqui...
- beleza vou lá.
- hóquei.
na saída, ele estava com uma aparência zangada, feroz. caminhamos até o ponto de ônibus. foi aí que ele me contou o que havia acontecido. claro, depois d’eu insistir mais uma vez.
- que que aconteceu, mano?
- porra, tou puto! a puta que eu comi era muito ruim. muito azeda. sem sal, sem tempero nenhum. sem graça demais. comi por comer porque foi uma foda muito mal realizada.
- gozou? – perguntei.
- óbvio que não, né!
- que merda!
- põe merda nisso! dinheiro muito mal gasto.
- escolhi a mulher perfeita. toda linda. gostosa e quando chega não flui, mano!
- é isso que dá. tu cresceu o olho. saiu, deixou a baranga a ver navios. à mercê. chupando dedo. logo, essa que tava doida pra dar pra valer. quando acaba tu escolheu a maravilhosa e deu no que deu. em nada, seu zé...
- poizé, perdi pro meu olho. grande.
essa foi a dura lição, ‘a moral-da-estória’ para o seu zé...
mané.

XLIII

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continuando.
- eaí?! vamo fuder?! - novamente a raimunda sequiosamente perguntou só que dessa vez para mim. pois, zéquito ao que parece deixou ela a ver navios...
- vambora.
- mais animação, homem!
- vaaaamboooraaaa!
- agora assim! assim que eu gosto de ouvir. alto e grosso como um bom caralho também deve ser. hahahahaha.
- boa piada. – a gostososona disse.
- quanto é a foda? – perguntei.
- pra você, eu faço vintinho. – a baranga rabuda oferecendo seu serviço.
- e você, quanto cobra? – dirigindo-me à gostosa convencida.
- é... eu cobro trinta... trinta e cinco.
- ah tá caro! mas com direito a anal?! penetração britadeirada no cú?!
- ah não! não! eu só tou aqui hoje porque eu tenho contas a pagar. faculdade pra pagar e tudo mais...
abruptamente a interrompi.
- porra, não me venha com estória triste pra cima de moi!
- ah seu grosso! estúpido!
- ah sua puta!
eu não sabia que algumas messalinas de hoje em dia estão mais sensíveis. não sou tão bronco besta cavalo machista assim. . .

XLII

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quando parei de pensar e falar merda em demasia. busquei mais cervejas, só que desta vez garrafas. de vidro. duas putas surgiram ao redor da nossa mesa. a puta que estava ao lado de zéquito era uma formidável e formosa gostosa, porém meio marrenta, posuda... estava esnobando um pouco apenas porque era uma puta duma gostosa! e a outra ao meu lado, era meio baranga, mas com um bem-servido rabo, um rabo bem delineado – a cara dela era de raimunda que só vendo!
- oi gatinhos! oi delícias! – a raimunda que era mais simpática foi se achegando com mais desenvoltura que a puta gostosura.
- oba! olá safadinhas! – zéquito respondeu.
- vamo fuder hoje???!!! tou muito afim de fuder bastante agora agora agora. . .
- eu também tou, safada!
a gostosuda posuda e eu permanecíamos calados, entremirando um ao outro.
- ai, não fala assim. . . senão eu me sento toda aberta bem no seu pau.
- mama aqui, safadinha! – zéquito coloca, sacode e aperta com bastante força os colhões com as mãos.
até que, após esse instante, a puta gostosona principia a puxar um papo comigo.
- já veio aqui alguma vez, queridinho?
- já.
- quando?
- há... nem sei... faz um tempinho...
- trepou bem neste dia?
- muito bem!
- lembra como era a menina com quem trepou?
- hum... nem lembro...
- não?
- hamn....
- faz uma forcinha pra lembrar!
- há......... só sei que era tão gostosinha como você.
- gos...to...sinha!
- quis dizer: mara...vi...lho...sa! gostosíssima como você, tesuda!
é. ela era um tanto quanto convencida, a puta.
- ááááááá... agora sim! cê se saiu melhor, meu neguinho.
no momento do nosso bate-papo. zéquito tinha sumido e deixado a raimunda ali à mercê. não sei pra onde ele pudesse ter ido. pois, a casa-da-luz-vermelha era enorme, um lugar extremamente espaçoso e havia mais um três andares.
todavia, o nosso bate-papo prosseguia.

