domingo, 20 de dezembro de 2009

XCIII

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minutos depois.

ô menina
tirou sua carteira de identidade amarela
para trabalhar na casa da luz vermelha...

- ‘que música é essa que você está cantando?’ – interpela a melindrosa gostosa primeira.
- ‘deixa. ele já deve de estar viajando. . .’ - ressalto.
- ‘é um começo de um novo samba que eu tô elaborando.’
- ‘mas por que ela tirou uma carteira de identidade para trabalhar num puteiro? e ainda por cima amarela?’ – indaga a melindrosa gostosa segunda.
- ‘acho que posso responder a sua pergunta, minha criança...’ – ressalvo – ‘na Rússia antes da Revolução de 17, as prostitutas eram obrigadas a tirarem carteiras de identidade amarela para trabalharem no ramo do amor s/a nos lupanares do país.’
- ‘aaaahhnnnn. . .’ – a melindrosa gostosa segunda II interjeita.
- ‘é isso mesmo! aí, leste também Crime e Castigo do cumpadre Dostô?’
- ‘li. há um bom tempo quando eu era moleque. enquanto os moleques da minha idade gastavam o dinheiro de suas mesadas comprando a revista playboy, eu, por minha vez, comprava livros de caras geniais como esse que escancaravam as portas da minha percepção.’
- ‘... maneiro . . . mano!!!’
- ‘hei! agora sou eu que digo: parem de viajar na maria-mole e concentrem-se somente na bagaceira da bebedeira!’ – a melindrosa gostosa primeira I trocista inverte a situação.

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