quinta-feira, 12 de novembro de 2009

LX

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retornei a mesa. ela (claro!) permanecia lá (ali) linda linda linda exalando exortados sorrisos em minha direção. como eu posso resisti-la?! tâmara é implacável! tâmara é espetacular!
- “pagou a continha, meu queridão?”
- “paguei tudin... queridona...”
- “queridona?????”
- “ué, não gostou desse chamego de tratamento, tâmara?”
- “...não...”
- “. . . mas por que não?”
- “dizer um chamego no aumentativo para uma mulher é totalmente deselegante.”
- “ah. . . por quê? não me venha com...”
- “...essa. . . porque isso é muito inadequado e muito sem-classe. por exemplo: chamar uma mulher de queridona ainda que seja de maneira meiga, sutil e afetiva – ou até mesmo chamar uma mulher, uma namorada, uma esposa de: amorzão. é horrível, é um desastre, é anti-bom-tom!”
- “seja mais enfática, mais clara, mais sucinta, baby. . .”
- “chamegar qualquer mulher de queridona bonitona gostosona safadona saradona amorzão nossa que bundão você tem paixão que tesão! é xulamente anti-romântico, vulgar, dificilmente, a mulher vai dar de transar com gosto. isso eu digo por experiência própria. referir um elogio à uma mulher no aumentativo é altamente gravemente indelicado e grosseiro. muitas das vezes pode até tá dizendo que uma mulher é enorme de gorda se for o caso: minha gatona, minha lindona! tem coisa mais terrível???!!!!”
- “ok. estás arrazoada.”
- “. . .brigada. . .”
- “deixa de furar papo! e vamos ao que interessa na minha maloca!”
não me interessa nenhum pouco essa malbaratada filosofia de bons modos que tâmara admoesta. eu quero é botar meu bloco na sua avenida entreaberta. é isso que me interessa... é isso que me alegra e me dá azo!

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