XLI

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logo quando aportamos a zona do meretrício (o puteiro) fomos arrebatados & maravilhados por uma oportuna trilha sonora conduzida pela voz de Roberto Carlos entoado numa velha jukebox – a música que estava tocando era um antigo sucesso – O Portão. Clássico!
“eu voltei agora pra ficar/ porque aqui... aqui é o meu lugar./eu voltei pras coisas que eu deixei/eu voltei... eu voltei...”
parecia até trilha sonora de filme fajuto. mas já chegamos rindo desvairadamente agarrando umas putas que passavam suas bundas nos nossos colhões. andamos no compasso até o balcão das bebidas e pedimos umas long-necks de cerveja e um dois copos de catuaba. de plástico. eu odeio tomar drink em copos de plástico. parece frescura mas não é não. é questão de boa degustação. o tradicional copo de vidro concentra e fermenta a bebida melhor do que o copo de plástico. a droga da bebida fica sem gosto, inodoramente reciclável. acho que estou falando merda em demasia!!!!

XL

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vou ver se chamo algum amigo meliante pra ir à zona do meretrício comigo. eu preciso disso! voltar ao meretrício. . . é isso!
telefono para o zéquito:
- alô! é o zéquito?!
- é, porra!
- falaêê. . . tá fazendo o quê agora? tá de bobeira?
- assim... tô... mais ou menos. . . tô vendo um filme pornô aqui! foda! é o filme inédito da mulher caju que só toma pica no cu.
- porra! do caralho literalmente esse filme hein!!!
- é sim! ela fode tanto, se excita tanto que parece até que ela goza pelo cú, viado!
é, esse é o modo educado que ele trata seus amigos mais íntimos.
- é sim, mané!
- pó, táfim de ir pro puteiro hoje? daqui a pouco?
- daqui a pouco??? que horas assim. . . ? mais ou menos???
- tipo... umas dez e meia... tá bom pra você?
nisso, já são quase dez da noite.
- tá belezeira!
- vou passar aí pra te chamar aí então às dez e meia em ponto. não demora não, babacão!
- belezeira! pode passar aqui e gritar, doido. que eu já vou tá no esquema, falou!
- firmeza!
encerra-se a ligação com a meta atingida. farrear alopradamente no bordel.

XXXVIX

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esse sonho que eu tive foi um clangoroso aviso acarretando numa sequiosa vontade de ir até um puteiro. não agüento mais ficar só pensando em tâmara. comê-la só quanto há oportunidade ou ficar apenas na bronha. eu quero é chafurdar numa garrafa ou lata de cerveja. furufunfar pra caralho com alguma rameira a noite inteira até o sol disparar seus primeiros raios matinais. ‘hei psiu! eu quero é gozar a vida com........’

XXXVIII

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no dia ulterior, lembro do sonho ‘nitidamente’. eu estava num bordel bordado, recheado, repleto de mulheres maduras & meninas púberes riririndo em uníssono. pensei que estivessem gargalhando, mangando de minha pessoa. mas não. era apenas mera impressão.
no meio delas, cercada por elas, estava tâmara semi-nua com seus olhos caramelados arregalados querendo murmurando alguma coisa que eu não compreendia. ela me agarrou e eu me debrucei em cima dela. ela pede para que eu morda o seu pescoço e roce a minha barba espumosa na sua face. o enlace sexual prossegue até chegarmos ao quartinho pestilento e mofado. eu introduzi o meu falus no meio de suas nádegas. não me importava se eu estava penetrando na vagina ou no ânus. eu estava me alimentando dela e ela de mim. foi quando eu cheguei ao auge e desenhei uma linha de esperma em sua perna.
não é que funcionou!!!!! acordei de pau duro e com a cueca toda encharcada de esmegma.

sábado, 17 de outubro de 2009

XXXVII

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então. baforo um cigarro. acompanho o cigarro se dissolver em cinzas no cinzeiro devagarosamente. cago e escarro na pia do banheiro. faço a condigna higiene. saio e fecho a porta do banheiro e me dirijo a cozinha – bebo dois copos de água. volto para o quarto e desabo sobre a cama. para tentar forçar um sonho sexual com tâmara. antes disso, eu vou ver se toco uma punheta. é uma maneira mandingueira pra ver se induz à tal sonho. espero que funcione.

XXXVI

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acho que estou exagerando no romantismo... todavia, isso é até um bom rompante de que me acometo.
no entanto do enquanto-isso eu vou ficar acordado essa noite vendo os meus pornôs no meu gatonet. depois fumar um cigarro, defecar, beber um pouco d’água antes de dormir e sonhar que eu tô fornicando no sofá-cama da casa de tâmara.

