sábado, 24 de outubro de 2009

XLIV

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não fodi com nem uma nem outra. deixei-as à míngua também. diferentemente do meu comparsa zéquito. que apareceu de volta abraçado, enroscado com uma puta, desta feita, bem linda e com um corpo bem desenvolto. linda mesmo!
- aí mano, vou dar uma foda agora com ela. vai bebendo aí e me espera, tá! vou demorar um pouco. porque. viu só essa belezura?! não é linda, gostosa ou não é???
- é sim rapá! vai fundo! manda ver! – incentivei-o com entusiasmo e afinco.
- pode deixar que eu vou tratar bem dessa máquina, mano!
- eu sei.
o homem vê a mulher como um belo automóvel, um belo carro, uma bela moto. algo que possa dominar. ter sob total controle. acelerar fundo na hora que tiver que acelerar. meter o pé no freio às vezes. aumentar, diminuir, trocar de marcha e tocar a buzina (dar esporro). e zéquito não pensava diferente. porém, ele ainda não foi avisado que isso tudo é um grande ledo engano.
após quase uma hora, zéquito volta do quartinho-da-trepada com o semblante meio frustrado, consternado. cabisbaixo.
- que que houve, cumpadi?
- nada nada nada. . . vamosair fora logo rápido desse pardieiro!
- por quê? que foi?
- nada nada nada. . . vamosartar fora logo! só isso!
- calma cara, eu tenho que pagar a conta aqui dessas cervas.
- tá tá tá. . . paga logo! porque eu quero saltar fora logo daqui...
- beleza vou lá.
- hóquei.
na saída, ele estava com uma aparência zangada, feroz. caminhamos até o ponto de ônibus. foi aí que ele me contou o que havia acontecido. claro, depois d’eu insistir mais uma vez.
- que que aconteceu, mano?
- porra, tou puto! a puta que eu comi era muito ruim. muito azeda. sem sal, sem tempero nenhum. sem graça demais. comi por comer porque foi uma foda muito mal realizada.
- gozou? – perguntei.
- óbvio que não, né!
- que merda!
- põe merda nisso! dinheiro muito mal gasto.
- escolhi a mulher perfeita. toda linda. gostosa e quando chega não flui, mano!
- é isso que dá. tu cresceu o olho. saiu, deixou a baranga a ver navios. à mercê. chupando dedo. logo, essa que tava doida pra dar pra valer. quando acaba tu escolheu a maravilhosa e deu no que deu. em nada, seu zé...
- poizé, perdi pro meu olho. grande.
essa foi a dura lição, ‘a moral-da-estória’ para o seu zé...
mané.

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