domingo, 27 de dezembro de 2009

XCVIX

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ficamos eu e a primeira melindrosa gostosa e ainda bebericando as respectivas cervejas. não trocamos nenhum miúdo de palavra. tontos, quedamos no sofá zonzos. nossos olhos zigue-zagueavam dispersos em derredor da sala. por via disso, eu percebi o clima e liguei o rádio numa estação qualquer. nem sei que música está tocando... acho que é uma balada cantada pelo Tim Maia. ah sei lá! arrombo o silêncio e pergunto algo para a primeira melindrosa:
- quer beber mais uma cerva?
- . . . . . . . .. . . . .. . . . .. . . . .
ela não me responde. pois está embriagadíssima.
tento novamente.
- ei, ei, quer beber mais uma cerva?
- quero, quero. . . ô não! quero, quero, quero!. . . não, não, quero sim... não não. . .
já quase perdendo o controle da paciência.
- ô, você quer ou não quer beber mais uma!!??
- ai ai não, sim, sim, não, não. . . . . . ....... eu quero me deitar e dormir!!! por hoje é só isso! c’est fini.
- nem transar você quer?
- não. há não ser que você queira meter numa cadáver. . . huehuehueuheuheuhe... aprecias um sexo mórbido? huahahhahaihahuahahahuauhaha...
- ahhahahahaha... porra! então tá, pode dormir. eu sou um cavalheiro, não vou meter em você enquanto tiras uma pestana. pode dormir sossegada.
- ai, ótimo! até amanhã. fui... aaaauuunnnn... – e ela apaga no sono.
“não importa! perdi uma trepada. mas não perdi a noite, vou sair e comprar umas latinhas de brejas para beber sozinho. que bom!”
recruzei o portão da minha casa rumo ao posto 24 horas de gasolina e destilados do álcool.

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