XXXV

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faço minhas as palavras de Sartre: “os homens sabem calar-se.” diante da beleza, o homem deve parar, pensar, admirar, calar e gravar cada forma, cada expressão, cada gesto e cada conteúdo do belo. pra ser sincero, pra ser exato, eu me estremeço & me explodo quando me aproximo da inebriante lindeza que é tâmara. imagina quando eu tretrepar com ela de novo. o sol e a lua vão se encontrar, se colidir e a terra vai girar em torno destes satélites ao mesmo tempo. nooossssaa!

XXXIV

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já não procurei mais saber de laísa. dispensei-a. a minha paixão famélica está sobressaltada a devorar unicamente: tâmara. vidrei nela! embora, eu não vou me entregar ao dogma totêmico da disciplina monogâmica. mantenho-me sempre à caça na selva da noite enluarada e tétrica. onde os corações ressequidos e polidos de solitédio rastejam, pestanejam, rumorejam em busca de sobras de amor jogados no atacado de cada rua, cada esquina, cada aléia.
mas tâmara me catou, me cativou, ativou os meus instintos. ela me rebenta por completo! condignamente conspecto decifro o código morse do seu castanho olhar. . . ela me evoca. eu me sinto mais!

XXXIII

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é, me bateu uma saudade do tempo de moleque. quando eu tinha uma banda punk. ficava ouvindo sex pistols. não tinha responsabilidade. não me preocupava com nada. nem sofria de fortes dores de cabeça como as que eu tenho agora. mas estou bebendo, bebendo pra valer. às vezes, é muito melhor que fuder. pois, estou sozinho comigo mesmo. nasci pra viver desse jeito. pensas que estou triste! ao contrário, comemoro! basta ter ao meu lado umas biritas e me mantenho satisfeito como um cão que rói o osso e late contente por não ter que dividir com ninguém a sua alegria. porque ultimamente tenho notado que as pessoas estão aqui nesse mundo para estragar com os prazeres que ainda restam.

sábado, 10 de outubro de 2009

XXXII

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eu tô pensando seriamente em deixar os cabelos fluírem. tirar umas longas férias da barbearia e do meu emprego de office-man e me mandar deste país! vou colocar uns dreadlocks e morar na jahmaica. plantar vários pezinhos de maconha e escutar reggae o dia inteiro, de repente até me converto ao rastafari... que seja permitida a prática da poligamia. para que eu possa desta maneira comer uma pá de jamaicanas de corpos extremamente curvilíneos de cabeleiras dreads e tenha muitos filhinhos jamaicanos com elas.
- jah rastafari! – axé do afoxé filhos de gandhi! – só no ganjah , man!

XXXI

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- maldita dor infernal que me espicaça a abóbada craniana! berrei pra mim mesmo.
não consigo fazer nada desse jeito ruim que me encontro. a dor e a modorra abatem sobre mim. coxo, mouco, oco porém o semblante de louco permanece intacto.
- que enxaqueca miserável de merda! gritei novamente.
penso, logo reflito:
- é falta de tomar uma boa dose de cachaça!
- isso é melhor do que qualquer comprimido, pílula, drágea ou xarope. e não tem contra-indicação alguma.

XXX

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distraidamente, realizando a minha caminhada vespertina, cruzei com um amigo meu que eu não via há tempos e tempos. no entanto, eu fiquei sabendo na surdina por terceiros que ele estava chafurdando-se no fabuloso & perigoso mundo das drogas. porém, agora ele encontra-se recuperado. ex-viciado.
- . . .drogas?! se quer saber, confrade . . . já usei todas! agora já não pertenço a esse mundo.
- por quê? _ o tal compade pergunta com um ar blasé.
- simples, cara. agora eu sou de Deus. vou à igreja universal quase todos os dias. tomo um descarrego pra expulsar os demônios que insistem em me cercar. já fiz amizades com os irmãos todos de lá. e o obreiro indicou-me a faculdade de teologia para me iniciar a pastor. enfim, mudei de vida.
- uaU, que merda heim ! . . .

