sábado, 10 de outubro de 2009

XXVIII

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- o que temos para fazer hoje?
- não sei. sei lá!
- marfumá um. da holanda ou da jamaica?
- tem aí? o da jamaica?
- tenho. e tá prensado. no calibre, compádi!
- pô tô precisando mesmo ficar na brisa no brilho...
- quer inspiração pra traçar tortuosas linhas né?
- exatamente.
- então lá vai! vai começar agora a tua inspiração. inspira, transpira, aspira. traga! traga a tua inspiração de volta!
- hum... é do bom mesmo, compadre!
- num te falei.
- já tô vendo até Deus!...
- ixe! q bagulho é esse?! pelo menos tô vendo q tu tá mais relaxado e bem marolado.
- sei não... acho que eu não volto, nunca voltei nem voltarei pra cá. eu sempre estive lá. lá é o lugar. o lugar de quem se sente que não se sente presente aqui. será que daqui eu já saí um dia? um dia qualquer... em algum lugar, eu sei, não foi aqui que eu nasci, cresci, morri e renasci. eu sempre sobrei das cinzas e soprei a minha vida a cada movimento dos ventos onde o meu norte não é o meu mito de minha morte almejada e sim a minha sorte forte consistente e abrandada. mais nada.
- . . .

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