sexta-feira, 6 de novembro de 2009

LII

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soltei do bus. ofegante & arfante exsudando em demasia. desesperado pra dar uma defecada daquela! não agüentando mais de modo algum...
parei no boteco passando batido ao encontro de um banheiro. arriei as calças lepidamente. arranquei a camisa como se estivesse arrancando uma camisa-de-força. respirei e aspirei bem fundo e evacuei até não poder mais. uma tremenda evasão de pedregulhos de cocôs. fezes e fezes e fezes e mais fezes esvaindo-se no vaso. vaso, esse, imundo. quando acabei vi que não havia sequer nenhum papel higiênico. novamente me desesperei! foi então que eu tive uma resoluta solução: abri a carteira e achei uma conta de luz de janeiro do ano passado amassada. uns cartões de propaganda de empréstimo rápido e fácil. uma oração escrita num papel A4 ofício e uma nota de dois reais completamente amassada outrossim – ué, só agora, nesses momentos difíceis que eu descobri que eu tinha dinheiro – que bom! nunca um dinheiro fora tão útil para mim como hoje! – dinheiro é uma bosta! hehehehehe. . .
embolei tudo isso. fiz de papel higiênico e limpei satisfatoriamente a minha bunda melada de cocô.
“que maravilha! agora tô aliviado por inteiro...” pensei cá comigo.
saí do banheiro desse bar feliz e contente e cantando sorridente em direção a minha maloca. pra entrar no chuveiro e lavar a bunda com água e sabão dignamente.

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