XXIX

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o mesmo malandro que me forneceu a cannabis nativa da jamaica que eu estava necessitando.é um sujeito conhecido por todos como: tudo lindo. ninguém sabe o seu nome, sua alcunha, nem sua origem. apenas que mora num vila chamada vulgarmente de curral e que trabalha como flanelinha toma conta dos carros que são estacionados perto do cemitério.
seu apelido surge do fato dele gostar muito duma erva danada e depois de dar aquela puxada no fino, explana a sua álacre onda aos cantos de todo o curral. independente da hora do dia, do clima (se chove ou faz sol), do movimento de transeuntes no local. e, sobretudo, sem se importar como está a sua vida [má ou boa(bem ou mal)] assim seu barato procede, na manhã:
- uhu uhu manhã lindaaaaa!
à tarde:
- uhu uhuuu tarde lindaaaa!
à noite:
- uhu uuuhuuuu noite lindaaaa!
clima chuvoso, nublado:
- uhuu uhuuuuu chuva lindaaa!
ensolarado e irradiante:
- uhuuu uhuuuuuu sol lindoooo!
com isso, eu vejo que na maioria das vezes, ficar no estado de sedação, no estado lenitivo constante é a melhor forma de engolir essa cretina rotina que nos esgana fria e rapidamente. sobretudo, é a melhor maneira de suportar o ônus do ânus dessa arrombada vida claudicante.

XXVIII

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- o que temos para fazer hoje?
- não sei. sei lá!
- marfumá um. da holanda ou da jamaica?
- tem aí? o da jamaica?
- tenho. e tá prensado. no calibre, compádi!
- pô tô precisando mesmo ficar na brisa no brilho...
- quer inspiração pra traçar tortuosas linhas né?
- exatamente.
- então lá vai! vai começar agora a tua inspiração. inspira, transpira, aspira. traga! traga a tua inspiração de volta!
- hum... é do bom mesmo, compadre!
- num te falei.
- já tô vendo até Deus!...
- ixe! q bagulho é esse?! pelo menos tô vendo q tu tá mais relaxado e bem marolado.
- sei não... acho que eu não volto, nunca voltei nem voltarei pra cá. eu sempre estive lá. lá é o lugar. o lugar de quem se sente que não se sente presente aqui. será que daqui eu já saí um dia? um dia qualquer... em algum lugar, eu sei, não foi aqui que eu nasci, cresci, morri e renasci. eu sempre sobrei das cinzas e soprei a minha vida a cada movimento dos ventos onde o meu norte não é o meu mito de minha morte almejada e sim a minha sorte forte consistente e abrandada. mais nada.
- . . .

XXVII

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estou pensando em escrevejacular uma porrada de textos pornográficos instigados pelo filme de piranhas lésbicas que estou assistindo neste agora. antes de começar a rabiscar eu vou me masturbando olhando para elas na televisão. elas gemem muito alto! cada uma delas veste uma espécime de calcinha-caralho. cada uma de uma cor. e enfiam suas calcinhas-caralhos umas nas outras. eu piro vendo as bucetas ficarem encharcadas de excitação no pleno ato da penetração. como elas estão contentes ao manusearem esses multicoloridos brinquedos de foder. porra! elas estão fudendo tal-e-como homens toscos e broncos. hehehehe... é melhor parar aqui senão não vai prestar...

XXVI

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eu tento escrever. eu tenho que escrever. eu preciso escrever. contudo, só consigo escrever, escrevinhar, escreviver. quando estou em profundo estado de tesão com a vida. pois, só sinto-me útil quando estou de pau duro. só sinto-me útil quando estou de pau duro.

domingo, 4 de outubro de 2009

XXV

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terminada a transa ela me fez umas ternas e telúricas perguntas:
- aonde nós estamos? – ela prossegue com a viagem – onde eu estou? será tudo isso um sonho que estou vivendo? porque o sexo foi óóótimo! totalmente delícia!
- é sim, princesa! foi bom à beça sim. confirmei.
no verde da verdade, eu é que estava achando tudo um sonho fantástico. copulando com essa deusa amulatada na minha cama velha que eu disfarcei forrando com um lençol novinho que eu comprei na semana passada. imaginando já uma oportunidade de transar gostoso com ela. ah meu doce fruto – tâmara!

XXIV

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pus uma música lenta. é tiro-e-queda pra começo de conversa apimentada ao pé do ouvido d'em seguida um roçar bolinador no cangote. percebi que ela estava adorando. e eu que não sou bobo nem nada, aproveito bastante – como um bom centroavante matador – não sou de perder uma oportunidade na cara do gol, marco logo de cabeça e corro pro abraço! traço que traço!
tâmara agarra as minhas mãos com destreza e avidez até os seus seios perfeitamente desenhados. eu faço o mesmo e coloco a sua mão no meu pênis. aaadoro fazer issoooo! e pulamos fervorosamente para a cama em chamas.
o sexo seguindo o seu curso produtivo. até pode-se dizer que o amor estava ali contido. porém, nós dois não estávamos ligando para isso naquele momento lascivo.
não há delito para o ato do deleite.
não existe pecado quando saciamos a sede.
o sexo é a evolução e a revolução das espécies.

