quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

LXXX

.


não consigo ficar enjaulado em casa. saio ao sol escaldante da tarde. dou meus bordejos pelas ruas deste pequenez bairro. os bares estão cheio de pinguços desocupados, desempregados, vagabundos. em plena quarta-feira, todos estão enchendo a cara enfiando o pé na cana. Vistalegre é a Bahia carioca. tudo é azo de festa. a vadiagem é o carma a sina que persegue cada alameda, cada esquina, cada beco deste bairro.
eu estou inserido neste contexto.
pervago, sem diretriz nenhuma. de bermuda, camisa enrolada no ombro porque faz um calor infernal e eu não visto a camisa de jeito de modo algum! queria tomar um gelo. mas estou isento de capital. estaciono numa praça que é conhecida como a Praça dos Maconheiros. bem, manos – eu quero entorpecer me entorpecer – nada mais proveitoso que filar algum charo de algum baseadeiro pra ficar numa relax hidropônica. chapadinho. . .
- diga aí, bicho! tem algum backzinho disponível pra gente? perguntei a um sujeito barbudo que estava sentado numa pequena murada contemplando o nada.
- tenho sim. vamo tapear um agora então, cumpade - ele afirmativamente correspondeu e respondeu a minha expectativa – então, vou preparar a kaya agora, mano.
- demorou, firmou. Já é! eu o incentivei no átimo.
- tem seda? ele me interpelou.
- ih. . . rapá... tenho não. – negativamente repliquei – mas vou até lá na outra ponta. tô vendo um cara acendendo uma base lá. o camarada com certeza deve ter uma seda pra nos conceder.
- beleza, arruma lá, mermão!

Nenhum comentário:

Postar um comentário