quinta-feira, 12 de novembro de 2009

LIX

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pois sim sorvemos rapilépidos a derradeira. falando mais deliciosas besteiras. até findar o último gole deste refrescante flavo néctar. posto que, neste agora eu pedi pra encerrar a conta. e tâmara sempre solícita se prontifica a querer cooperar:
- “tá sem dinheiro, moreno? tô com uma penca de reais aqui guardados na minha bolsinha? quer que eu ajude, hem?!”
- “não, precisa não, não, não. eu tô com dinheiro, minha tâmara...”
- “ótimo.”
mentira lorota caô. eu não tinha eu não tenho nenhum puto de centavo sequer no bolso surrado da minha bermuda vetusta.
- “me espere sentadinha, que eu vou até lá na bancada, no balcão pagar a conta, tá?!”
- “tá bom!”
isso me faz sentir um grande soez. um maltrapilho de gentalha de gentinha de gente. isso me deixa assaz mal. ah! que nada!
fui até o balcão de pagamento, desenrolei muito conversê com o dono do bar para que eu pudesse deixar no bom e velho fiado. nem sequer me intimidei com duas placas anunciando uns escritos sobre exatamente isso:
‘FIADO NEM PRA VIADO!’ e
‘FIADO NEM À CARALHO!’
todavia, surpreendentemente comigo, ele foi gente-fina. prometi a ele que quando virasse esse mês eu ia dar uma excelente forra. expliquei, ou seja melhor: inventei: que eu receberei um bom salário agora do meu emprego de fiscal e que pagarei até além do que eu gastei hoje. é o velho lema: ‘promessa é dívida.’ promessa é questão de palavra d’honra...!
como é de boa valia e de bom tom criar uma mentirinha de vez em quando em quando de vez.
entanto no entanto, eu me sentia mal com isso eu me sinto mal com isso tudo. ah! porra nenhuma.

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