XXIII

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enquanto tâmara falava, falava, falava e falava. eu a imaginava de calcinha, cinta-liga e corpete toda lasciva e dada para mim. eriçada a dar a noite toda numa foda fenomenal! porém, ainda permanecíamos ali no botequim. eu admirando ela olhando para mim. foi quando num repente, ela sugeriu:
- vamos tomar só mais essa – disse de maneira meiga, me fitando com seus olhos arredondados – e depois voltamos para a rua?
- ókei. tudo bem. concordei.
e continuei até sugerir uma proposta.
- o que acha de depois então ouvirmos umas músicas lá em casa?
- românticas? perguntou.
- sim.
- ficaremos no seu quarto?
- claro! por quê não?...
- perfeito, fofinho!
esse é o modo carinhoso como ela me designa sempre.

XXII

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caminhandamos bastante. risonhos e límpidos. todavia, não ofegantes. muito pelo contrário, estávamos ávidos de energia e com uma enorme vontade de beber umas brejas novamente. estacionamos no boteco mais próximo que avistamos. sentamos rapidamente. pedi uma breja estupidamente gelada, quase congelada! pois o calor sugere isso.
ela continuou conversando muito. contando sem cessar e sem vagar todas as suas histórias. e eu mais uma vez, não prestei tanto a atenção nelas. posto que eu não faço de propósito. é que eu fico tão ocupado e entretido devido a contemplação meditativa que a sua beleza me proporciona. neste instante fico mesmo abestalhado e estupefato e me pergunto em silêncio aterrador:
- como uma garota pode ser tão formosa, maravilhosa, esplendorosa, graciosa, gostosa desse jeito assim, hein????!!!!!

XXI

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permaneço petrificado, bestificado diante de sua presença. no momento não sei o que dizer. ‘tou tarado por você!’ é o que me vem a mente mudo. pra quem ela está piscando? com certeza não deve ser pra mim. pode ser que sim! afinal, não sou tão feio assim...
- o que você está fazendo, garoto? – ela diz. – quer dar um rolé de bobeira comigo?
- sem paradeiro?
- é! isso! ela responde com esfuziante entusiasmo.
- beleza! adoro caminhar sem rumo à toa. respondi.
- bora então.
destarte, fomos caminhando lado a lado, bem próximos um do outro como bons companheiros de longos anos. no entanto, eu estava querendo mesmo é trepar com ela numa cama macia, morna e borbulhante. tomara que esse desejo tórrido se concretize! tomara, tâmara, tomara!

XX

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ninguém me liga. ninguém gritou o meu nome no portão daqui de casa me convocando pra alguma zona. então, vou pra rua sozinho assim mesmo. melhor assim. paro em qualquer birosca e tá tudo certo! não vou me esquentar com isso que significa solidão. mas, a solidão é a única fiel amiga do homem. é a única que não pode atrapalhá-lo, ter ciúme doentio por exemplo, ou como correr risco de sofrer traição. nesse âmbito, a solidão têm seus benfazejos.
e passarando pelas ruas até achar um boteco que não esteja tão cheio. pois quero ficar no meu canto sossegado. sem ouvir tanto burburinho, alarido de gente bem bêbeda falando alto com outra gente bem próxima sentada na mesma mesa. é um negócio de louco! eu não entendo. . .
encontro um lugar pra beber tranqüilo. no mesmo instante que chego, avisto sentada perto do balcão sozinha aquela outra vizinha que eu parei pra beber, conversar, trocar uma idéia outro dia. o nome dela é tâmara. tâmara é um fruto da tamareira muito cultivado e apreciado na África, sua polpa é açucarada e comestível. é um fruto raro e bastante bonito como ela como tâmara que também desejo muito levá-la para minha cama e fazer dela meu alimento até de manhã.
tâmara é moreníssima. um jambo-mel que encobre sua pele e ardoura a minha visão. seu corpo é tal-e-qual uma escultura grega – ou seja – geometricamente bem delineado. em suma, não sei como ou o porquê dela dar confiança a mim? um ignoto e néscio poeta frustrado...

sábado, 26 de setembro de 2009

XIX

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parei para gastar na laísa, a vizinha:
- boa noite, mocinha!
- boa noite, mocinho. ela respondeu.
- boa boa boa boa boa – gargalhei – hahahahahahaha...
- bebeu já hoje?
- não. só comi. respondi.
- comeu quem?
- han. . . se ligou na parada né! êta garota esperta!
- muito escroto você mané. mas é isso aê.

XVIII

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mas voltando ao que interessa – a descrição da vizinha – cujo nome é laísa – é uma garota com seus recém-completados 18 anos de idade. pretende curtir tudo que lhe for permitido [e quiçá não permitido]. quer levar a vida porenquanto sem compromisso. como por exemplo, se ocupar de um relacionamento sério, um namoro firme. posto que já dissera uma vez ter se machucado muito porcausa de um carinha aí que não a dava o menor valor. que bom para a concorrência! a casa agradece. mais uma garotinha linda e meio compungida solteira na pista...
para curar a ferida, ela pensa em pintar o cabelo de vermelho e as unhas da cor preta e colocar uma tatuagem que ela ainda não imagina como será o desenho da tattoo.
eu a vi numa foto que ela pôs na internet. estava esplêndida encantadora com um sorriso radiante irrompendo em efusões. acho que estava quase nua. não deu pra ver direito, pois a foto que ela tirou foi como um close na sua álgida e límpida face sem nenhuma espinha nem nada. isso até me admira, algo que nessa idade ainda brotam-se fertilmente espinhas, acnes e etcetera. ah como eu sonho trepar com ela dia e noite noite e dia dia e noite noite e dia dia e noite noite noite noite. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ai, laííííííííísaaaaaa.

XVII

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seu nome é laísa e eu já fico de pau duro só de pensar nela. (aliás, em qualquer mulher que fosse como ela ou não). mas, meu tesão foi acionado agora por causa do sexo anal que eu tô assistindo agora na minha tv a cabo a rabo grande dessa latina sendo carcomida pelo negro arrombador de cofres apertadinhos. e o cofre da latina no final da foda foi todo esfoladinho e foi depositado uma porção de líquidos brancos viscosos e putamente graciosa, ela sorri para câmera em cima da cama. e o filme acaba com essa belíssima cena gran finale.

XVI

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amanhã eu tô pensando em ficar imberbe. (com carinha bem de bebê com cheirinho de pomada contra assadura e tudo mais). de cara lisa e limpa eu acho que eu vou conseguir dar uns pegas na minha vizinha. tô confiante nisso! mas, por enquanto tenho que ser obrigado a contentar em tocar uma punheta de leve olhando para umas minas de biquíni rebolando na televisão. essa madrugada vai ser bem longa. . .
não consigo escrever nada. não consigo. eu preciso urgentemente de uma foda nova! aaaarrrrgghhh. . . prossigo assistindo as minas de biquíni mergulhando na piscina. não necessito de concentração budista para me excitar para paudurecer. noto que entre elas há uma menina de saia xadrez. será que esta está menstruada? por isso está usando saia? será que essa pergunta além de ser enfadonha é demasiado idiota? não sei... vou deixar essa questão para os universitários! retardatários... que dia a vizinha faz aniversário mesmo? não lembro. entretanto, sei como se chama. o nome dela é. . . . . . . . . . . . . . . . .

XV

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ela balançava o dedo movimentando para trás que deu a entender que era para entrar em sua residência. pois então fui. sem titubear nem nada, fui logo adentrando direto até o seu quarto. ela acendeu a luz, a lâmpada, eu dei um tapa pra apagar. vorazmente agarrei-a pela cintura e ela de pronto pegou e amaciou com as suas lisas mãos o meu membro que já se enrijecia. tudo isso foi feito no mais absoluto silêncio. exceto, quando chegamos ao orgasmo diversas vezes concomitantemente. Terminado o ato sexual de boa vizinhança caímos no sono e eu ali no quarto dela todo esparramado em sua cama. só de boa-vida.
fala que eu te ausculto
cala que eu te perscruto.

domingo, 20 de setembro de 2009

XIV

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ela foi contando como anda a sua vida. e eu pouco estava prestando atenção. ao contrário, estava prestando atenção em seu decote, em seus seios quase saltitando em minha direção. quando ela resolveu dar uma pausa no seu discurso. eu me levantei e fui pegar mais uma cerveja e um maço de cigarros carlton para nós dois. ela também fuma.
conforme o passar das horas, as cervejas foram rolando na nossa mesa, o bate-papo foi prolongando até esgotarem todo o estoque de palavras assim como esgotaram todos os mililitros (mls.) de cerveja. fechei a conta. ela quis dar a parte dela. eu recusei. falei a ela que eu era o último dos cavalheiros existentes nesta terra. ela riu e agradeceu. saímos andando, sorrindo somente sem formular uma frase, só sorrindo somente mesmo. ela articulou um gesto com o dedo indicador quando havia acabado de girar a chave em sentido anti-horário para abrir o seu portão.

XIII

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fala que eu te ausculto
cala que eu te escruto.
foi desse modo que eu me dirigi a uma outra vizinha. esta nada entendia. porém, achou bonito & diferente aquilo tudo que eu improvisei ao pé do seu ouvido. ela quer que eu a chame de morena apenas.
- morena quer tomar uma comigo no bar lá da esquina?
- uma o quê? posso saber?
- seilá!... uma cerveja, um vinho, um conhaque, uma cachacinha, enfim, o que você quiser, mina!
- vamo então!
- ôkei.
fala que eu te ausculto
cala que eu te escruto.

XII

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assim que eu acordei, resolvi dar uma caminhada no fim da manhã. antes, abri a torneira, joguei um jorros de água na cara. escovei os dentes rapidamente. passei um desodorante roll on nos sovacos. vesti uma bermuda e calcei meus chinelos havaiana. futuquei com as mãos no bolso da bermuda no instante em que já estava andando pela rua e encontrei uma nota de vinte reais amassados. pensei prontamente em ir até a padaria comprar uns seis pães, 250 gramas de presunto e um 1 litro de leite desnatado mais um maço de cigarros hollywood. felicidade! poxa. . . vai dá pra fazer uma boa ceia esperta, uma festa maneira no meu estômago por hora já roncando. mas, naquele átimo que eu futuquei o bolso da bermuda sem lobrigar deixei cair a nota de vinte mangos pela rua. nervoso, atordoado, aturdido, desesperado, fiquei zanzando pela rua toda olhando pro chão, pelas calçadas, meio-fio, olhando cada quebra-mola e nada d’eu encontrar o dinheiro. já me encontrava completamente lôbrego mas não conformado com tal fato. perder R$ 20,00 de acordo com minhas conjecturas atuais é como ganhar na mega-sena acumulada o valor de R$ 5.000.000,00 e sumir com o bilhete sorteado ficando sem receber o prêmio escapando por entre os dedos a chance de virar milionário. exagero de minha parte? ao contrário, de acordo com a minha situação real essa quantia que eu deixei cair em algum lugar pelo caminho irá fazer uma falta que você nem faz idéia!... meu chapa! o que que que eu vou rangar agora no meu café quase almoço? só me resta requentar aquele feijão meio estragado que eu comi no ajantarado de ontem, tacar uma farinha formando um belo concreto empapado. ouviu aquele ditado? quem não tem cão caça com gato.....

XI

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momento idílio: ontem quando eu havia terminado de ler o Livro dos Sonhos do Jack Kerouac, eu peguei no sono e sonhei que estava navegando, melhor, nadando em nádegas - nádegas femininas, é óbvio - num manancial de bundas. eu nadava numa piscina enorme inundada de rabos, rabos de várias tonalidades raciais: rabos loiros, rabos negros, rabos mulatos, rabos asiáticos, rabos ruivos, rabos albinos. às vezes, essas bundas mostravam seus rostos sorridentes e logo depois voltavam a deslocar seus rabos para frente. a piscina que eu dava as minhas braçadas cheia de nádegas, era uma piscina olímpica bem funda. como não sei nadar – até nado borboleta, de peito eu executei – porém só em sonho mesmo que consegui tal proeza. durante o nado fiquei demasiado excitado. de paudurão mesmo! penetrei pau adentro nos cus à mostra grátis. me diverti bastante. ejaculei, gozei. foi quando eu me afoguei e engoli o meu próprio gozo que era tanto que transbordou toda a piscina olímpica. a partir daí comecei a me transformar num pênis gigante que caminha aterrorizando toda a população casta e pudica. com isso tirei a virgindade de moças que ainda eram puras, principalmente as freiras de plantão, engravidei muitas mulheres, tive milhares de filhos espalhados pelo mundo e a ONU foi obrigada a construir uma camisinha com o molde GGGigante. no entanto, não assumi nenhum filho sequer e nem comi cu de viado. é ruim porra!...!...!...

X

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peguei um papel a4 em branco, uma caneta azul e sentei no chão poeirento do meu quarto 4x4. comecei um esboço de um poema sem endosso sem tema. donada.

FILHOS
da América Latrina
latindo ais
de guerras demais
e nenhuma paz
miséria mordaz
de merdas anuais
evacuando pelas
vias anais
em que a história
do mundo se desfaz
filhos
da América Ladina
de cães que ladram
quando a caravana
para em cana
na beira do caos
na beira do cais


o que acha? acho que ficou meio chinfrim. sei lá! a intenção foi dizer vomitando esses lances todos. são os filhos desta América Latina Latrina Ladina que convivem quase harmoniosamente com o caos achando tudo banal normal no mal. são reproduzidos pela igonorância. suas ideias & ideais são desenvolvidos no engrenar de toda esta balbúrdia que vivemos a cada milésimo de cada acontecimento. em suma, melhor terminar aqui já não sei mais o qu’estou falando... só sei... que... ! escrever é viagem. escrever é mó viagem. . .

IX

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ih! olha. olha lá. Deus tá me olhando com seu olho de Shiva perscrutador. tento me esgueirar, desviar da sua mira que me mirifica, me causa uma ânsia acarretando numa irritação anciã. eh, não consigo. resmungo, fungo o meu nariz sujo entupido pelo mofo acre do quarto do meu mafuá.
a porta do quarto abriu sozinha sem ajuda de vento algum.
- quem é que tah aí?! quem quer entrar aqui?! hein?!
o que será que está havendo neste presente prezado momento?
- responde! é você Seu Deus!? quer bater um papinho comigo?, estou me sentindo meio solitário. só tenho a companhia de uma long neck de cerveja skol e um livro qualquer da seleção dos melhores contos do Cortázar. enfim. tou numa maré de ázar, me tira dessa, ô Seu Deus!!!!!
subitamente uma voz em réplica ressoa:
- uuuhuuuu... quem mandou ser burro, meu filho!!

VIII

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fujo das pessoas como fujo dos anjos e dos demônios. fujo dos humanos como me desvencilho dos deuses e de Deus. escapo dos insanos, porém, os insanos me ensinam a ver a vida de um outro ângulo além da compreensão geométrica, física e metafísica. escondo meus íntimos medos muito embora revelo facilmente os meus impudicos segredos. estertores da agonia se alastram ao correr do dia, do meio-dia do sol queimando os nervos do meu cérebro. mas eu penso, eu ajo, eu fujo e me iludo com tudo nesse mundo fim de fundo mundo um poço profundo nauseabundo sou um vagabundo que ainda luta pela autonomia plena de poder pensar. eu não quero mais fingir.
- seja aquilo que se é quando não se tenta ser. um espírito ao meu lado me dá a dica.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

VII

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noctâmbulo pela minha rua fiquei cantarolando: vai mandriar, vai mandriar, vai mandriar, vai... mandriar... eu não sei o que eu estava fazendo. um doido varre as suas ideias e depois as espalha no ar.
- eu não falei, eu não falei que o mundo vai explodir, vai acabar! mas o som, esse som zunindo no meu ouvido, esse som tem que continuar... a... tocar!
que diabos ele estava querendo dizer, comunicar? quiçá, deve ter algum sentido em sua loucura que é exatamente a loucura que todos nós sentimos, porém, nunca iremos admitir.

VI

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bem que você podia me dar a sua buceta vizinha branquinha?! eu sonho com isso diuturnamente. . .

V

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posso lamber a curva sinuosa do teu rabo, loira? cê estás pedindo... abra a boca é royal! é rolall! homossexuais apenas podem praticar sexo anal. que angústia, augusta! ops! será que o gelo já gelou? yo quiero bebericar más! não consigo de jeito maneira dormir dormir dormir dormir. pqp pqp pqp pqp!!!!!! tenho muito que copular ainda. e tem q haver uma cúpula para liberar a putaria em lugares públicos tem que ter uma lei aprovando isso. até que não é uma má idéia, meus compadres!

IV

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a legenda do filme pornô que estou vendo: eu vou te foder até o mês que vem. maneiro né? também acho. me considero um testículo ativo doido pra ejacular trilhões de espermatozóides por aí. orquite. artrite. artrose. eu só malho no instante que eu vou trepar. meditar. . . com a bunda de um buda. tem duas lésbicas que querem transar. a lésbica da direita vestiu uma calcinha de pirú preto. e a outra lésbica boqueteia esse pênis. pois é um pena que ele não ejeta nenhuma porra. se quiser eu ofereço o meu falo na tua garganta no teu gargalo. irado!

III

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pr’eu tocar uma punheta tenho q estar concentrado. o poeta é igual puta. viva o filho da poeta! o poeta nunca poderá ser virgem! escrever é viagem. escrever é mó viagem. . .


II

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guarda-chuva também é guarda-sol. dor de cabeça de ressaca lembro logo tylenol. há muitos & muitos eu não fumo uma diamba numa roda de samba de bobeira. será que lavaram meu tênis bamba. não saiu de moda pra mim. tô assim assim. odeio hambúrguer com gergelim odeio! ah se o meu pau durin perfurasse a pouca largura e fundura da tua boca...